Como acontece com governos golpistas neoliberais, a estratégia é sucatear a empresa estatal ao máximo e depois privatizar bem abaixo do preço de mercado.
Não sabemos o que acontece com o futebol brasileiro, mas já foram vendidos o Bragantino que virou Red Bull Bragantino, o Bahia, o Cruzeiro, o Vasco, o Cuiabá e o Botafogo e mais uns 20 clubes menores.
Todos viraram Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Empresa privada, que também são donas de grandes casas de apostas e outros negócios em todo o mundo.
As SAF’s só se tornam possíveis no futebol brasileiro, depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sancionou o Projeto de Lei que permite aos clubes de futebol, alterar seus estatutos para virarem empresas privadas.
De acordo com Mattos (UOL, 2022), em apenas um ano da lei, apresentada pelo Senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já são 24 clubes em diferentes séries que se tranaforam em SAF, ou seja, foram pritizados e se transformaram em Siciedade Anônima.
Vários clubes se tornaram empresas privadas, financiados por bancos, empresas de crédito e grupos de capital especulativo. Contratos bilionários, compra e venda de corpos humanos como se fossem gladiadores. Grandes marcas internacionais organizam o “mercado da bola” e os meios de comunicação dedicam horas e horas aos programas ou resenhas esportivas.
Esse é um movimento do capital financeiro especulativo que viu no entretenimento global um grande campo de negócios, atraídos também pelas Bitcoins, pelas apostas eletrônicas e outros negócios bilionários, pois com os dados de apostadores em planilhas eletrônicas é possível prever resultados combinados, em que o lucro pode ser garantido de forma rápida e segura.
O futebol já é uma paixão mundial, principalmente para o segmento masculino e os campeonatos europeus e latino-americanos movimentam somas astronômicas.
Daí ampliar ainda mais esse modelo de negócio com a inclusão das mulheres ou do “futebol feminino no mercado da bola”. Acho importante que as mulheres também conquiste esse espaço. Claro que a grande mídia emplaca o discurso da inclusão e dos direitos das mulheres, o que não deixa de ser, mas tem o grande interesse dos investidores em envolver novos seguimentos de consumidores ao negócio lucrativo do futebol.
Vejam que os Estados Unidos, sempre desvalorizavam o futebol, mas começaram a investir no futebol feminino e, na atualidade, são os mais interessados em comprar times de futebol masculino pelo mundo.
Empresas dos Estados Unidos, empresas europeias, árabes, chinesas e muitas outras ligadas ao mercado de jogos de apostas estão investindo pesado no futebol brasileiro e da América do Sul a exemplo do Del Valle do Equador e outros clubes históricos.
As empresas Norte-americanas, que controlam grandes clubes de Basquete, futebol americano e beisebol, agora estão se voltando para o Brasil e outros países das Américas e do mundo com grandes investimentos na compra de times de futebol.
Se anteriormente as grandes empresas se limitavam ao patrocínio de clubes, com as propagandas de suas logomarcas e com o uso da imagem de jogadores em suas propagandas, os clubes tinham o poder de contratar, comprar e vender jogadores, agora essas grandes empresas compram clubes inteiros e seus patrimônios materiais, além de assumirem contratos e dividas dos clubes negociados.
Esse gigante mercado da bola alimenta canais de TV fechadas, portais e influencers em redes sociais, motivam milhões de seguidores que de alguma maneira, consomem coisas do futebol, movendo uma estrondosa estrutura do lazer e entretenimento sócio cultural com lucros estratosféricos para os empresários envolvidos.
Por outro lado, com jogadores milionários parecem mercenários da bola, compra e venda de passes de atletas, parece que rola uma espécie de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outros ilícitos com grandes empresas envolvidas?
Até mesmo a instalação de novos mecanismos eletrônicos como o VAR, dão uma ideia de maior justiça nas partidas, mas alguns casos de interferência do VAR são escandalosos. E com as grandes empresas de apostas eletrônicas, as arbitragens e o VAR, ficam muito a dever, alterando completamente alguns resultados.
Vejam como esses clubes comprados, mesmo com times relativamente fracos, estão ganhando destaque, entre os vários campeonatos disputados. Parece um milagre, que afeta apostadores em todo o mundo.
Times que ontem estavam rebaixados na série B, hoje lideram os campeonatos, como se o improvável estivesse acontecendo em um passe de mágica. Será que é apenas o investimento empresarial, ou tem outro esquema, que envolve aposta e compra de resultados, dos times teoricamente sem chances?
As SAF’s são espertas, compram os clubes que estão quebrados, individados ou em crise financeira. Com isso, investem aparentemente em uma agremiação desvalorizada, como um negócio sem vantagens finceiras. Será que esses negócios fracassados são de fato rentáveis, ou o jogo é outro?
É bom argumentar que no Brasil, o futebol é um grande negócio e faz parte da cultura brasileira, assim como o carnaval e as festas de rua. Do menor campo de peladas e campeonato amador até os grandes estádios como o Maracanã em um clássico com 65 mil torcedores, o futebol é uma paixão nacional.
