Origem da Sua Religião no Ocidente

A Religião é uma grande invenção da Cultura Humana e se tornou base para a Teologia, sustentada por dogmas, crenças e mitos.
As bases do Monoteísmo, em algum momento ortodoxas em outros heterodoxas, mas todas com uma mesma base, o colonialismo e a dominação pela fé.
Todas com sentido dualista, onde a simplificação da ideia do bem contra o mal, com a retroalimentação, em meio a ideia de pecado, castigo e perdão.
Os valores religiosos ocidentais de base judaica cristã sempre esteve na base do poder e da dominação e, esse processo já se repete por quase 2 mil anos.
Nos dias em que o catolicismo foi se tornando a religião oficial do Império Romano, o cristianismo primitivo foi perdendo a sua essência, até atingir a inquisição e o ataque as mulheres e a ciência.
Prssoas eram queimadas vivas e indulgência eram cobradas em troca de uma salvação ilusória. Atrocidades eram justicadadas em nome da fé.
Tidas as religiões que fossem diferentes eram massacradas, divindades e teologias dos povos colonizados eram destruídas e substitidas a força pela fé do colonizador.
As reformas e contra reformas religiosas provocaram rachas gigantes no seio da Igreja católica. Do século IV ao final do século X, os católicos perderam o controle sob a Europa Oriental e Ásia Menor, nessas regiões prevaleceu o Cristianismo Ortodoxo, também por imposição e por expansão colonial.
O Império Czarista Russo converteu a força, todos os povos de religiões xamânicas e pagãs, também pela força, espada e fogo. Da Turquia até parte dos países bálticos, prevaleceu a ortodoxia fortemente atrelada aos impérios de monarquias absolutistas.
De 1517 a 1536, em menos de 40 anos, o catolicismo apostólico romano passou por três grandes rachas:
1) A reforma protestante germânica encabeçada por Martin Lutero (1517), com fortes críticas à corrupção e à condenação à venda de indulgências em troca de perdão de pecados, além da condenação a adoração de imagens e do culto à Virgem Maria;
2) O Anglicanismo com o rompimento político religioso entre o Rei Enrique VIII e o Vaticano (1534), outra base do protestantismo e diminuição da influência papal nas conquistas coloniais britânicas. Racha que ainda alimenta conflitos entre católicos e evangélicos até os dias atuais;
3) Rompimento Calvinista (1536), com fortes críticas teológicas e filosóficas de Juan Calvino, gerando uma protestante e reformista atrelada a ideia da predestinação das pessoas para a Salvação de acordo com a vontade de Deus e não de padres, papas e outras autoridades religiosas.
Com uma visão liberal burguesa, defendia a ideia da riqueza e da prosperidade como desejo de Deus, logo defendia a nítida acumulação de capital como bobs aos olhos de Deus.
Vale registrar que a Monarquia Absolutista era leal ao Vaticano, o que fez Calvino migrar para a Suíça, de onde os crescentes movimentos burgueses liberais, foram aderindo ao Calvinismo.
As demais denominações são derivações da reforma protestante, com pequenos ajustes doutrinários e dogmáticos, que perderam a umidade hierárquica do sacro império germânico-romano, daí as diferentes denominações, igrejas e seitas que se estenderam da Europa para o novo mundo.
Dos batistas, metodistas aos petencostais, são avivadas as ideias de conversão ao Espírito Santo, através da aceitação e do batismo, recebendo dons especiais ou espirituais de Deus, carisma, “aquecimento espiritual do coração”,  até o poder da cura e da pregação em línguas estranhas (Pentecoste), para levar a palavra de Deus a todos os lugares e pessoas.
As novas denominações sempre estão atreladas a alguma liderança carismática que se destacou, em alguns casos, sugerindo pequenas reformas internas e propondo adaptação da interpretação da bíblia ou parte dela, principalmente de combinações do Velho Testamento, com o Novo Testamento, que em alguns casos se baseiam em valores e costumes, originando igrejas e até seitas.
Um bom exemplo disso é a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Igreja dos Mórmons), fundada em Nova York, noséculo XIX por Joseph Smith (1829).
Estas igrejas ou seitas se tornaram grandes instituições, atuando em diferentes escalas da sociedade, com a criação de meios próprios de divulgação, produção gráfica, instalação de centros escolares, universidades e modernos meios de comunicação, além de empresas e atividades econômicas ou negócios que uniram a fé ao capitalismo, que em todas as doutrinas evangélicas eram bem vistas e glorificadas por Deus.
