Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, chamou José Luiz Datena, do PSDB, para continuar a briga após levar uma cadeirada durante o debate promovido pela TV Cultura na noite deste domingo (15/9).
A informação foi dada pelo jornalista Leão Serva, que mediou o encontro entre os candidatos no teatro B32, na zona oeste de São Paulo.
Em entrevista ao portal UOL, Leão Serva contou como foi a confusão: “Houve uma separação de corpos e eles se afastam um do outro. Afastados os dois, Marçal o continua chamando para a briga: ‘Vem aqui se é homem!’. Então o Datena pega mais uma cadeira, como quem vai lá. Nós o contivemos e pedi para que todo mundo se sentasse. Antes que Marçal voltasse ao seu lugar, comuniquei ao Datena que ele estava convidado a se retirar. Nesse momento, Marçal diz que não tem condições de continuar. Ele não estava manifestando dor e saiu andando”.
Na opinião dele, a cadeirada, de fato, pode ter machucado o ex-coach. “Marçal foi atingido de uma forma que seria difícil continuar no debate. Ele foi atingido nas costas e na mão. Há uma situação que vemos em pessoas acidentadas, quando há uma descarga de adrenalina e, por alguns minutos, você se comporta como se estivesse saudável. É possível que isso tenha acontecido com ele”.
Leão Serva também explicou porque seguiu o debate após o episódio, o que foi criticado pelos assessores de Pablo Marçal. Houve um intervalo de cerca de dez minutos.
“O debate não teria que ser suspenso [após a agressão]. Não há isso na regra e entendo que a ética não impõe isso. O fato é que Marçal saiu muito naturalmente. Perguntei aos demais candidatos se eles queriam continuar e se estavam serenos para isso. Os quatro disseram que sim. A saída voluntária do Marçal, embora estivesse machucado, não enseja a interrupção do debate”.
O mediador do debate da TV Cultura disse ainda que havia um clima tenso nos bastidores, mas sem qualquer bate-boca ou troca de ofensas. Mesmo com tantos anos de experiência, Leão Serva disse que ninguém esperava uma reação como a de Datena.
“Esse episódio da acusação de assédio é muito marcante na vida pessoal do Datena e o tira do sério. Mas a acusação foi mais grave. Marçal o acusou de estuprador usando um termo velado, uma gíria de baixo conhecimento na sociedade, a ponto de não entendermos o que ele estava falando. Se ele tivesse usado a palavra ‘estuprador’, teria ensejado uma advertência e um direito de resposta ao Datena. Isso não aconteceu e não muda o curso da história”.
Marçal pedirá cassação de Datena
Pablo Marçal disse ainda, na manhã desta segunda-feira (16/9), que vai pedir a cassação do registro da candidatura de José Luiz Datena. O influenciador teve alta hospitalar após passar a noite internado no Hospital Sírio-Libanês, no centro da capital.
“Eu vou sair daqui e ir para o IML. Vamos pedir a cassação do registro da candidatura. Nós vamos pedir tudo o que precisa ser em nome da sociedade”, disse Marçal.
O influenciador disse ter tido uma fissura no sexto arco costal, e lesões no punho e no polegar. Uma primeira versão do boletim médico, ainda não formalizada pelo hospital, cita “traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas”.
Marçal disse que, se ele tivesse agredido Datena, teria saído do estúdio algemado. “Eu fico imaginando se um homem como Luiz Datena tem coragem de fazer isso com um cara do meu nível, o que ele não faz com uma mulher. A culpa é sempre de quem é agredido aqui no país”, disse.
“O descontrole emocional é dele. Ele começou o debate falando que tinha vontade de me bater. Imagina o povo. Quero fazer uma pergunta contrária. Onde eu estaria se eu tivesse dado uma cadeirada. Ia estar encarcerado agora”, acrescentou.
O influenciador confirmou ter mandado uma mensagem de WhatsApp para Datena na sexta-feira (13/9). “Mandei mensagem sim [para o Datena]. Mandei falando: ‘Isso aqui está parecendo um zoológico. Me perdoe falar qualquer coisa sua, mesmo que seja verdade’. Ele postou só um pedaço. Eu esperava civilidade sua no debate. Eu não entrei em debate para quebrar ninguém no meio.”
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