Entraram em vigor nesta terça-feira (6) as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e alumínio brasileiros, resultado direto de uma política protecionista implementada ainda no governo do ex-presidente Donald Trump. A medida, que afeta também países como México e China, reacende o debate sobre a competitividade da indústria nacional e o impacto nas exportações brasileiras.
A taxação adicional sobre o aço pode chegar a até 42,5%, enquanto no caso do alumínio, o percentual é de 16%, segundo informações divulgadas pelo Departamento de Comércio dos EUA. O objetivo da medida é, segundo os norte-americanos, proteger a indústria local contra o que consideram “práticas comerciais desleais”.
Com isso, empresas brasileiras que dependem da exportação desses insumos, especialmente siderúrgicas e metalúrgicas, devem enfrentar uma queda significativa na competitividade frente a concorrentes de outros países. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já se manifestou, alertando que o aumento de tarifas pode comprometer empregos e investimentos no setor.
Governo brasileiro reage
O Ministério das Relações Exteriores, por meio de nota, declarou estar acompanhando com atenção os desdobramentos e buscando diálogo com o governo americano para reverter ou ao menos mitigar os impactos da medida. A Embaixada do Brasil em Washington também já foi acionada para atuar em articulação com o setor produtivo.
Impactos diretos no Brasil
O “tarifaço” atinge em cheio estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro, grandes produtores de aço, além de empresas localizadas em polos industriais do Sudeste. Economistas apontam que o setor pode enfrentar retração caso não haja uma resposta eficaz do governo brasileiro ou uma readequação de mercado.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, em 2024 o país exportou mais de 2,5 milhões de toneladas de aço para os EUA, representando cerca de 30% das exportações totais do setor. Agora, com as novas tarifas, essa fatia tende a diminuir, abrindo espaço para outros fornecedores com condições fiscais mais favoráveis.
Retaliação não está descartada
Analistas em comércio internacional apontam que o Brasil pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e até adotar medidas de retaliação, caso considere a taxação uma violação de acordos multilaterais.
Enquanto isso, o setor produtivo segue apreensivo, aguardando um posicionamento mais firme do governo federal para proteger os interesses da indústria nacional.
Reportagem: Calvin Santana
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