O deputado estadual Rafael Saraiva (União Brasil) justificou o mata-leão que deu em uma mulher que cria animais como necessário para salvar sua irmã, veterinária da ONG onde ele atua, durante a confusão que ocorreu no domingo (21/7) em operação para interromper a venda ilegal de filhotes de cachorro em uma feira na zona oeste da capital.
A ação foi deflagrada pela 1ª Delegacia de Investigações de Infrações contra o Meio Ambiente e ocorreu em duas vias importantes da capital. Em uma delas, na Avenida Doutor Gastão Vidigal, próxima ao Ceagesp, os criadores teriam agredido Saraiva e os integrantes da ONG que auxiliavam na fiscalização quando os animais começaram a ser removidos do local.
“Quando eu levava uma das últimas caixas de transporte, uma criadora entrou no meio gritando, quebrou a alça da caixa e me puxou pelo cabelo. Eu caí no chão e ela começou a bater em mim com a alça da caixa de transporte”, disse.
Saraiva contou que, no momento em que apanhava, a veterinária Vitória Penna, que também atua na ONG, saiu em sua defesa e virou alvo das agressões. À reportagem, o deputado disse que Vitória é sua irmã e que ele reagiu com um “mata-leão” contra a criadora, movimento no qual agarrou a mulher pelas costas para tentar imobilizá-la, com o intuito de fazê-la soltar a veterinária.
“Eu fui salvar a minha irmã. Em nenhum momento houve agressão da minha parte, e sim [a tentativa de] cessar a agressão injusta que minha irmã estava sofrendo no ambiente de trabalho dela”, disse ele.
O deputado disse que ele, sua irmã, e outra veterinária da ONG que também foi agredida fizeram boletim de ocorrência e foram ao Instituto Médico Legal (IML) para denunciar as lesões corporais.
Saraiva acusou os criadores de terem provocado a briga para conseguir recuperar os animais e disse que alguns deles foram à Assembleia Legislativa (Alesp) nessa segunda (22/7) para tentar forçar uma denúncia contra ele no Conselho de Ética.
“Bateram de porta em porta nos gabinetes dos deputados para alegar uma agressão da minha parte. Estão fazendo de tudo para esconder o que de fato houve, que foi agressão e espancamento da parte deles, e minimizar a cadeia clandestina de venda de animais que eles têm”, disse o deputado.
Deputado atuou por lei
O deputado foi o articulador político de uma lei estadual que proíbe a venda de animais em vitrines ou situações vexatórias e só permite a comercialização dos filhotes depois que completarem 120 dias de vida. A lei também determina que os pets só sejam vendidos depois de castrados e vacinados.
A operação de domingo encontrou 65 filhotes de cachorro em situações de maus-tratos sendo vendidos em vias públicas da capital.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os filhotes apresentavam menos de 120 dias de vida e sofriam com a falta de cuidado, como exposição ao sol, superlotação em espaços pequenos e longa permanência dentro de carros e caixas plásticas.
As barracas que comercializavam os filhotes também não apresentavam comprovantes de vacinação e os animais resgatados não eram nem castrados e nem microchipados, como também exige a lei.
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