A rua mudou de nome, agora Fernando Machado, e a dupla serial killer já morreu. Mas a antiga Rua do Arvoredo continua sendo a parte mais “mitológica” de Porto Alegre, segundo o autor Tailor Diniz, que lança um romance sobre a história verdadeira do casal que vendia linguiças feitas com carnes de suas vítimas.
Os crimes reais de José Ramos e Catarina Palse completam 160 anos em 2024, e, até hoje, causa repulsa em quem descobre detalhes sobre o caso: a mulher atraía imigrantes alemães afortunados para a casa. Seu cônjuge, por sua vez, os matava. Com a ajuda do açougueiro alemão Carlos Claussner, os corpos das vítimas eram transformados em linguiça. Sem que ninguém desconfiasse, a carne humana era vendida no comércio da Província de São Pedro, como então era chamada a antiga capital do Rio Grande do Sul.
Ao O Globo, o escritor revelou a sua motivação para resgatar o crime em Os Canibais da Rua do Arvoredo. “Tentei trazer uma história absurda de um século e meio atrás para dialogar com os absurdos que temos hoje, nestes tempos de redes sociais”, explica Diniz, e completa: “Trato delírios atuais como, por exemplo, as pessoas que acreditam que na vacina contra a Covid é introduzido um chip através do qual a mente pode ser manipulada”.
Tratada pelo Le Champs, da França, como “o maior crime da Terra”, a história rodou o mundo na época e chegou a ser citada nas anotações de Charles Darwin. “Existe um chacal adormecido em cada homem?”, questionou o naturalista.
Nessa antiga lenda urbana porto alegrense, que também será adaptada para o cinema, Tailor Diniz tempera o enredo com elementos adicionais: o fastio à carnificina, o ardente desejo sexual, o medo e a conexão entre passado e presente.
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