Parece até que alguns times estão ganhando mais quando perdem, pois alguém já tem os resultados eletrônicos contabilizados em bilhões, contando com todos os tipos de possibilidades que vão de um cartão amarelo até a quantidade de escanteios, faltas, até chegar aos resultados. Tipo assim, “têm 12 milhões na conta, tu perde e ao final, nós ganhamos juntos, afinal sou teu maior patrocinador”.
Por todos os lados dos estádios você vai encontrar grandes placas de propagandas dos patrocinadores, que também são empresas que controlam as casas de apostas desses jogos e campeonatos. Parece que o imprevisível passou a acontecer com mais frequência e os favoritos agora não são tão favoritos assim, mesmo que suas equipes sejam bem superiores.
Essa é a pergunta que não quer calar. Como destruir um campeão? Será que é uma ideia simples assim? Quanto ganha um dirigente de clube? Essas perguntas não têm respostas claras, já existem escândalos sendo investigados.
Não se sabe como, mas o Flamengo, que era o único clube que estava na final de duas taças internacionais, uma nacional do final de 2022 para 2023 e as estaduais e, simplesmente perdeu tudo. Perdeu 6 títulos e não ganharar o Brasileirão, pois ficou muito para trás, perdendo, justamente para os times mais fracos do campeonato.
Não queremos tirar o mérito de outras equipes, mas o time mais caro, mais preparado e melhor posicionado nos campeonatos brasileiros, que estava competindo em sete campeonatos e torneios, simplesmente perdeu tudo.
O Flamengo que nos últimos cinco anos, empilhou títulos, nesse ano de 2023, tinha tudo para ser o melhor campeonato para o Flamengo e, foi justamente o pior de toda sua secular história.
Antes dessas competições, os dirigentes do clube demitiram o técnico Dorival Jr, campeão da copa do Brasil e da libertadores, em 2022, com classificação para o mundial de clubes, Recopa sul-americana e copa dos campeões.
Mesmo com todos esses títulos em disputa, demitiram o técnico sem nenhuma explicação plausível. Agora, Dorival Jr. foi campeão da Copa do Brasil, pelo São Paulo, justamente em cima do Flamengo que lhe demitiu.
Na sequência, os dirigentes do Flamengo venderam João Gomes, o melhor meio de campo e Rudney o melhor lateral direito do Brasil e ainda deram férias de 45 dias aos outros jogadores, que tinham sete títulos em disputa.
Aí contrataram Vitor Pereira, um técnico fraco, que perdeu as 3 competições que o Flamengo tinha no começo de 2023, além do campeonato Carioca e, em cerca de 60 dias se foram quatro títulos.
Instalada a crise, para demitir o Vitor Pereira que deixou o Flamengo nas cordas, ainda pagaram uma multa rescisória de 15 milhões, para dispensar o treinador das derrotas em tempo recorde.
Aí trocaram de técnico novamente e agora com Jorge Sampaoli, continua em uma situação ainda pior, perde e empata mais do que ganha. Perdeu até para o Maringá (serie D), com todo respeito.
Nesse ritmo de derrotas, o Flamengo foi eliminado da libertadores, perdeu a copa do Brasil e não tem mais chances de ganhar o Brasileirão 2023.
2023 foi decretado o pior ano da história do Rubro Negro. Com mais de 90 dias para terminar o Brasileirão e ao Flamengo, só resta lutar pra ver sua classifica para a Libertadores de 2024, pois até isso tá arriscado perder.
Na Copa do Brasil passou para as oitavas com muita dificuldade e aos trancos e barrancos, tendo que enfrentar o São Paulo, mas com a irregularidade entre o perde, empata e ganha, perdeu o último título com uma derrota e um empate e, 70 milhões de prêmio foi jogado na lata do lixo. Será que houve alguma outra compensação, como os 26 milhões de arrecadação do jogo no Maracanã?
Na libertadores não foi diferente, pois perdeu um jogo, ganhou 1 e empatou outro (4 pontos em 3 jogos). Perdeu para o Aucas, ganhou do Nublense e empatou com Racing. Como é uma chave muito fraca, se classificou, mas com esse joguinho de faz um gol e para de atacar, na sequência leva dois e perde, também deu adeus a Copa Libertadores, sendo eliminado para o Olímpico do Paraguai, depois de um pífio 1 a zero no Maracanã e levou de 3×1 lá no Paraguai.
Tivemos péssimos exemplos, perdas e empates para times, que no Brasil, estariam na Série B, C ou D e, ser eliminado nas oitavas de final para o Olimpia do Paraguai, acendeu o pisca alerta.
Como um time que, apesar de contar com grandes e experientes nomes do futebol mundial, vive uma crise como essas?
Só o banco de reservas do Flamengo, possuí um elenco de dar enveja em qualquer clube da América do Sul.
