Após o assassinato da médica Thallita da Cruz Fernandes, 28 anos, o namorado dela, Davi Izaque Martins Silva, pediu um Uber, conversou normalmente durante o trajeto e desembarcou na frente de uma hamburgueria. “Cheiro de carne, né?”, comentou o suspeito, ao descer do veículo.
O episódio foi relatado aos policiais pelo motorista de aplicativo, que se apresentou voluntariamente para prestar depoimento na delegacia, em São José do Rio Preto, no interior paulista, no sábado (19/8). O corpo da médica foi encontrado dentro de uma mala no dia anterior.
Preso temporariamente, Davi teria admitido que brigou com Thallita no dia em que a polícia achou o cadáver, mas disse não se lembrar do crime.
Para a Polícia Civil, o suspeito teria matado a médica por ser contrário ao fim do namoro e não querer perder a vida de alto padrão que mantinha ao lado dela. Ele trabalhava de caixa na lanchonete. Já a vítima era plantonista.
Em depoimento, o motorista de aplicativo confirmou que pegou o suspeito na frente do prédio, localizado na Rua Coronel Spínola de Castro, na Vila Imperial, bairro nobre da cidade, na tarde sexta-feira (18/8).
Segundo declarou aos policiais, o suspeito estaria “tranquilo” e se comportou como um “passageiro normal”. O Metrópoles apurou que, inicialmente, Davi se escondeu em Olímpia, cidade onde moram um tio e um irmão, e depois seguiu para a casa da mãe, em São José do Rio Preto, onde foi detido.
Feminicídio
Investigadores afirmam “ter certeza” de que Davi é o autor do feminicídio. Imagens de câmeras de segurança provariam que ele era a única pessoa no apartamento onde a médica foi morta. Na casa da mãe dele, policiais também encontraram uma roupa com marcas de sangue, que vai passar por perícia.
Foram apreendidas, ainda, duas facas no apartamento, ambas com marcas de sangue. Os policiais encontraram o cadáver, sem roupa, com diversos ferimentos no rosto, pescoço e nas costas. Também havia lesões nas mãos, típicas de defesa.
Pelo volume de sangue encontrado, os investigadores acreditam que o crime aconteceu no quarto. O corpo foi levado em seguida para o banheiro, onde teria sido lavado. Havia cheiro de água sanitária no cadáver.
Os investigadores suspeitam que Davi planejou tirá-la do apartamento, mas desistiu porque a mala rasgou e ele estava pressionado por mensagens no WhatsApp, enviadas por uma amiga da médica, que queria saber o paradeiro dela.
Davi não tinha antecedentes criminais. Aos PMs, ele teria alegado não se lembrar de detalhes do crime ou de ter posto o corpo da namorada em uma mala.
O Metrópoles não localizou a defesa do suspeito. O espaço segue aberto para manifestação.
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