A população em torno do condado de Chester, na Pensilvânia (EUA), agora dorme mais tranquila depois que a polícia encontrou o fugitivo brasileiro Danilo Cavalcante. Mas foram 14 dias de tensão e terror. E, segundo a mãe do brasileiro, Iracema Cavalcante, a explicação para tanta dificuldade para o filho ser capturado é que ele “foi treinado para sobreviver”.
Em entrevista ao jornal The New York Times, antes de as autoridades norte-americanas encontrarem Danilo, Iracema afirmou que o filho teve uma vida que o treinou para viver sozinho e superar as adversidades. “Seu treinamento foi seu sofrimento”, disse, na primeira conversa com a imprensa desde que o rapaz escapou da prisão.
“Ele ia dormir com fome. E, quando acordava, eu me perguntava como alimentá-los”, contou Iracema, detalhando que o filho nunca frequentou a escola e começou a trabalhar com 5 anos de idade, como engraxate, vendendo verduras em um mercado e mais tarde em uma fazenda. “Eram pobres. Somos humildes, mas somos trabalhadores”, continuou.
A entrevista aconteceu antes de Danilo ser capturado. Entretanto, Iracema já tinha uma visão fatalista sobre o assunto caso o filho fosse para uma prisão de segurança máxima. “Se for para ir para um lugar sofrer e morrer naquele lugar, é melhor morrer logo”, disse.
O medo da mãe se confirmou. O Departamento de Correções estadual informou que Danilo ficará na Instituição Correcional Estadual Phoenix, no condado de Montgomery, próximo a Chester, exatamente uma prisão de segurança máxima.
Danilo escapou do presídio do condado de Chester no dia 31 de agosto, 15 dias depois de começar a cumprir sua pena de prisão perpétua por ter matado a ex-namorada Débora Evangelista Brandão, em 2021. “Ele a esfaqueou fatalmente 38 vezes, em plena luz do dia, na frente do filhos dela, de 4 e 7 anos. Depois, escapou e foi ajudado por familiares e amigos. A Polícia do Estado da Virgínia conseguiu prendê-lo mais tarde, no mesmo dia”, contou a promotora do condado em que ocorreu o crime, Deb Ryan.
Antes, Cavalcante ainda era procurado pelo homicídio de Valter Júnior Moreira dos Reis, em 2017, morto a tiros em uma praça em Figueirópolis, em Tocantins.
Filho capturado não “representava ameaça”
Apesar de todas as evidências, a mãe de Danilo afirma com todas as letras que ele, mesmo armado, “não representava uma ameaça para ninguém”. Não que ela negue os crimes do filho, mas justifica que ele estava “encurralado” em ambos os casos.
“Isso aconteceu? Aconteceu”, respondeu Iracema sobre o crime contra Débora. “Mas isso aconteceu por causa do controle que ela exerceu sobre ele, da postura que ela assumiu com ele.”
E mais: segundo a mãe, não se trata de feminicídio. “Ele tinha que fazer isso, ele não tinha outra escolha”, tenta justificar.
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