Guerras, mortes, suicídios, homicídios, feminicídios, queimadas, e etc. A todo momento a mídia nos assalta com diversas informações que não são criadas, mas, que são apenas um retrato daquilo que acontece, e é visto, e um centelha do que acontece e não é mostrado. Me peguei a pensar, como reagir a tudo isso? Que resposta o nosso corpo oferta, a tantos bombardeios psicológicos?
No inicio dos anos 90, Freud concebe o conceito de trauma como “um excesso de energia psíquica”, trocando em miúdos, o trauma ocorre quando não damos conta de lidar com determinada situação. Já estamos advertidos que as crises de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e tantos outros nomes, são uma resposta orgânica (e não só), aquilo que externamente tentamos lidar. O excesso de informação acerca de tantos fatos já citados, é um bombardeio psíquico a quem assiste. Há diversos relatos, inclusive pesquisas desenvolvidas, relativas ao momento da pandemia da COVID-19, que quanto mais informação as pessoas consumiam, mais ansiosas ficavam.
Mas, não intenciono com isto, dar-lhes uma resposta, ou se quer lhes indicar técnicas que venham a amenizar tais reações, mas, convidar e provocar a ideia que já é trabalhada dentro do campo psi. Dentro dos aspectos fisiológicos em saúde, conseguimos falar de um dos principais princípios chamado “prevenção”. Conseguimos prevenir doenças, inúmeras vacinas hoje previnem enfermidades que em tempos remotos matavam, ou paralisam partes do corpo, levando a coadunar com tantas outras síndromes virais. Todavia, frente ao psiquismo, não conseguimos falar, tampouco ocupar-se de meio de prevenções aos transtornos psíquicos, e porquê? Quando falamos do psíquico, tratamos da subjetividade, de como cada um enfrenta as diversas situações que atravessamos. Cito mais uma vez a pandemia da COVID-19, quando o mundo inteiro viveu esse momento que durou quase três anos, e a única certeza cientifica que temos é: cada um viveu e atravessou esse momento a seu modo. Cada um olha o mundo a partir das suas impressões, a partir das suas vivências infantis, como nos diria Freud.
Frente aos nossos aspectos mentais, somos sempre impotentes.
Quando se trata da nossa mente, da nossa “cabeça” como falamos no interior do nordeste, o buraco é bem mais embaixo.
Humberto Júnior – Psicólogo
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