Não querendo entrar em citações acadêmicas, para deixar o artigo suave, mas vale registrar apenas Max Waber,  sobre “A Ética Protestantismo e o Espírito do Capitalismo”, são boas leituras, para começarmos a refletir sobre esses 507 anos de protestantismo desde 1517, em que a fé cristã que se confunde com a própria transformação das sociedades medievais católicas, em capitalistas cristãs.
Desde o rompimento ortodoxo (998) até o início dacReforma Protestante (1517), a Igreja Católica Apostólica Romana perdeu muita força na Europa, mas se fortaleceu nas colônias espanholas, Portuguesas e até certo ponto francesas das Américas e África.
As regiões com maior resistência as religiões europeias foram parte do Norte da África e Oriente Médio, devido a forte presença do Islamismo. Na India e na China além de países do Sudeste Asiático, devido as grandes tradições Bhamânica, Budista, Taoísta e Xitoista, até certo ponto, impediram maior presença das matrizes cristãs nestas regiões.
Como a Itália e a Alemanha conquistaram poucos espaços coloniais, não tiveram grande força ou expansão de suas igrejas, diferente do Reino Unido e da Holanda, estes dois últimos expandiram o protestantismo com muito mais força em suas colônias da América do Norte e da Oceania, Austrália e Nova Zelândia.
Entre os séculos XVIII e XIX, as disputas coloniais também se deram no campo religioso, pois o liberalismo político e o colonialismo se chocavam principalmente quanto as visões de mundo, com valores capitalistas mais próximos do protestantismo reformista e disputas pela quebra da hegemonia das  monarquias absolutistas européias e apoio as revoluções burguesas, iniciadas na Inglaterra e França, tendo se extendido para os Estados Unidos com a sua luta de independência e inauguração do Estado Republicano Federalista, dentro de uma lógica protestante.
Em se tratando da Igreja Cristã Ortodoxa, o Império Czarista Russo converteu milhões de pessoas, melhor dizendo, impôs a fé  cristã em todos os territórios sob seu domínio e aí dos que não seguissem a religião oficial doCzar.
Na Rússia houve uma ferrenha inquisição, inclusive com grupos resistentes queimados vivos dentro dos seus templos pagãos ou xamânicos.
No século XX, depois de duas grandes guerras mundiais, de uma forte disputa ideológica identificada como “Guerra Fria”, estas igrejas  tanto católicas, quanto evangélicas, foram manipuladas pelo ideário liberal conservador, com um discurso de valores morais e anticomunisno. Também apoiaram o nazismo e o fascismo em países como Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, entre muitos outros da Europa Oriental.
Entre as decadas de 1980, com a reabertura do mundo pós”Guerra Fria”, as igrejas também criaram novos rachas e disputas internas pelo “controle dos rebanhos”, originarando novas denominações (neopentecostais) e teologias como a da prosperidade e agora do poder supremo, com práticas iguais ou até piores que as do catolicismo medieval, onde fé e lucratividade financeira se confundem.
A negociação da fé, da teologia da prosperidade, enche as igrejas de fies sedentos por conseguir riqueza e glória simplesmente pela oração. O direto envolvimento político de religiosos e a busca pelo controle do Estado e das instituições públicas, além da disputa de valores morais e pautas reacionárias de aparência conservadora, resumem essa influência e dominação religiosa em tempo informacional.
No Brasil essas novas denominações Batista, Pentecostal e Neopentecostal ganharam muita força durante e pós ditadura militar. Daí os grandes impérios de Edi Macedo, Valdemiro Santiago, Silas Malafaia, entre tantos outros que usam a fé das pessoas para vantagens monetárias e políticas.
O mais grave dessa fase religiosa cristã é a profunda alienação dos fiéis, que nos séculos XVII a XIX, deram grande contribuição teológica e filosofica contra os dogmas católicos, mas que, na atualidade se prendem a uma interpretação da bíblia, pautada por livros do Velho Testamento, com o quase que completo abandono dos ensinamentos de Jesus Cristo e pela confusão histórica entre o fundamentalismo cristão e sionismo israelense, realidades contrárias, mas que parecem paralelas e complementares, pelo menos, na cabeças de muitos evangélicos desavisados, da grande contradição teológica entre judaísmo e cristianismo.
O próprio desconhecimento histórico dos grandes conflitos entre judeus e cristãos na Europa, o desconhecimento histórico das guerras e disputas religiosas entre católicos e protestantes, denotam uma igreja esvaziada de fé e conhecimento e presa as orações para melhora material pura e simples. Pagar o dízimo, fazer grandes ofertas e alcançar os tesouros oferecidos por Deus, segundo as profecias da honra e glória são as bases da nova pregação do poder de Deus.

 

 

Por Belarmino Mariano