Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella, sairá da cadeia em regime aberto a partir de 6 de abril, conforme noticiou Nelson Lima Neto, da coluna Ancelmo Góis. Nardoni pediu a redução da pena por ter trabalhado na prisão e participado de um programa de remição da pena por leitura. A Justiça de São Paulo aceitou o pedido em 2023.
A decisão de reduzir a pena em 96 dias foi da juíza Marcia Beringhs Domingues de Castro, da 2ª Vara das Execuções Criminais, da Comarca de Taubaté, em setembro de 2023.
A saída de Alexandre deve novamente provocar um debate sobre alguns dos temas que mais polarizam hoje direita e esquerda, como tempo de cumprimento de pena, superlotação das cadeias e superencarceramento em massa.
Nardoni cumpre pena desde 2008, quando foi preso por matar Isabella, na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2, em Tremembé, no interior de São Paulo. Ao sair em 2024, terá cumprido portanto mais da metade da pena preso. É mais do que muitos presos cumprem. Pelo que consta, teve boa conduta e trabalhou na prisão. Sua saída, portanto, é totalmente dentro da lei, por mais abjeto que tenha sido seu crime. Mas dificilmente a saída não será explorada politicamente.
Sem a progressão de pena, porém, nosso sistema penitenciário, que já explodiu faz décadas, seria ainda mais inviável. A saída de presos, diante de bom comportamento e indícios de ressocialização, é fundamental. E, quanto mais longe da cadeia, maior a chance de um preso não ser envolvido pelo esquema de domínio de facções no presídio brasileiro. Diversos estudos mostram que há uma relação direta entre superlotação, fracasso da ressocialização e agravamento da situação de segurança pública.
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