A candidata Ninha (PSD), de Marcação, no Litoral Norte da Paraíba, foi a única mulher indígena a ser eleita prefeita no Brasil nas Eleições 2024. Ela é da etnia Potiguara e conquistou 76,79% dos votos válidos no pleito desse domingo (6), o que corresponde a 4.922 votos.
“Como todos sabem, eu sou descendente indígena Potiguara, com muito orgulho. Eu comecei a trabalhar aos 15 anos de idade na gestão pública. Meus avós, Severina e João Correia, já eram políticos, não por eleição, mas políticos de sangue, pela vontade que eles tinham de ver Marcação crescendo. Eu sou muito grata a eles pela criação que nos deram, por essa ancestralidade Potiguara e indígena, que também está no sangue”, afirmou Ninha.
Ela derrotou na disputa Angélica Barreto (Republicanos), outra candidata indígena da etnia Potiguara. Angélica conquistou 23,31% dos votos válidos, o que corresponde a 1.496 votos.
Cidade com maioria indígena
Toda essa força dos povos indígenas em Marcação não é à toa. Segundo o Censo de 2022, o município possui 8.999 habitantes, sendo que 88,08% do total são indígenas.
Aldeia Coqueirinho do Norte, na cidade de Marcação, na Paraíba — Foto: Zelma Brito/Prefeitura de Marcação/Divulgação
Outros indígenas eleitos
Na Paraíba, 22 candidatos indígenas foram eleitos. Além da prefeita e de toda a Câmara de Marcação, o candidato a vice-prefeito de Baía da Traição, Toninho de Rosa, foi eleito.
Baía da Traição é outro município do Litoral Norte da Paraíba, que tem limite com Marcação, e Toninho também é da etnia Potiguara. Para a Câmara Municipal, seis dos nove eleitos são indígenas. Vereadores indígenas também foram eleitos em Rio Tinto (4) e Guarabira (1).
Em nível nacional, outros oito prefeitos indígenas foram eleitos, todos homens. São dois de Roraima, dois de Pernambuco, dois de Minas Gerais, um do Amazonas e um de Alagoas.
G1
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