A Polícia Civil de Goiás (PCGO) indiciou a dentista Hellen Kacia Matias da Silva por deformar pacientes após a realização de procedimentos estéticos, na capital goiana. A profissional está presa preventivamente desde o último dia 30 de janeiro.
De acordo com a corporação, os procedimentos realizados pela investigada só poderiam ser realizados por cirurgiões plásticos. Em conversas divulgadas pelos investigadores, pacientes reclamam de inflamações, cicatrizes e assimetria nos resultados.
egundo a defesa de Hellen Kacia, um pedido de soltura é analisado. Por meio de nota, os advogados afirmaram que dos 21 pacientes ouvidos no inquérito, só foram produzidos dois laudos de Auto de Corpo de Delito – prova técnica para dar base às acusações impostas.
“O atendimento feito pela nossa cliente foi em caráter reparador dentro das competências do cirurgião Buco Maxilo Facial, havendo melhora relatada pela suposta vítima no quadro tratado”, reforçaram os advogados de Hellen, Caroline Arantes, Thaís Canedo e Vinicius Xingo.
O caso foi investigado pela delegada Débora Melo, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon). A investigação identificou que 21 pacientes tiveram lesões corporais gravíssimas após os procedimentos estéticos.
Hellen também foi indiciada por infrações contra a saúde pública e contra as relações de consumo.
Investigação da dentista
A clínica coordenada pela profissional, no Setor Oeste, em Goiânia, tornou-se alvo de inquérito aberto para apurar os crimes de exercício ilegal da profissão e execução de serviço de alta periculosidade.
A investigação revelou que Hellen e outros três profissionais ficavam responsáveis pelos procedimentos, expressamente vedados pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). As cirurgias plásticas eram oferecidas nas mídias sociais dos odontólogos por valores abaixo dos praticados no mercado e alcançavam grande número de pessoas.
A apuração policial constatou, ainda, que ela vendia abertamente as cirurgias pelo Instagram, que tem mais de 650 mil seguidores. Além disso, a investigada ministrava cursos para que outros profissionais da saúde executassem essas cirurgias sob “supervisão” dela.
Na primeira fase da operação, os policiais encontraram diversos instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos com prazo de validade expirado na clínica da investigada.
Os materiais foram apreendidos e descartados pela Vigilância Sanitária, que também autuou a profissional por infrações administrativas – entre elas, a inadequação do alvará sanitário do estabelecimento, que não autorizava a realização de procedimentos invasivos no local.
Após a apreensão do celular usado pela equipe da clínica para entrar em contato com os pacientes, os policiais civis descobriram inúmeros casos de consumidores que ficaram com rostos deformados após passarem por cirurgias com a profissional ou com algum dos “alunos” dela.
A polícia conseguiu declarações de mais de 10 vítimas de Hellen, bem como depoimentos de ex-funcionários da clínica. Todos confirmaram a realização das cirurgias proibidas em local inadequado – fora do ambiente hospitalar –, o que gera grave risco à integridade física dos pacientes.
As pessoas ouvidas também relataram que ela não aceitava qualquer crítica ao trabalho dela e que tratava os clientes com descaso.
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