Cerca de dois anos antes de ser atropelada e morta por Wallison Felipe de Oliveira (foto em destaque), 29 anos, Juliana Barboza Soares, 34, registrou uma ocorrência contra o ex-companheiro e citou que ele possuía um “verdadeiro arsenal” de armas de fogo. Wallison atropelou Juliana três vezes na noite dessa terça-feira (20/8), no Gama. Ela morreu na hora. A mãe e a filha de Juliana também foram atingidas, mas sobreviveram.
De acordo com o depoimento de Juliana em 2022, Wallison — que tinha registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) — andava armado para todos os lugares. Na época, ela chegou a pedir medidas protetivas contra ele, mas desistiu um tempo depois.
Na noite desta terça, os dois estavam terminados e Juliana comemorava o próprio aniversário. Wallison chegou a aparecer no local da festa e teria reclamado de “não ter sido chamado”. Ele foi embora, mas retornou momentos depois, quando atropelou a ex três vezes.
Ao ser preso, nesta quarta-feira (21/8), Wallison estava com uma pistola e uma espingarda em uma chácara da família. As armas foram apreendidas.
Ameaças ao ex-marido da vítima
Em conversa com o Metrópoles, o ex-marido de Juliana e, também pai da menina de 5 anos, Antônio Adonel Gomes de Araújo, contou que Wallison tinha um comportamento agressivo. Segundo ele, a ex-mulher já havia registrado ocorrência por ameaça contra Wallison.
“Ele tem um perfil de uma pessoa muito violenta. Muitas vezes, me ligava de madrugada para me ameaçar. Cheguei a registrar ocorrência contra ele também. Juliana tinha me dito recentemente que tinha terminado com Wallison havia 15 dias”, contou Antônio Adonel, delegado aposentado da PCDF.
Antônio também relatou que Wallison tinha muitos ciúmes dele, pelo fato de ser ex-marido de Juliana, motivo pelo o qual o ameaçava.
“A Polícia Militar também já foi acionada algumas vezes para atender ocorrências na casa dela, por situações do Wallison querer agredi-la e se apossar do celular dela. Pelas imagens de ontem, a intenção dele de matar era nítida”, detalhou o ex-marido de Juliana.
Prisão e depoimentos
Quando chegou à 14ª Delegacia de Polícia (Gama), que investiga o caso, Wallison ficou em silêncio. Ele está preso temporariamente. Durante os 30 dias da reclusão dele, a Polícia Civil do DF (PCDF) deverá concluir os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e do local do crime.
Segundo o delegado da 14ªDP, William Andrade Ricardo, Wallison deve responder por feminicídio com diversas qualificadores e por duas tentativas de homicídio doloso.
O advogado de Wallison, Robson da Penha, prestou condolências à família da vítima e informou que trabalha para colaborar com as investigações.
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