Mastologista alerta para os riscos das fake news sobre a doença
O Outubro Rosa é uma campanha que reforça a importância da conscientização sobre o câncer de mama, enfermidade que afeta mulheres no mundo todo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença deve registrar 73.610 novos casos no Brasil até 2025. Na Paraíba, a estimativa é de 1.180 novos diagnósticos no mesmo período, com uma taxa de risco de 55,40 casos a cada 100 mil mulheres.
Mesmo com os esforços para informar a população, muitos mitos em volta da doença dificultam o diagnóstico precoce e o tratamento. Entre as falsas crenças, a ideia de que a mamografia pode causar câncer é uma das mais difundidas. De acordo com o mastologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Anastasio Berretini, não há evidências científicas que comprovem que a radiação emitida pelo exame aumente o risco de desenvolver câncer de mama e outros problemas.
Outro mito comum é o de que o câncer de mama só afeta quem tem histórico familiar. “Na verdade, apenas 10% dos casos são decorrentes de herança genética. Os outros 90% são chamados de esporádicos, sem relação com hereditariedade”, esclarece Anastasio. Além disso, de acordo com o mastologista, mitos de que o uso de desodorantes com alumínio, pancadas nos seios ou implantes de silicone possam aumentar o risco de desenvolver a doença não possuem comprovação científica.
Alguns fatores como menopausa tardia, não amamentar e o uso excessivo de hormônios podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença, mas qualquer mulher, independente da idade, pode ser diagnosticada. “Embora o risco aumente com a idade, mulheres jovens também podem desenvolver câncer de mama. Por isso, é importante manter os exames em dia, independente da faixa etária”, destaca Berretini.
A doença é a neoplasia que mais atinge mulheres no Brasil, representando cerca de 28% dos novos casos de câncer em mulheres, segundo o INCA. Entretanto, ela não é uma sentença de morte, já que o diagnóstico precoce pode aumentar em 95% as chances de cura. “O diagnóstico precoce e a melhora dos tratamentos, permite com que as mulheres voltem a ter sua vida normal, podendo inclusive engravidar após o tratamento”, afirma o especialista.
O mastologista também explica que, embora o autoexame seja uma prática útil para o autoconhecimento, não substitui a mamografia e o exame clínico realizado por um médico, anualmente, a partir dos 20 anos. Além disso, remédios caseiros, chás e cremes não possuem comprovação científica para tratar ou prevenir o câncer. O tratamento deve sempre ser conduzido por profissionais de saúde qualificados.
Ele alerta ainda para a disseminação de fake news sobre o câncer de mama, que pode ter consequências graves. “Essas informações falsas geram medo e afastam as mulheres dos exames de rastreamento, como a mamografia. Isso prejudica a detecção precoce e a adesão ao tratamento, fazendo com que pacientes deixem de seguir recomendações médicas, o que pode ser fatal”, conclui Anastasio Berretini.
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