Carioca, jornalista, escritora, repórter e apresentadora, Thalita Rebouças é um fenômeno literário e… dos cinemas e das plataformas de streaming nacionais. O pontapé na carreira aconteceu em 1999, mas foi em 2003, com o lançamento de Traição Entre Amigas, que a brasileira de 46 anos estourou.
Desde então, fez uma verdadeira revolução em sua carreira: de uma escritora de livros para o público adolescente, espaço que dominou quando “tudo era mato”, Thalita transformou-se em figura constante nas produções audiovisuais do país.
m conversa com o Metrópoles, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, Thalita disse: “O cinema demorou a me achar, mas quando me achou também… É um caso de amor que não vai terminar tão cedo, porque o bichinho do cinema me pegou, o bichinho do audiovisual me pegou a ponto de estar criando projetos inéditos, independentemente de livros.”
Pronta para lançar o filho Uma Fada Veio me Visitar, que atua como roteirista, Thalita ainda comentou sobre as expectativas de trabalhar com Xuxa Meneghel, que marca seu retorno aos cinemas com o longa-metragem, inspirado no livro homônimo da própria autora.
Veja a conversa completa com Thalita Rebouças:
Metrópoles: Em 2021, fiz uma matéria sobre você e, naquela ocasião, você tinha seis de seus 21 livros sendo adaptados ou já adaptados para o cinema e o streaming. Como foi essa virada de chave, para você entender que poderia transformar suas obras em produções para a TV e as telonas?
Thalita Rebouças: Cara, desde que eu comecei, falam pra mim uma frase que eu ouço até de diretores dos meus filmes: seus livros e os diálogos estão prontos, é só copiar e colar. E eu acho que muito por causa disso e por eu falar tanto do dia a dia, eu consigo entender o que faz os leitores acharem que os meus livros são filmes. Então eu também achava.
O cinema acho que demorou a me achar, mas quando me achou também é um caso de amor que não vai terminar tão cedo, porque o bichinho do cinema me pegou, o bichinho do audiovisual me pegou a ponto de estar criando projetos inéditos, independentemente de livros.
M: Você é dona de obras muito inspiradoras, cito Fala Sério, Mãe. Essa obra específica eu senti que conseguiu transpassar a emoção do livro para o cinema. Como você trabalha com essas adaptações, principalmente falando sobre a fidelidade da obra?
TR: É muito bom fazer parte de tudo, desde do elenco até a escolha da figurinista, da caracterizadora, é tão importante acompanhar passo a passo. Faz tudo ficar melhor. Estar perto faz toda a diferença, eu acho. E escrever o roteiro também, porque tem várias vezes que eu estou trabalhando, eu falo: “Não vamos botar esse diálogo aqui”. E o diretor briga: “Não, cara, copia e cola, dá um copy paste”. Às vezes eu brigo com o diretor, que eu quero cortar os meus diálogos, eles querem botar.
M: O próximo livro que vai virar filme, se não me engano, é Uma Fada Veio me Visitar, que tem até a Xuxa no elenco. Você se torna cada vez maior, isso é notável. Você esperava estar nesse espaço, Thalita, ser a potência que é hoje quando começou a escrever?
TR: Nunca, nunca, nunca, nunca. Quando eu vejo uma fila, quando eu vejo as pessoas, as autoras novas, dando um pirulito em troca de dois minutos… É muito lindo ver tanta gente falando como eu inspirei, sabe? Quando eu cheguei tudo era mato, cheguei capinando e abrindo espaço. Eu fico muito orgulhosa de olhar para trás e ver quantos leitores eu formei e quantos novos autores eu pari, ajudei a parir.
M: Tem algum livro específico ou alguma série que seja a sua preferida?
TR: O Confissões. A série Confissões pra mim é muito importante, é um marco na minha carreira, que eu falo de diversidade mesmo, falo de temas que me angustiam em relação a adolescentes, suicídio de adolescente. Eu demorei muito a ter coragem pra falar sobre isso, sobre automutilação. É uma série que eu acho que eu consegui unir delicadeza, responsabilidade e humor, por incrível que pareça. Eu tenho muito orgulho da Natali e sua vontade idiota de agradar todo mundo, pra mim é o meu melhor livro, é o livro em que eu reúno a Thalita do Fala Sério, Mãe com a maturidade da Thalita de Confissões.
M: O mercado de livros para jovens adultos vem crescendo cada dia mais, e vejo você como uma pioneira nesse meio. Como você encara o crescimento desse mercado e o que precisou mudar desde o seu primeiro lançamento para agora, considerando toda essa evolução?
TR: Eu estou sempre num contato muito próximo com o meu público. As mudanças vão acontecendo. Mas não é tanta mudança assim se você parar para pensar que os nossos pais também sofreram bullying. Só que não tinha nome. As pessoas já se machucavam, já se cortavam, não tinha esse nome. Então eu acho que a gente está num momento de mudança sim, mas a essência é a mesma. Não é difícil, não tem o que acompanhar, é só estar sempre atento a eles.
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