Três meses após a polêmica foto em que aparece com o colar de um traficante do Rio de Janeiro, a influencer e advogada criminalista Deolane Bezerra postou, na última semana, uma foto ao lado da delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a unidade de elite da Polícia Civil paulista.
Com emoji de “carinha de apaixonado”, o post de Deolane ao lado da diretora do DHPP no Instagram, onde a influencer tem mais de 20 milhões de seguidores, causou reação em grupos policiais por causa da suposta ligação da advogada com traficantes de facções criminosas. “Vergonha! Sem noção… O departamento mais respeitado da Polícia Civil dando moral para essa advogada”, diz um dos comentários feitos por causa da foto.
A chefe do DHPP disse, por meio de nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP), que Deolane compareceu ao departamento “na condição de vítima e foi atendida”. Segundo a pasta, “após o atendimento, ela tirou foto com a delegada e com outras pessoas que estavam no local, incluindo jornalistas”.
Deolane
Ex-participante do reality A Fazenda e viúva de MC Kevin (morto em 2021), a pernambucana Deolane tem mais de 20 milhões de seguidores no Instagram e atua como advogada em mais de 60 processos no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Em fevereiro, a Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu investigação contra a influencer após ela aparecer nas redes sociais usando o cordão de Thiago Folly, o TH da Maré, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das maiores facções criminosas do Brasil.
Com a repercussão negativa do post, Deolane usou as redes para se defender. “Fui ao Complexo da Maré ontem, no Baile da Disney [evento da comunidade]. (…) Fui bem recebida, não gastei um real, bebi que só o caralho, saí 10 horas da manhã, tirei foto com geral, com cordão, sem cordão. Botaram cordão em mim, tiraram e poucas… Eu sou isso, eu vim da favela e vou continuar indo.”
Outra investigação descobriu que Deolane foi presenteada com uma bolsa Prada, de R$ 15 mil, por Rodrigo Inácio de Lima Oliveira – sócio da produtora de funk GR6 Eventos e principal alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investigou suposto esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Na ocasião, Rodrigo negou envolvimento com o PCC. “A GR6 Eventos, empresa de propriedade de Rodrigo Inácio de Oliveira, que é líder do seu segmento musical, com aproximadamente 300 artistas, mais uma vez foi vítima do preconceito contra o funk e sua origem popular”, dizia nota da sua defesa.
Em entrevista ao UOL, em 2022, Deolane também comentou as acusações de advogar para o PCC.
“Advogo para pessoas e não para uma facção. Um advogado criminalista em São Paulo não tem como afirmar que nunca advogou para um membro do PCC, a não ser que você advogue para clientes baixos. Eu prefiro os grandes, que me pagam bem. Não tem como ser hipócrita. Atendo uma pessoa que supostamente pertence a uma organização”, disse.
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