O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, teria alertado congressistas dos Estados Unidos de que corre o risco de ser assassinado por conta de um acordo com os norte-americanos. Apesar de bilateral, o atual estágio do pacto envolve indiretamente israelenses e palestinos e pode refletir diretamente no futuro do conflito na Faixa de Gaza.
A preocupação do príncipe, que é o primeiro-ministro saudita popularmente chamado de MBS, surge em meio a negociações de um acordo histórico de cooperação econômica e militar entre EUA e Arábia Saudita.
Washington, contudo, teria colocado o estabelecimento de laços entre o reino saudita e Israel como condição para que o pacto fosse firmado.
Segundo a revista Político, que revelou o temor de MBS quanto à sua vida citando fontes anônimas, uma das principais preocupações do príncipe saudita no atual contexto é a de que o estabelecimento desse laço não leve em consideração as demandas dos palestinos, causando retaliações e insegurança contra sua integridade física.
Guerra na Faixa de Gaza mudou tabuleiro
O caminho para o estabelecimento de laços entre Riad e Tel Aviv parecia promissor até 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu o território de Israel e desencadeou o início da guerra na Faixa de Gaza.
Na época, tanto Benjamin Netanyahu quanto Mohammed bin Salman afirmavam que as negociações estavam em estágio avançado, apesar das diversas críticas por parte da comunidade árabe e muçulmana.
O início do conflito, no entanto, aumentou a pressão contra a Arábia Saudita por causa da aproximação com o país responsável pelo bombardeio de palestinos. Apesar disso, o príncipe Mohammed bin Salman não recuou na intenção de negociar com Israel.
Contudo, o líder de facto do reino cedeu aos apelos de governos vizinhos por um maior apoio aos palestinos, e disse que o estabelecimento da relação oficial com o lado israelense no pós-guerra dependeria da criação de um Estado independente da Palestina.
Ameaça pode impactar guerra em Gaza
Apesar da condição imposta pelo lado saudita, o governo de Benjamin Netanyahu já declarou diversas vezes que não pretende facilitar o estabelecimento de um Estado independente da Palestina. A solução de dois Estados é apontada por especialistas e parte da comunidade internacional como a principal forma de acabar com a tensão entre judeus e árabes, que já dura décadas.
Analistas consultados pelo Metrópoles, no entanto, afirmam que o relato de Salman sobre correr risco de morte pode ser uma forma de forçar os EUA, aliado chave e principal apoiador de Israel, a cobrarem maior flexibilidade da administração Netanyahu sobre o assunto.
“A ameaça à vida de MBS provavelmente pressionará uma mudança na postura e estratégia estadunidense, para evitar a expansão do conflito vigente”, explica o analista de política internacional Vito Villar.
“Sendo assim, para garantir que haja uma normalização entre a população israelense e árabe, os Estados Unidos podem mudar o rumo dos seus esforços e focar em convencer Israel a cessar fogo e reconhecer o Estado da Palestina, para que então seja possível negociar a paz entre Israel e os outros Estados.”
metropoles
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