Certamente você já se deparou com postagens nas redes sociais, vídeos e matérias sobre ‘cabelo maluco’. A brincadeira caiu no gosto das crianças e, cada vez mais, escolas têm aderido à atividade, que, além de ser divertida e estimular a criatividade, promove momentos de interação entre os pequenos e seus responsáveis.
No entanto, algumas pessoas estão ultrapassando os limites ao usarem animais na tentativa de serem criativas, o que pode configurar maus-tratos e contribuir para a proliferação de doenças. O alerta é do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV-PB), o médico-veterinário José Cecílio.
Em vídeos e imagens que circulam na internet, é possível ver crianças com pintinhos, pássaros e até lagartos incorporados aos penteados do ‘cabelo maluco’.
“Sempre é importante destacar que maus-tratos contra animais é crime e pode acarretar punições, incluindo prisão para os responsáveis. Portanto, recomendamos que as pessoas façam as brincadeiras, mas sem utilizar animais”, disse José Cecílio.
No caso de um lagarto que aparece em um dos vídeos, o médico-veterinário Audisio Alves, que atende pets não-convencionais, esclarece que se trata de um teju, que só pode ser criado com certificação, proveniente de criadouros regulamentados. “Esses animais não podem ser submetidos a esse tipo de estresse. Não é ético, nem correto”, ressaltou.
Os médicos-veterinários alertam que até além do evidente risco de maus-tratos, o uso de animais pode expor as crianças a doenças como a Salmonella (que pode provocar febre, dor abdominal, diarreia, náuseas e vômitos) e o Micoplasma (infecções respiratórias leves a graves) no caso dos répteis, e Chlamydophila (pode levar a doença respiratória e evoluir para pneumonia e complicações pulmonares) em aves silvestres.
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