“É por debaixo dos panos, ou é por debaixo das “ervas daninhas que se escondem os verdinhos da grana”, ops, da grama. Escrever direto do celular sempre causa erros de digitação, mas vamos lá.
Bons entendedores entenderão essa metáfora política dos “jardins, gramados e ervas daninhas”, pois nem tudo é sarcasmo ou humor, quando se trata “da coisa pública” ou da “muda” quando estão falando da pobre prefeitura que sempre leva a culpa, isentando os péssimos gestores que por lá passam.
O ano de eleições municipais é mesmo atípico. E imaginem para um grupo político que já se encontra no poder há pelo menos 12 anos, três mandatos, maquiando a realidade, toda terça feira, programa de rádio repetindo o fake lema: “em Guarabira o trabalho não para”.
Para Guarabira, os poucos gramados das praças indicam outra coisa, pois grama e “erva daninha” juntas é um indicativo ecológico que demonstra seu estado de conservação ou de descuido, pois é o tipo da coisa, quando o “mato” toma conta vemos o estado de abandono.
Um gramado em jardinagem, geralmente feito por tapetes de gramas, é algo quase impenetrável. Depois de plantadas, as gramíneas ocupam todo o espaço, sufocando outras ervas, pois gramíneas são herbáceas (espécies rasteiras), que deitam raízes por toda a área, em um rizoma, com raízes em forma de teia horizontal e brotação dos caules ocultos no solo.
Agora vamos compreender na prática, o que um simples gramado em uma praça pública tem haver com ano eleitoral.
Essa é a praça do Milênio, cartão postal de Guarabira, um dos poucos lugares para caminhadas e passeio.
Nesse local, vemos que as “ervas daninhas já estavam com quase um metro de altura, abaixo encontramos um gramado que por conhecidência, finalmente esta sendo resgatado por agentes da limpeza pública.
Para essas ervas atingirem esse nível de crescimento, precisaram de muito tempo, pois as gramas são territoriais e impedem que outras plantas ocupem seu solo. Só o tempo, a longevidade para que pássaros depositem sementes invasoras através dos seus excrementos e novas espécies passem a disputar solo com as gramíneas.
Aqui abusando um pouco da biogeografia, pois ciência e política as vezes se confundem. Nesse caso, havia um gramado e os gramados precisam ser cuidados, podados, adubados e regados, dentro de um padrão estético de paisagismo urbano.
Como não estavam sendo cuidados como indicam os jardineiros, se encontravam abandonados, como quase toda a cidade, então vimos que as “ervas indesejadas”, tomaram conta dos poucos canteiros da cidade.
Como a praça do Milênio é um local em que caminho com frequência, já encontrei, vacas, burros, jumentos e até cavalos, pastando nesta praça. Alguém vai dizer, ” – é puro exagero do professor”, mas basta seguir as passarelas e irá encontrar tuias de fezes desses animais, ainda amontoadas por lá.
Um gramado é um ótimo local para fazermos um picnic, estirar uma toalha xadrez, levar uma cesta de frutas, se deitar na relva e curtir uma manhã ensolarada ou um fim de tarde, mas em Guarabira não existe essa possibilidade, pois não temos parques naturais, nem amplas praças com estas características.
Os poucos ambientes de passeio público com algum tipo de paisagismo e jardinagens ficam abandonados por anos. Aí em vésperas de eleições, fazem uma uma maquiagem e ponto final.
Agora imaginem alguém inventar de fazer um picnic nesse gramado que reapareceu depois que os agentes de limpeza fizeram uma poda?
Como não é mais só gramado, certamente irão ficar os caules dessas ervas, que furam e machucam, então ninguém vai conseguir ficar aproveitando o gramado. Logo depois, as ervas brotarão e até com mais força, voltarão a suficar o gramado.
Vejam que, pelas fotografias, depois da limpeza, até parece que o ambiente ficou mais agradável, mas ao aproximarmos dos canteiros, veremos que a grama está maltratada demais, com tufos queimados pelo prolongado abafamento das outras plantas.
Até as podas de árvores do local, que aqui em Guarabira eram radicais, cortando quase tudo das árvores para uma maior demora em seus crescimentos, esse ano não estão sendo tão radicais, talvez para ter que fazer mais vezes e parecer que estão trabalhando mais.
É uma pena observar esses fatos, esses detalhes que, geralmente passam despercebidos, que não notamos no dia a dia. Mas, chega o ano eleitoral e começam os trechos com placas de “Homens Trabalhando (PMG)”.
Esse pequeno artigo é um alerta para as pequenas coisas, pequenos detalhes, temas que parecem pouco importantes, quando existem grandes questões municipais a serem tratadas.
Mas se as pessoas ou grupos políticos se colocam como candidatos, se comprometeram com o cuidado da coisa pública e arrecardam impostos, recebem recursos estaduais e federais para esses cuidados, precisam fazer o seu trabalho, pois é obrigação dos gestores, cuidarem bem do patrimônio público.
Fazer isso só em anos e vésperas de eleições é um golpe, pois significa que os recursos para esses fins, podem ter sido desviados para outras “ações mais importantes”, as equipes de trabalhadores podem ter sido reduzidas durante três quatro anos e só é contratado pessoal para esses seus meses que antecedem o pleito eleitoral e por aí vai.
Atentos para os pequenos detalhes ambientais, pois é a coisa pública que está em jogo, como cidadãos republicanos, precisamos colocar os pingos nos iii’s, antes que seja tarde e as “ervas daninhas” continuem se alastrando por aí.
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