Quando o Presidente Lula afirma que a ONU precisa ser reformulada, ele tem toda razão. Basta olharmos para o conflito mais longo após a Segunda Guerra Mundial, entre judeus e palestinos (1947-2023), que já dura mais de 75 anos.
Desde a decada de 1930, que surgiu um Movimento Evangélico Cristão Sionista, britânico, baseado no Velho Testamento, que estimulava o retorno dos judeus para a região de Jerusalém, mas entre 1946 para 1848, depois da segunda guerra mundial e dos massacres nazistas aos judeus, começaram as grandes migrações de descendesntes judeus e ocupações dos territórios palestinos, principalmente de judeus vindos da Europa e dos Estados Unidos, com o intuito de criar um Estado de Israel no Oriente Médio. Sob alegações bíblicas do “Velho Testamento”.
Esse Estado de Israel foi na verdade uma invenção cristã protestante ultra conservadora, com pouca base histórica, mas fortes interesses políticos e econômicos Norte-Anericanos no Oriente Médio.
Era o final da Segunda Guerra e os primeiros movimentos para, o que ficou conhecido como repatriação sionista, eram os primeiros movimentos geopolíticos da “Guerra Fria”. Movimentos semelhantes ocorreram na Coréia e no Vietnã, além de ditaduras militares em várias partes do mundo.
A geoestrategia dos Estados Unidos era dividir para controlar. Os Britânicos e países da Europa Ocidental influenciados pela OTAN, adotaram a mesma estratégia em suas colônias rebeldes e que lutavam por independência.
Na região central europeia, a grande maioria dos países da Europa Oriental adotaram uma ampla aliança geopolítica com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), pois o bloco havia libertado-os da sanha nazista, criando assim, uma forte aliança na Europa Oriental pró-Moscou.
Em 1946, o Reino Unido, com apoio Norte-Americano e no controle da recem criada ONU, movimentaram um acordo diplomático para criação de dois Estados na região de Jerusalém, uma que se chamaria Israel, para abrigar os judeus, perseguidos pelo nazifascismo de Hitler e Mussolini e o Estado da Palestina, em território que já era dos palestinos.
Nesse mesmo período, o governo Norte-americano e Britânico já movimentou descendentes de judeus dos seus países para ocuparem essa região, gerando os primeiros conflitos fortemente armados na região.
1947 foi o ano crucial, pois a ONU oficializou a divisão da Palestina e a criação dos Estados de Israel. Ato que não foi reconhecido e nem aceito pelos palestinos, mulçumanos e Árabes.
Desde então, várias guerras já eclodiram nessa região, sempre com o Estado de Israel, fortemente armado pelos Estados Unidos, ocupando os territórios palestinos e expandindo o Estado de Israel para além das suas fronteiras recém instaladas.
A superioridade bélica e militar de Israel, ao longo de décadas, provocou verdadeiros massacres e genocídio dos palestinos. Os interesses geopoliticos, econômicos e religiosos das superpotências do ocidente, deu a Israel, grande vantagem para se tornar uma nação, dentro do território palestino.
Essa sequência de mapas demonstra como era a região antes de 1946, pela cor verde, onde temos a área dos palestinos e pequenas manchas em bege, onde viviam povos judeus.
Em 1947, pelo plano da ONU, o Estado de Israel seria bem maior que a Palestina. Esse plano revoltou os palestinos, árabes, mulçumanos e egípcios, todos islamistas e anti sionistas.
Revoltas que passaram para as tensões, hostilidades, conflitos pontuais e guerras de fato. Umas com duração de semanas, meses e anos, que apesar de acordos de. Paz, nunca fora efetivamente cumpridos.
De 1949 a 1956, em diferentes guerras, Israel ocupou grandes extensões de territórios da Jordânia, Cisjordânia, Faixa de Gaza e Colinas de Golã, nas fronteiras com a Líbia e Síria além das áreas sagradas dos cristãos e mulçumanos, dentro da cidade de Jerusalém.
