Infográfico mostra taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil, segundo Imperial College de Londres — Foto: Fernanda Garrafiel/G1
A última vez que a taxa de transmissão no Brasil esteve tão alta foi na semana de 24 de maio, quando atingiu 1,31, segundo dados levantados pelo G1. O valor máximo possível naquela data, considerando a margem de erro, foi de 1,34.
A última vez que a taxa máxima de transmissão no país foi maior do que a vista nesta semana foi na semana de 17 de maio. Naquela data, o Rt estava, de novo, em 1,30, mas o valor máximo podia chegar até 1,47, segundo a margem de erro.
Os cientistas apontam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”.
- Brasil vive ‘início de 2ª onda’ de Covid por falta de testes, de política centralizada e de isolamento social, apontam pesquisadores
Simbolizado por Rt, o “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança.
Depois de ficar abaixo de 1 por cinco semanas seguidas – entre o final de setembro e o final de outubro – , a taxa no Brasil voltou a ficar acima de 1 no início de novembro.
Há duas semanas, o número ficou em 0,68, o menor valor desde abril – mas a data coincide com o apagão de dados que atrasou a atualização de casos e mortes por Covid-19 pelo Ministério da Saúde. Como o Rt também considera esses dados, isso afeta as estimativas.
Brasil já enfrenta segunda onda do coronavírus, afirmam cientistas em nota técnica
Na segunda-feira (23), pesquisadores brasileiros divulgaram uma nota técnica na qual, baseados em dados da pandemia do novo coronavírus no Brasil, afirmam que o país vive o “início de uma 2ª onda”.
Eles apontaram ao menos três fatores para o “aumento explosivo” ou “manutenção da grande circulação do vírus”:
- falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”;
- falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação”;
- “afrouxamento das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise cuidadosa por uma painel de especialistas”.
O Brasil tinha 169.541 mortes por coronavírus confirmadas até as 8h desta terça-feira (24), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. O número é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Taxa maior para São Paulo
Além da estimativa do Imperial College de Londres, pesquisadores brasileiros também monitoram o Rt.
Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) calcularam, para esta semana, um Rt de 1,64 para o estado de São Paulo. Eles preveem um provável aumento no número de infectados no estado.
-
AUMENTO: ‘Brasil já está na 2ª onda de Covid-19’, diz pesquisador da USP
Dados da Secretaria de Saúde do estado mostram que as internações por Covid-19 voltaram a crescer na última semana – com um aumento de 17% nas internações entre os dias 15 e 21 de novembro. O crescimento veio mesmo após aumento de 18% na semana anterior, de 8 a 14 de novembro.
g1.globo
Comente com seu Facebook