Desde a difundida e transformadora Revolução Francesa (Final do Séc. XVIII – 1789), na qual a população se voltou contra a monarquia frente aos desmandos e injustiças do então Rei Luís XVI (pequeno adendo: inspirador do salto alto.), que não poupava esforços em taxar a população (impostos) e gastar tudo em grandiosas farras no palácio. Neste período, o povo exigia maior participação nas decisões (democracia). Também foi o “nascimento” para classificar o que conhecemos como “esquerda e direita” ideológicas (jacobinos e girondinos, respectivamente).
Outro indicativo, foi a revolução de 1917 (ou Revolução Russa), pós-primeira grande guerra (séc. XX, de 1914-1918), existiu uma fragmentação social entre grupos que se denominavam bolcheviques (maioria) e mencheviques (minoria). Movimento este que tinha o intuito de discutir sobre fim do feudalismo, melhores condições de vida e direitos igualitários a sociedade.
Estas comoções populares determinariam o que, até os dias atuais, ressoa como um rugido de um gigante adormecido; causando temor, receio e o próprio medo no coração dos detentores do poder. Isto seria o Comunismo. Mas levanta-se, então, a questão primordial sobre o assunto: afinal, por que um movimento como este assusta e de forma tão aterrorizante os “grandiosos”?
Primeiro de tudo, é preciso entender o que ele é, nas suas formas teórica e prática:
O Comunismo – Teoria
Seria, basicamente, a força antagônica ao Capitalismo. Tende ser a balança que equilibra o famigerado “jogo do enriquecimento” (assim o chamo, pois é como vejo as relações de trabalho, atualmente). É o movimento que busca a abolição do sistema de classes sociais (cujo objetivo mais desune que aglutina seres humanos), fim da propriedade privada e extinção do Estado. Ou seja, o controle dos meios de produção e o funcionamento da sociedade passariam a ser de responsabilidade dos próprios cidadãos/trabalhadores (a chamada “ditadura do proletariado”).
O Comunismo – na Prática
Segundo os ideais dispostos na obra Manifesto Comunista dos sociólogos Karl Marx e Friedrich Engels, caso a sociedade chegue a esta configuração, todos teriam o direito ao consumo de bens e serviços sem restrições ligadas ao capital. Vale salientar que, num mundo comunista, você consumiria de forma proporcional ao que se trabalha. Em outras palavras, apenas se ganha ou usufrui daquilo que se produz.
Visão da Elite sobre o Comunismo
Já foi feita por alguns autointitulados “doutores” a tentativa explicar o Socialismo (etapa intermediária do Comunismo) com base no sistema de notas/avaliações em salas de aula. Por exemplo:
‘Karina é uma moça exemplar, muito estudiosa e aluna dedicada à escola. Graças a seus esforços, apenas tira nota máxima em seus exames. Em contrapartida, existe Joãozinho – preguiçoso, despreocupado, dorminhoco, baderneiro e com suas notas horríveis – o típico aluno “do fundão”.’
Segundo ele, em um sistema socialista, Karina e Joãozinho tirariam as mesmas pontuações nos exames pois o esforço de dela valeria por dois. O que obviamente, para qualquer um, seria injusto, não acha!? Outros também atestam que, com o comunismo, muitos precisaria dividir igualmente as suas “riquezas/conquistas” com aqueles que menos têm, com os mais necessitados, e até mesmo colocá-los dentro de suas casas. Ambas as situações um tanto absurdas, não!?
Esta seria uma visão correta do movimento?
A realidade é que nem o socialismo, nem o próprio (comunismo) aprovariam esta explicação. Isto seria exatamente o TOTAL OPOSTO ao movimento: pessoas se esforçando mais do que precisam, gerando uma riqueza exorbitante e garantindo lucro para um único ser (o então chamado “patrão”). Ou seja, trabalhar arduamente e não poder ter usufruto de seu suor.
Logo, a verdadeira pergunta e que deve ser feita para você, caro leitor, é a seguinte: qual movimento ideológico prega, por si só, a exploração da força de trabalho e do tempo de vida das pessoas (minando sua qualidade de vida), buscando o crescimento do patrimônio pessoal de alguém que nunca vai à empresa/fábrica/indústria?
Sugestão: você pode deixar a sua mais sincera contribuição nos comentários abaixo!
E por que as elites precisam manter este discurso?
A razão é bem simples e até mesmo óbvia: é LUCRATIVO!
Foi algo percebido por diversas personalidades políticas, ao longo da história brasileira (a exemplo de Getúlio Vargas) e por aqueles que detém o poder econômico. Poder capaz de mudar os rumos de uma eleição. Se um sistema te diz que é possível você ganhar proporcionalmente a seu esforço e que ninguém precisaria servir ou vender o seu tempo a outra pessoa, é algo que assusta.
Isso, se fosse uma realidade próxima de acontecer, ocasionaria a ruína dos perpétuos marajás do poder que se mantêm sempre “no topo do universo”. Famílias tradicionais e riquíssimas veriam seus gigantescos impérios findarem-se em nada. Seria esta, de fato, a verdadeira definição de meritocracia (algo que não é praticável em uma sociedade capitalista)
Considerações Finais
Ciente de tudo que foi discorrido ao longo da matéria, faz-se mais uma pergunta aos “olhos desatentos” – termo utilizado pela senhorita Bira no TikTok – que muitas vezes acham enxergar a realidade dos fatos, mas não observam que há todo um aparato midiático o(a) bombardeando diariamente com informações falaciosas (ou, como sugere a palavra do momento, narrativas):
Em qual sistema social será que vemos pessoas sendo resgatadas de verdadeiras “senzalas modernas” em situação de trabalho análogo a escravidão? E em qual ideologia observamos a necessidade exacerbada de sempre buscar mais em decorrência do sofrimento de muitos?
Mais uma vez, convidamos você a participar de forma ativa deste debate!
Por João Pedro Martins Terto
Fontes:
Politize!https://www.politize.com.br › comu…Comunismo: 4 pontos para entender este conceito
brasilescola.uol.com.brhttps://brasilescola.uol.com.br › co…Comunismo: o que é, símbolo, diferença do socialismo
Revolução Russa (1917): resumo, o que foi e causas – Toda Matéria (todamateria.com.br)
Revolução Francesa: o que foi, fases, causas e consequências – Toda Matéria (todamateria.com.br)
Rapaz, Pedro é um colunista de mão cheia. Entre a resenha política e a crônica, fico com as duas, pois unir estilos e convencer o leitor, não é coisa fácil.
Parabéns, é um colunista de mão cheia. Entre a resenha política e a crônica, fico com as duas, pois unir estilos e convencer o leitor, não é coisa fácil.
Grato pela apreciação, professor. Ressaltando que aprendo sempre com o mestre. Ainda tenho o que melhorar, mas fazendo sempre o possível para avançar nos temas rsrs