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Especial | Luís Fernando Veríssimo (1936–2025): O cronista da alma brasileira se despede

O Brasil perdeu, na madrugada deste último sábado (30), aos 88 anos, um dos seus grandes mestres da literatura e do humor: Luís Fernando Veríssimo faleceu em Porto Alegre, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia, após cerca de três semanas internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento.

Uma trajetória singular

  • Origem: Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, era filho do renomado escritor Érico Verissimo. Passou parte da infância nos Estados Unidos, retornando ao Brasil posteriormente.

  • Vida profissional: Trabalhou em publicidade e jornalismo — com passagens por Zero Hora, O Estado de S. Paulo e O Globo — até se tornar um ícone da crônica brasileira.

  • Polivalente e popular: Sua obra abrangeu mais de 80 títulos — entre crônicas, contos, romances, sátiras políticas, quadrinhos e literatura infantil — e vendeu mais de 5,6 milhões de cópias, tornando-o um dos autores mais queridos do país.

  • Além das palavras: Também atuou como cartunista, tradutor, roteirista, dramaturgo, músico (saxofonista da banda Jazz 6), e sempre manteve forte ligação com o jornalismo e o universo musical.

Legado encantador

  • Personagens eternos: Criou figuras emblemáticas como O Analista de Bagé, Ed Mort, As Cobras, A Velhinha de Taubaté e muitos outros, que transcenderam livros, ganhando quadrinhos, teatro e televisão — como em Comédias da Vida Privada.

  • Ironia com propósito: Sua escrita utilizava humor e leveza para criticar com elegância — foi um veículo para denunciar a ditadura, resistir ao autoritarismo e defender a democracia.

Como o país se despediu

  • Luto nacional: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto oficial em todo o território nacional, reconhecendo em Veríssimo um autor talentoso que marcou gerações.

  • Homenagens unânimes:

    • A Academia Brasileira de Letras (ABL) destacou que “Verissimo nos ensinou a imaginar uma vida mais leve” e enalteceu sua produção literária e cultural.

    • O governador do RS, Eduardo Leite, decretou luto estadual, sublinhando que o Estado se despede de “um gênio da escrita”.

    • Artistas como Walcyr Carrasco, Martha Medeiros, Angeli e Itamar Vieira Júnior também prestaram homenagem pública à genialidade de Veríssimo.

  • Velório e sepultamento: A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul recebeu o público para a despedida, seguida de cerimônia restrita à família no Cemitério São Miguel e Almas.

A despedida de uma obra que resistirá

A partida de Luís Fernando Veríssimo representa o fim de uma era na crônica e no humor nacional. Sua leveza crítica e sua produção multifacetada deixaram uma marca indelével na literatura e na cultura brasileiras.

crédito: Bruno Veiga/Divulgação

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