Investigação da Polícia Civil de Pernambuco, obtida pelo Metrópoles, mostra a relação da empresa Balada Eventos, do cantor sertanejo Gusttavo Lima, com o mega esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho e apostas on-line, que culminou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, e da mãe dela, Solange Alves Bezerra, no último dia 4.
O artista, cujo nome de registro é Nivaldo Batista Lima, teria contribuído para a lavagem de ao menos R$ 22,2 milhões da Esportes da Sorte, plataforma online que consta como um dos principais alvos das investigações, que realizou e recebeu transações de empresas em nome do sertanejo e da influenciadora.
A prisão dele foi decretada nesta segunda-feira (23/4) e não havia sido cumprida até a publicação desta reportagem.
A juíza determinou a prisão do artista mesmo depois de um parecer contrário do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Para a magistrada, a promotoria fez uma “manifestação breve e carente de argumentos”, ao se opor à prisão preventiva.
O nome de registro de Gusttavo Lima (Nivaldo Batista Lima) já consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Movimentação milionária
A movimentação milionária, nas contas da Balada Eventos, de Gustavo Lima, ocorreu entre 25 de maio de 2023 e 1º de julho deste ano.
Além disso, segundo a decisão judicial que decretou a prisão do artista, assinada pela juíza Andrea Calado da Cruz, a aeronave do sertanejo, também alvo das investigações sobre lavagem de dinheiro, ajudou suspeitos da organização criminosa a fugirem para a Europa.
Os mandados de prisão dos supostos comparsas foram enviadas para a divisão vermelha da Polícia Internacional (Interpol). São eles Rayssa Ferreira Santana Rocha, Thiago Lima Rocha, José André da Rocha Neto, Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha e Edson Antonio Lenzi Filho.
As defesas dos suspeitos mencionados não forma localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.
Defesa do sertanejo
Em nota, a defesa de Gustavo Lima afirma que soube da decisão sobre a prisão, “por meio da mídia”, classificando a determinação judicial como “injusta” e “sem fundamentos legais”.
“A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na Justiça brasileira”.
Clã Bezerra
Com exceção da filha de 8 anos, todo o núcleo familiar da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, é apontado pela polícia como participante de um esquema usado para lavar o dinheiro proveniente do jogo do bicho e de apostas ilegais.
Nem mesmo o filho de 17 anos da influenciadora ficou fora do esquema. A conta corrente dele foi usada pela avó e pela mãe em transações bancárias milionárias.
Deolane é detentora de 98% da empresa Bezerra Publicidade e Comunicação, por meio da qual recebeu e remeteu dinheiro de origem suspeita. Os outros 2% pertencem às irmãs da advogada, Dayanne e Daniele Bezerra Santos, cada qual com 1% no quadro societário.
O faturamento anual informado pela empresa, conforme relatório policial obtido pelo Metrópoles, seria de R$ 500 mil, destoando do volume de dinheiro movimentado pelas sócias, que foi de milhões de reais.
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