Muitos jovens se assustam ao reparar que uma coroa de pequenos espinhos (tipo bolinhas) apareceu em volta da base da glande, popularmente conhecida como a cabeça do pênis. Será falta de higiene? Alguma infecção sexualmente transmissível? Uma deformidade genética?
Se não coçam, não irritam e não doem, podem ser apenas as glândulas de Tyson, que surgem durante a adolescência, quando ocorre o desenvolvimento sexual.
Todos os homens as têm – e mulheres, portanto, não precisam se preocupar. Mais ou menos salientes, em maior ou menor número, e maiores com a ação dos hormônios masculinos, sendo assim mais visíveis nos rapazes e jovens adultos.
Glândulas que ajudam no sexo
Descobertas em 1694 pelo cientista e físico britânico Edward Tyson — daí seu nome —, essas glândulas produzem uma secreção lubrificante, quando o homem está excitado, e servem para facilitar a penetração e proteger o pênis durante a relação sexual.
A literatura médica demonstra que se tratam de estruturas fisiológicas não contagiosas, sem relação com nenhum tipo de doença nem com o fato de o indivíduo ser circuncidado ou não. Com a atividade sexual e o envelhecimento natural do homem, elas tendem a ficar suaves e menores.
Como são glândulas produtoras de matéria oleosa e estão sujeitas a serem recobertas pelo prepúcio (pele que cobre a cabeça do pênis), merecem cuidados de higiene para não provocarem mau odor.
As glândulas de Tyson em si não exalam cheiro, mas o acúmulo de oleosidade dá origem ao esmegma, uma secreção branca e pastosa que pode se acumular entre a glande e o prepúcio. Água e sabão são suficientes para resolver essa questão.
Como diferenciar de doenças
Para que nem homens, nem mulheres fiquem preocupados e tenham certeza de que ele não está com uma doença, ou algum outro problema, é preciso que o homem procure um médico urologista para ser examinado.
Porém, as glândulas de Tyson podem ser confundidas com verrugas causadas por HPV (vírus que atinge a pele e as mucosas) ou por condiloma, uma infecção causada também pelo HPV, mas se diferenciam facilmente dessas doenças por estarem restritas à borda da glande.
Já as verrugas genitais causadas pelo HPV podem acometer qualquer parte do pênis, saco escrotal, região pubiana e perianal. Como já mencionado, as glândulas de Tyson também não coçam, não irritam e não doem.
Remoção pode melhorar autoestima
Embora não representem nenhum risco à saúde do homem e da pessoa com quem ele mantém relações sexuais, as glândulas de Tyson podem ser removidas por questões estéticas, uma vez que sua aparência pode gerar desconfortos.
O homem, por exemplo, pode se sentir incomodado de ter que explicar o que são toda vez que for transar e, por insegurança, pode desenvolver transtornos de ansiedade, depressão e até disfunção erétil.
A cauterização tem sido muitas vezes utilizada para retirar essas glândulas, mas pode deixar cicatrizes e deformidades na glande. Usar ácidos ou cremes também não resolve o problema. Além disso, se forem substâncias abrasivas, podem ressecar e irritar a área.
Se mesmo assim o homem estiver disposto a encarar a cauterização, terá de conseguir o aval de um especialista, que realizará o procedimento em ambiente cirúrgico. Após aplicação de anestesia local, o procedimento estético é feito entre cinco e dez minutos. A recuperação do paciente leva até dez dias e as glândulas, se forem totalmente removidas, não voltam mais.
É importante ressaltar que métodos caseiros ou alternativos disponíveis na internet são arriscados e totalmente desaconselhados pelos médicos.
Fonte: Christian Fuhro, médico urologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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