Léa Toscano, 74 anos, entrou novamente na dança fisiológica dos partidos, pois de ex-prefeita pelo MDB (1996-1999) e ex-deputada estadual (PSB entre 2010-15), passou por vários partidos políticos, pois saiu do MDB em 2001, depois do rompimento político entre os paulinos e Toscano, migrou para o PSDB (2001-2010), depois foi para o PSB (2010-2015) e se elegeu deputada estadual, com um mandato inexpressivo. Depois retornou ao PSDB (2015-2024) e não mais se candidatou a nada.
Agora quer voltar a ser prefeita de Guarabira e já rompeu com o PSDB, podendo migrar para o União Brasil.
Esse tipo de movimento político é a clara definição de pouca coerência política e uso de legendas de aluguel, com fins puramente eleitoreiros.
Léa tem uma longa história de mudar de partido, conforme o sabor dos interesses e no atual momento, o PSDB está muito queimado, inclusive em Guarabira, por estar governando o município por quase uma década, sendo a pior administração dos últimos anos.
Não podemos esquecer que o PSDB foi o grande articulador do Golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e dos esquemas da lava-jato que prendeu Lula injustamente, criando as condições materiais e políticas para a ascensão da Extrema Direita e o Bolsonarismo na presidência do Brasil.
Os tucanos depois de terem sido os grandes articuladores do golpe, de terem se envolvido nos grandes escândalos de corrupção de Aécio Neves e das sucessivas derrotas para o PT de Lula e de Dilma, o PSDB que chegou a ser o segundo maior partido do Brasil, entrou em profundo declínio em todo o país.
Na Paraíba a legenda tucana foi a base do Clã Cunha Lima e grandes aliados do litoral ao sertão. Em Guarabira contou com a força política de Zenóbio Toscano, mas com a sua morte, a legenda da atualidade, vive um completo declínio político.
O desgaste do governo municipal como gestor eleito pelo PSDB com total apoio de Léa e Camila Toscano, afundou ainda mais a imagem do partido em Guarabira e na região.
A Saída de Léa é mais uma queda nas bases do PSDB, ficando a filha Camila Toscano, que é deputada estadual, apesar de um mandato apagado, pois não trouxe nada de efetivo para Guarabira.
Quanto ao Partido União Brasil (UB), nova escolha partidária de Léa, é uma legenda que mistura golpista de direita e extrema direita, fruto de uma fusão do DEM, ex-PFL e o PSL ex-partido de Jair Bolsonaro.
Estes partidos sempre estiveram no Centrão e as mudanças de nomes e fusões estão diretamente ligadas aos escândalos de corrupção, em diferentes estados e no próprio congresso nacional.
O golpe contra a presidente Dilma e o nome sujo de vários líderes políticos destes partidos, deram a base para eleger Jair Bolsonaro, pior presidente da história do Brasil pelo PSL (17). Depois, ele próprio traiu e foi traído pelas raposas do PSL, ficando sem partido durante quase todo seu mandato.
A terrível administração de Bolsonaro e uma guerra interna dentro do PSL (17), rachou o partido, e as crises de corrupção dentro do DEM, fizeram com que os dois partidos se fundissem para escapar dos processos e apagar a imagem negativa das legendas. Então, o União Brasil (UB) é na verdade uma união artificial, pois os antigos líderes vivem uma guerra interna sem precedentes para saber quem controla as contas e a legenda do (Des)união Brasil.
A aproximação e apoio à extrema direita golpista fez com que o partido conseguisse fazer uma grande bancada de sustentação ao centrão e as votações de leis que atacam os direitos da classe trabalhadora e beneficia às elites dominantes.
Os deputados e senadores da legenda, sempre estão na ala do Centrão que deram sustentação ao ex-governo Bolsonaro e atualmente fazem chantagens ao governo Lula, inclusive com cargos em ministérios e ameaças para conseguir mais dinheiro para seus esquemas.
Nesta semana tivemos uma grande crise dentro do Diretório Nacional do (Des)União Brasil, com um incêndio da casa da irmã de Antônio Ruêda (tesoureira do partido), expulsão de Luciano Bivar, roubo de jóias e dinheiro, além de denúncias trocadas de enriquecimento ilícitos, patrimônios nos Estados Unidos, entre outras confusões e acusações.
