Pessoas com diabetes devem estar sempre atentas para evitar infecções: em geral, a doença metabólica aumenta o risco de complicações para a maioria dos problemas de saúde, especialmente quando o quadro não está controlado. No caso da dengue, não é diferente.
Um estudo publicado na Travel Medicine and Infectious Disease, em agosto de 2023, mostrou que o risco de hospitalizações de pessoas com diabetes diagnosticadas com dengue é de 63%. Pacientes sem diabetes têm, em média, 38% de risco de hospitalizações.
A pesquisa se valeu de informações dos históricos de saúde de 936 pacientes diagnosticados com dengue, sendo que 20% deles (184) eram diabéticos. Segundo a análise, as pessoas com diabetes eram, em sua maioria, idosas e tinham outras comorbidades, como sobrepeso e pressão alta, o que também pode ter contribuído para o elevado número de hospitalizações.
Cuidados necessários
No momento em que a dengue registra níveis epidêmicos – do início de janeiro até a tarde desta segunda-feira (26/2) foram registrados 920 mil casos prováveis da doença – é importante que as pessoas em grupos de risco foquem na prevenção.
O endocrinologista Flavio Cadegiani, que atende em Brasília, reforça a importância de manter a diabetes controlada. “Pacientes com quadros controlados tendem a ter muito menos complicações de dengue grave”, ressalta o especialista. “Se o paciente tem acesso também deve tomar a vacina o quanto antes”, completa.
O especialista recomenda que, caso o diabético descubra que está com dengue, redobre a frequência do monitoramento dos níveis de glicemia no sangue, pois o vírus interfere na compensação do açúcar. É preciso estar atento também aos remédios nabituais, para confirmar se eles devem ou não ser administrados no período da dengue. O uso de insulina e de remédios para controle do diabetes, porém, não deve ser interrompido.
Como a diabetes piora a dengue?
Os quadros de dengue grave ocorrem quando a doença diminui as plaquetas e os hemócitos. Assim, os sangramentos do corpo não são contidos e os órgãos acabam tendo sua nutrição comprometida.
A diabetes também é uma doença que afeta a composição do sangue e as duas doenças acabam interagindo uma com a outra, gerando maiores complicações.
A dengue eleva a proporção do hormônio cortisol no corpo, estressando o organismo e estimulando a transformação de alimentos em glicose. Este açúcar circulando pelo organismo não é processado de maneira adequada em pessoas com diabetes, por conta da falta de insulina.
“Quando o paciente contrai dengue, ele pode ter hiperglicemia mesmo sendo uma pessoa sem diabetes. No caso do diabético, a glicose fica totalmente descontrolada”, explica o endocrinologista.
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