Ossada e anel de 15 anos: como mãe recebeu notícia da morte da filha

Oito meses após o desaparecimento da filha, Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, a bacharel em Direito Patrícia Alessandra Pereira (foto em destaque) recebeu a pior notícia de sua vida: a confirmação da morte cruel da adolescente, enterrada em um sítio de Nova Granada, no interior de São Paulo.

O encontro de uma ossada já apontava para a suspeita de que a vítima era Giovana, mas foi um anel de 15 anos localizado junto aos restos mortais que deram à mãe a certeza de que a filha estava morta.

“Eu tenho um anel que ganhei aos 15 anos e mandei fazer um igual para a Giovana, quando ela completou a mesma idade. É um anel de ouro, com detalhes em esmeralda e brilhantes. Quando eu descrevi essa joia para os policiais, eles tiveram certeza que o corpo era dela”, disse Patrícia  chorando.

Os restos mortais que podem ser de Giovana — o resultado do exame de DNA ainda não foi concluído — foram encontrados por PMs enterrados em um sítio há uma semana, após uma denúncia anônima. O proprietário da área, o empresário Gleison Luís Menegildo, além do caseiro foram presos acusados de ocultação de cadáver. Ambos foram soltos após pagamento de fiança.

O que diz o empresário

Na versão de Gleison, Giovana teria ido à sua empresa, a Global Recuperadora de caminhões, com sede em São José do Rio Preto — cidade onde a adolescente morava —, para uma entrevista de estágio no dia 21 de dezembro do ano passado. Os dois teriam se conhecido em um aplicativo de relacionamento.

Segundo o empresário, Giovana teria ficado sozinha por alguns momentos e usou a cocaína que estava em seu escritório. Alertado por outros funcionários, Gleison voltou ao local e a encontrou desacordada.

Ele disse ter percebido, pouco depois, que “as pontas das unhas dos dedos das mãos de Giovana estavam arroxeadas, assim como os lábios dela”. A defesa afirma que a jovem morreu por overdose, e descarta que Gleison ou qualquer outro funcionário da empresa a tenha assassinado.

O empresário admitiu que usou cocaína na ocasião e, ao ver a adolescente morta, ficou em pânico e decidiu levar o corpo para seu sítio em Nova Granada.

Mãe contesta versão

A mãe de Giovana contesta a versão de Gleison. Ela acha que a filha foi atraída para uma emboscada, foi drogada e estuprada por mais de um homem na empresa do acusado.

“Esse homem deu a droga que matou minha filha. Ele tem que responder por assassinato”, afirma Patrícia.

A mãe diz que a jovem tinha uma boa vida, estudou em bons colégios e era ingênua. Desde seu desaparecimento, em dezembro, Patrícia diz não ter um dia de paz. “Há oito meses não sei o que é ter uma noite de sono. Quando toca o telefone, ainda acho que pode ser ela”, conta.

Patrícia tem sofrido duplamente porque, nas redes sociais, tem testemunhado mensagens de ódio contra a filha. “Mataram minha filha de maneira brutal e, agora, tentam manchar a imagem dela. Não pode haver dor maior.”

O caso foi registrado como morte suspeita, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e posse irregular de arma de fogo de uso permitido na Delegacia de Nova Granada. Após pagarem fiança, Gleison e o caseiro respondem ao inquérito em liberdade.

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