Luciano Bivar, que era dono do PSL e deu legenda para Bolsonaro se eleger, depois brigaram, forçando Bolsonaro a sair do PSL. Depois Bivar fundiu o partido com o DEM que virou União Brasil. Agora, perdeu a presidência da legenda para Antônio Ruêda que era aliado , mas Bivar, além de deposto da presidência do partido, está sendo expulso do UB.
A grande briga é claramente pelo controle do quarto maior fundo eleitoral dos partidos em escala nacional.
Será que a intenção de Léa em ir para o União Brasil é por causa desse grande fundo eleitoral?
A extrema direita e os grupos políticos em disputa pelo controle dos partidos, dizem respeito ao fundo partidário, que no caso do União Brasil, ultrapassa os 500 milhões de reais.
Vejam em qual partido Léa Toscano poderá se meter? Golpistas de extrema direita, que tocam fogo na casa uns dos outros, que acusam suas esposas de ladras de cofres, entre outras ameaças.
O Democratas e PSL, depois que elegeram Bolsonaro, velhas raposas do Centrão que estão em guerra declarada, pelo controle do partido, deixam um rastro de incerteza e insegurança para o pleito de 2024.
Léa poderá entrar no (Des)União Brasil e se prejudicar políticamente. Basta lembrar que nesse partido é “cobra engolindo cobra”, com nomes como Bivar, Aruêda, Caiado, AC Neto, Efraim Filho e por aí vai.
Léa precisa ter cuidado, pois as raposas estão à espreita e a casa além de queimada pode cair. Sem Zenóbio que tinha grande visão e articulação política, com um sucessor no comando da prefeitura, sendo avaliado como um dos piores gestores de Guarabira, na qual Léa era secretária municipal, também recai sobre ela essa péssima imagem. Léa poderá está se dirigindo para um partido muito envolvido em escândalos de corrupção, além de temerário para ele, fica difícil acreditar que o futuro de Guarabira possa continuar a ser destruído por mais quatro anos.
A outra dúvida é sobre as novas competências exigidas pelo mundo digital ou informacional, pois Léa foi prefeita ainda ao final do século XX (1996), quando o mundo ainda era predominante analógico e a coisa pública não exigia tanta agilidade.
Ou seja, Léa foi prefeita a quase 30 anos atrás. Na época, teve o total apoio do Clã Cunha Lima (PSDB) no governo do Estado e do presidente FHC (PSDB), com a liberação de milhões de reais aos prefeitos aliados, em um tempo em que não existiam leis de responsabilidade fiscal e nem de transparência.
Atualmente, sem a sustentação política de Zenóbio Toscano (PSDB), que foi considerado como um dos maiores articuladores políticos da região, o cenário político é completamente diferente.
Se Léa realmente for para o (Des) União Brasil, como será sua atuação dentro de um partido completamente fisiológico, com caciques fortemente envolvidos em escândalos, denuncias de crimes e até ameaças de morte?
A Desunião dento do partido ocorre com alas que apoiam Lula e outras completamente contrárias. Léa pode está levando sua possível candidatura para uma legenda, que se encontra em uma “guerra de facções” que ultrapassa as eleições municipais, pois existem interesses bem maiores em jogo. Conflitos que envolvem Bivar, Aruêda, Caiado, AC Neto, Efraín Filho e até mesmo o Arthur Lira (PP). Esse barraco poderá dar até cadeia e cassações.
Basta lembrar para Léa Toscano o que os caciques do Desunião Brasil fizeram com a senadora Soraya Thronicke (UB/MS), lhe colocaram como candidata a presidente da República e depois lhe deixaram na mão, com apoio declarado a Bolsonaro jt no primeiro turno e ela só obteve 0,5% de votos, cerca de apenas 600 mil votos em todo o país, tendo perdido até para os votos branco que ultrapassou 1,3 milhões de eleitores.
Estes são os grandes riscos em ir para uma agremiação partidária venal e fisiológica, em que os interesses difusos e as disputas que envolvem até ameaças de morte, caso a pessoa seja eleita, quem vai garantir as bases de uma futura administração?
Sei que no PSDB também existe jogo sujo, disputas internas desleais, mas a família Toscano sempre teve muito respeito e liderança dentro do partido. É um partido organizado, tem diretórios ativos e mesmo em crise pela redução e abandono dos seus quadros, seria bem mais seguro do que a aventura de uma grande legenda que se encontra completamente esfacelada dominada por brigas internas e interesses excusos. Como comentou um amigo, nos bastidores já chamam o “Partido Combustão Brasil”, está pegando fogo literalmente.
Por Belarmino Mariano.
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