Contra o Fluminense já perdeu o Carioca em 2022 e 2023. Sob pressão, com jogadores sem espírito de Flamenguistas, meio que aquem das suas capacidades, não podemos culpar apenas os treinadores.
De cara os torcedores nem acreditavam na vitória do Flamengo pela final da Copa do Brasil. Esse é um dos piores momentos do clube e para desenganar ainda mais, Jorge Sampaoli é um péssimo técnico, sem equilibrio emocional, truculência e desafetos, deixa os jogadores desorientados. Em 32 partidas e nunca repetiu o elenco. Tem em suas mãos, dois times titulares e só fracassa.
Ou tem alguma tramóia ou é apenas falta de sorte. Será? O Flamengo 2023, já esteve na beira dos últimos lugares no Brasileirão 2023 e, apesar da recuperação , continua sem possibilidades de conquistar o título, isso para o time mais caro e mais completo do Brasil, não existe justificativa plausível.
São mais de 50 milhões de torcedores em todo o Brasil e mais de meio milhão de torcedores espalhados pelo mundo. São milhões em ingressos nos jogos, milhões em produtos com a marcas da paixão rubro-negra.
As casas de apostas estão lavando a burra com as derrotas do Flamengo. Quanto mais o time perde ou empata, mais os aposentadores no Flamengo, perdem dinheiro, inclusive os rivais que apostam com base em um elenco extremamente forte.
Com as derrotas e empates do rubro-negro, alguém tá ganhando muito dinheiro, pois parece uma zebra constante e aterrorizante. Muitos estão deixando de fazer apostas, pois parece um jogo de cartas marcadas.
Se querem destruir o Clube de Regatas Flamengo, se esse é um propósito, parecido com as praticas dos governos corruptos que quebram as empresas estatais para depois privatizar, estão conseguindo e muito rápido.
O Bragantino, Cruzeiro, Botafogo, Cuiabá, Bahia e Vasco foram pra série B e ficaram por lá um bom tempo. Foram ao fundo do poço, ficaram na lama, aí apareceram milagrosamente, uns investidores internacionais, que compraram literalmente os clubes citados. “Quem quer comprar? Saldo de estoque, aproveita com 80% de desconto”.
Será que esse será o destino do Flamengo? Essa é uma questão a ser pensada, pois o Flamengo falava em construir Estádio para 120 mil torcedores, até um dia desses falava em comprar um time português da série B, atualmente lota o Maracanã com 50 a 65 mil torcedores e a frustração é uma constante.
O Flamengo é uma das mais lucrativas empresas do Brasil. Não é uma estatal, mas mexe com o coração de 54 milhões de torcedores, que não medem esforços para ajudar o time. Além de mais uns 100 milhões de rivais que assistem os jogos do Flamengo só para “secar” suas possíveis vitórias.
Depois da população do Brasil e da Colômbia, a torcida do Flamengo é a terceira maior população da América do Sul.
Alguns órgãos de imprensa acreditam que esses números podem ser bem maiores, chegando até uns 58 milhões de torcedores, em especial quando analisam os acessos as redes sociais e o consumo da marca Flamengo. Isso sem contabilizarem os produtos não oficiais, que também movimentam milhões, por dentro da economia popular.
Se for esse número mesmo, o Flamengo nas três Américas, só perderia em população para os Estados Unidos, Brasil e México e seria a quarta maior população de todas as Américas, deixando a Colômbia em quinto lugar com cerca de 50 milhões de pessoas.
Do ponto de vista do capitalismo, o Flamengo é um lucrativo negócio global com consumidores fiéis. Inclusive de notícias, pois bem ou mal, o Flamengo é pauta em todas as resenhas esportivas.
E olha que só estamos falando do futebol profissional masculino, sem incluir o grande destaque em dezenas de outros esportes e fases em formação, incluindo o futebol feminino que já é destaque.
O Flamengo é um dos poucos clubes de grande porte que nunca chegou a série B do campeonato Brasileiro, ao exemplo de Atlético PR (6 vezes B), Vasco (5 vezes B), Fluminense (série B e C), Botafogo (3 vezes B), Palmeiras (2 vezes B), Cruzeiro (3 vezes B), internacional (3 vezes B), entre tantos outros como São Paulo, Corinthians, Santos, Grêmio etc.
Se é pra vender o clube ao preço de bananas é preciso rebaixar o time ao máximo, quem seriam os grandes arquitetos desse plano malvado, será que conseguirão arrastar o Flamengo até a série B?
Saudades de Bandeira de Mello, aquele que colocou o Flamengo no patamar mais elevado da prateleira mas alta do futebol brasileiro e mundial.
Espero que não destruam a grande paixão popular brasileira, com a ganância do capital fácil e lucrativo.
Como torcedor do clube desde criança, sinto um aperto no peito, mas se o Flamengo virar uma SAF, deixarei de torcer literalmente.
Por Belarmino Mariano
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