A Polícia Federal (PF) interceptou a ligação de um dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Rogério da Silva (foto em destaque), de 33 anos, falou com a namorada durante os dias em que esteve foragido.
Na conversa, o criminoso diz que ela não precisava ficar nervosa com medo da possibilidade de ser perseguida pela polícia. “Tu fica tranquila que tem uma pessoa ali que vê se tá rastreado e não tá sendo rastreado, não”, afirmou o fugitivo, de acordo com áudios divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (7/4).
O grampo pegou diversos detalhes da fuga, como o medo que Rogério e Deibson Cabral Nascimento, de 34, tiveram ao ser cercados por policiais, em um certo momento.
“O bagulho foi cerradinho, se tu ver, eu passei por um imprensado grande, grande, grande, mesmo assim. Se tu ver, um bagulho de filme mesmo. Um monte de helicóptero, um monte de drone. Foi Deus que me salvou. Os caras assim bem pertinho de nós. Passando assim, oh… E nós sentindo o chulé da bota dos caras”, disse Rogério.
Veja imagens da recaptura dos presos:
A ligação provavelmente aconteceu durante um período em que os fugitivos estavam mais esperançosos de que iam conseguir escapar das autoridades. Segundo as investigações, eles estavam na Ilha do Mosqueiro, a 70km de Belém do Pará, e com planos de chegar até a Bolívia.
“Eu tô bem, graças a Deus. Cheio de saúde, força, liberdade, pegando um ventozão aqui. Tá ótimo demais. Eu pensava que nunca mais ia viver isso”, detalhou Rogério para a namorada. E garante para ela que os dois iam se casar: “Vamos se casar, hein? Quero te ver pessoalmente, te abraçar. Pra confortar um pouco da saudade que eu tenho de ti.”
No diálogo, Rogério também diz que eles estão em uma ilha e espera que o resgate chegue de carro, naquele dia ou no seguinte, e os leve para a Bolívia. E termina a ligação exatamente falando da chegada dos comparsas: “Tão chegando aqui. Os camaradas tão chegando aqui pra buscar nós”.
Novas imagens da busca pelos fugitivos
Novas imagens divulgadas no domingo (7/4) mostram o momento exato da captura dos dois detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró. A dupla foi presa na BR-222, nas proximidades da cidade de Marabá (PA), na última quinta-feira (4/4). O vídeo foi divulgado pelo Fantástico.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a dupla tentava fugir do país e contava com o apoio do crime organizado. O local da recaptura é cerca de 1,6 mil km da penitenciária da qual fugiram.
O vídeo mostra agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordando um carro preto. O primeiro a sair é o motorista, que já coloca a mão na cabeça. O segundo, o carona, é Deibson Cabral Nascimento, o Tatu.
Perto dali, outra equipe da PRF aborda um terceiro carro, com mais dois criminosos que davam apoio à fuga da dupla.
Ricardo Lewandowski classificou a ação da polícia como “bem-sucedida”. “O que me parece também relevante dizer é que foi uma operação extremamente bem-sucedida, em que não foi disparado um tiro, não houve feridos, não houve mortos. Um trabalho puramente de inteligência. Os dois fugitivos voltarão para o local de onde saíram, a Penitenciária Federal de Mossoró”, ressaltou.
O ministro detalhou que a prisão é resultado de um trabalho da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, em que atuaram PF, PRF, polícia penitenciária federal e as polícias Civil e Militar. “É uma vitória para o Estado brasileiro, das forças de segurança do Brasil e que demonstra que o crime organizado no nosso país não será bem-sucedido”, reforçou Lewandowski.
Fuga na madrugada
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fugiram da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de 14 de fevereiro.
Os criminosos, que são integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), escaparam por um buraco na parede de uma das celas. Para a fuga, que é considerada a primeira desde a inauguração desse tipo de prisão no Brasil, os detentos utilizaram ferramentas da obra que ocorria na unidade prisional.
Apuração do Ministério da Justiça apontou que houve falhas nos procedimentos carcerários de segurança, mas concluiu que não há indícios de corrupção.
Em razão das falhas apontadas pela corregedora-geral, Marlene Rosa, foram instaurados três processos administrativos disciplinares (PADs) envolvendo 10 servidores.
Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual se comprometem com uma série de medidas, entre as quais não poder cometer as mesmas infrações e passar por cursos de reciclagem.
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