Os palestinos se tornaram oprimidos dentro dos seus próprios territórios e todas as vezes em que o oprimido se levanta, acham que uma nova guerra está começando. Mas os palestinos sofreram a invasão dos seus territórios, desde 1946 e isso gera revoltas intermináveis que já duram mais de 75 anos.
Como os palestinos nunca reconheceram a criação do Estado de Israel, e consideram inversores, surgiram vários grupos e movimentos de resistência contra Israel. A OLP é a mais conhecida, existem grupos mais radicais, entre eles Hamas, ANP, Jhiradistas, Hesbolar, etc.
Dezenas de acordos e tratados de paz já foram tentados, mas todos apresentam grandes vantagens para Israel e perdas para os palestinos, ficando os conflitos sem solução.
Os Grupos de resistência islamista e palestinos são muitos, mas nunca foram suficientes para uma contraofensiva militar, capaz de expulsar os israelenses dos territorios palestinos ocupados.
Como podemos observar pelos mapas, de ocupação até 2010, a região foi se transformando em uma grande Israel, enquanto os palestinos ficaram restritos e exprimidos em três pequenas áreas (gaza, porções de Jerusalém e Ramalah, Cisjordânia).
O movimento mais forte de resistência em Gaza é o Hamas ( Movimento de Resistência Islamista e Palestina), que luta contra os judeus, desde 1987, sendo considerado um grupo terrorista e radical por países da OTAN, que sempre apoiaram Israel e financiam ofensivas contr o Hamas e outros de defesa palestina.
A Faixa de Gaza, ao longo de decadas, se transformou em um campo de concentração de civis palestinos. Muros e cercas de isolamento por todos os lados. O povo palestino vive oprimido e isolado, na faixa de Gaza, com pouca água e poucos recursos, dependendo de ajuda internacional e humilhação pelos judeus.
Os recentes ataques de 07 de outubro, contra tropas de Israel, assumido pelo Hamas, representam apenas, uma demonstração de que os oprimidos resistem e lutam pela reconquista dos seus territórios ocupados.
Esses ataques do Hamas, terão uma dura resposta israelense, pois esse Estado artificial é mantido militarmente pelos Estados Unidos com total apóio da OTAN, logo, seguiremos assistindo o massacre do povo palestino, como aconteceu nestes mais de 75 anos.
Nesse momento, compreendemos os limites de uma ONU que se curva aos interesses das grandes potências e, não consegue um estado mínimo de paz e de respeito a soberania territorial de um simples povo de tradições milenares.
Se os judeus foram massacres dos pelo nazifascismo da segunda guerra, em mais de 75 anos, e com o apóio direto das potências que lutaram contra Hitler e Mussolini, agora apóiam e praticam o mesmo massacre contra o povo palestino.
O longo e sucessivo massacre do povo palestino pelos judeus, demonstra que, não aprenderam nada com o holocausto. A grande diferença é o tempo, pois a segunda guerra durou cerca de cinco anos e os conflitos na Palestina já dura quase um século.
Aqui não se tratade ser ante sionista ou antisemita. Pois é o pior caminho aseguir. Não podemos aceitar mais que povos se matem, pela falta de capacidade dos membros da ONU, em serem coerentes em tratar uma mesma questão com equidade.
Conflitos prolongados como esse, demonstram que a ONU é uma organização incapaz de cumprir seu principal papel, manter a paz entre as nações.
Por Belarmino Mariano
Com o atual quadro de ocupações causado pelos assentamentos judaicos, a proposta de um Estado Palestino tornou-se inviável.
A única saída é um Estado único binacional com direitos de cidadania iguais para todos que lá habitam, independente da etnia e da religião.
Solução semelhante foi tomadanem relação à África do Sul.
Direitos iguais para todos. Uma pessoa = um voto.