Morre o estilista francês Claude Montana, o “Rei das Ombreiras”

O estilista Claude Montana morreu, nesta sexta-feira (23/2), aos 76 anos, em Paris, na França. Nos últimos anos, ele estava afastado da moda, mas a partir da década de 1970 deixou uma marca na história da alta-costura. As quebras de padrões nas criações fizeram do francês um nome determinante na construção da estética dos anos 1980. Anunciado pela Agência France Presse, o falecimento não teve a causa revelada.

Os designs revolucionários e a abordagem ousada de Montana conquistaram admiradores em todo o mundo, especialmente com a marca homônima, fundada em 1979 e que o elevou à alta sociedade parisiense na década seguinte. Socialites da capital francesa se encantaram pelo exagero de seus desenhos e o incorporaram rapidamente ao vestuário.

Com o sucesso, o designer recebeu uma proposta da Dior para se tornar diretor artístico, mas ele recusou o trabalho. A escolha foi pela Lanvin, que buscava alguém para revitalizar as coleções. A atuação de Claude Montana na marca francesa rendeu consecutivamente dois prêmios Dedal de Ouro, a mais alta distinção da alta-costura.

Modelos ao lado do estilista Claude Montana durante desfile de moda, em 1983 - Metrópoles

Claude Montana com a modelo Wallis Franken. Ela usa um look branco - Metrópoles

Três modelos na passarela de moda. Elas usam roupas em preto e branco. Ao fundo, está a escrita "Montana" - Metrópoles

O estilista, ao lado de Thierry Mugler e Jean Paul Gaultier, foi um dos pioneiros em apresentar looks de ficção científica retrô com ombreiras massivas no fim dos anos 1970. Contribuiu para uma estética futurista que ecoaria nos anos seguintes. A década de 1980 pode ser definida como a “era dourada” de Montana.

Os designs do estilista, caracterizados por ombros largos e silhuetas dramáticas, tornaram-se emblemáticos. Mais do que apenas seguir tendências, o profissional moldou a maneira como as pessoas se vestiam e se expressavam. O legado do designer incluiu ainda uma uma mudança gradual em direção a formas mais suaves no fim da década, o que demonstrou uma versatilidade criativa com atemporalidade.

A fusão mágica de estrutura e fluidez, com linhas diretas e arquitetônicas, além de detalhes impressionantes, marcou Claude Montana como um verdadeiro visionário. Ao longo da carreira, ele se reinventou, explorou novas tendências e se manteve como uma figura influente na moda.

Michel Maurou/WWD/Penske Media via Getty ImagesNa imagem em preto e branco, o estilista Claude Montana passa pela passarela de moda com duas modelos - Metrópoles
Silhuetas extravagantes eram característica marcante do francês

Images Press/IMAGES/Getty ImagesNa passarela de moda, modelo usa vestido preto por cima de camisa branco com mangas bufantes, além de lenço preto no pescoço - Metrópoles
Desfile da primavera 1996 de Claude Montana

Pierre Vauthey/Sygma/Sygma via Getty ImagesDuas modelos posando em desfile da Lanvin de 1990. Elas usam roupas acetinadas - Metrópoles
A atuação na Lanvin foi reconhecida e premiada na alta-costura

Conhecido como Rei das Ombreiras, Claude viveu um período difícil em 2008, quando foi agredido em casa por um ex-dançarino de discoteca. Além das sequelas resultantes do episódio, o estilista passou por um processo judicial, no qual foi acusado pelo agressor de tê-lo contaminado com hepatite B.

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