Para muitos, Donald Trump é apenas, mais um bilionário egocêntrico, sem caráter, imoral e antiético, querendo ganhar mais dinheiro, sendo o centro das atenções e dobrando todos e todas aos seus caprichos e interesses. No atual momento político com seu segundo mandato de presidente dos Estados Unidos da América do Norte (EUA), parece que a coisa piorou muito, ao ponto de vermos a sua política declaradamente contra a ordem estabelecida, dando uma nítida impressão de querer destruir qualquer sonho de futuro harmonioso para a humanidade do século XXI.
Em 1927, o físico quântico Werner Heisenberg, anunciou o princípio da incerteza, afirmando “não ser possível medir com precisão simultânea determinadas propriedades de uma partícula atômica”. Esses são os primeiros passos para a Teoria do Caos (Nussenzveg, 1999) e para a Mecânica Quântica (Helerbrock, 2025). No mundo real das grandes coisas como a economia e a geopolítica, em 1929 tivemos a primeira maior crise do modo de produção capitalista, com a quebra da bolsa de Nova York e o desmantelamento provisório do liberalismo econômico e recessão mundial. Momento marcante para a ascensão do Nazismo da Alemanha e do Fascismo na Itália, França, Espanha e em dezenas de outros países, que culminaram com a 2ª Guerra Mundial. Agora estamos em 2025, mas se voltarmos para o início do século XXI, tivemos a desintegração do Leste Europeu e o fim da União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS). parecia a derrocado do Socialismo Real e a vitória perpetua do Capitalismo ou o “fim da história” (Fukuyama, 1992).
Mas o que isso tudo tem haver com Donald Trump, a Casa Branca e as grandes tensões mundiais que estão provocando medo, pavor e terror em quase todos os lugares ao mesmo tempo? Que monstruosidade é essa que assombra os vizinhos do Norte e do Sul, provoca duvidas em toda a Europa e parece não ter limites e nem camisa de força para o segurar? Será que, na contramão da história, Trump veio para impor um velha ordem, trazendo para o cenário atual os mortos vivos do imperialismo colonialista selvagem e todos os seus pesadelos?
O ator Robert de Niro, em suas redes sociais, publicou uma opinião bem crítica sobre Donald Trump: “-Ao longo dos anos, tenho conhecido gangsteres aqui e ali. Este tipo tenta ser um, mas não consegue. Existe algo chamado ‘honra entre ladrões’. Sim, até os criminosos têm, muitas vezes, uma noção do que é certo e errado. Se fazem a coisa certa ou não, é outra história – mas – têm um código moral, por mais distorcido que seja. Donald Trump não. É um tipo duro sem moral ou ética. Sem sentido de certo ou errado. Sem consideração por mais ninguém para além de si próprio – nem pelas pessoas que deveria liderar e proteger, nem pelas pessoas com quem faz negócios, nem pelas pessoas que o seguem, cega e lealmente, nem mesmo pelas pessoas que se consideram seus amigos” (Niro, 2025).
Trump se utiliza muito bem da espetacularização das redes sociais e do mundo midiático, independente das notícias serem positivas ou negativas, verdadeiras ou falsas, sobre sua pessoa e suas ações. Essa imagem dele depois de um suposta tentativa de assassinato, demonstra bem. Com um suposto tiro de raspão na orelha, alguns até acreditam que essa cena cinematográfica lhe rendeu a Casa Branca mais uma vez.
Nesse artigo encontramos pesquisadores que abordam a questão psicológica dos comportamentos comuns de Donald Trump (Lee, 2025). Em The Dangerous Case of Donald Trump, um livro publicado em outubro de 2017, em que, 27 psiquiatras e outros apontam para a periculosidade deste presidente. Eles concordam que, embora um diagnóstico não deva ser feito sem o exame do paciente, a periculosidade pode ser avaliada a partir do comportamento observado.
Na livro, um psiquiatra forense, que estudou os princípios nos quais se baseia a avaliação da periculosidade atual e futura em criminosos violentos, conclui: “Donald Trump é agora o chefe de país mais poderoso do mundo, e um dos mais impulsivos, arrogantes, ignorantes, desorganizados, caóticos, niilistas, autocontraditórios, presunçosos e egoístas. Ele tem o dedo nos gatilhos de mil ou mais das armas termonucleares mais poderosas do mundo. Isso significa que ele poderia matar mais pessoas em poucos segundos do que qualquer ditador na história passada foi capaz de matar durante todos os seus anos no poder” (Lee, 2025).
Os autores também consideram o “efeito Trump” na sociedade, e a normalidade maligna que é estabelecida — o que antes era considerado impensável se torna a norma. Alguns terapeutas têm visto pacientes sofrendo de trauma e retrauma resultantes das ações do presidente, que imitam as de um abusador agressivo, e houve relatos de um aumento em incidentes antijudaicos e antimuçulmanos imediatamente após sua posse em janeiro de 2017 (Lee, 2025).
Trump, vem conseguindo prender todo o mundo as suas narrativas, jogos e ameaças constantes. Tanto durante o seu primeiro governo, quanto a sua derrota e agora com a sua reeleição. Agora muito mais forte, pois foi eleito, tanto pelo Colégio Eleitoral, quanto pela maioria dos eleitores que participaram do pleito.
Será que o mundo humano se encontra sobre o efeito de fortes distúrbios psicológicos, em que a lógica do poder político e econômico das nações se encontra mais uma vez em sério risco, de dominância extremista, tal qual o período de ascensão do nazismo e fascismo que levaram o mundo a segunda guerra mundial?
Para entendermos essa questão, precisamos entender que a Geopolítica é um ramo da ciência geográfica que analisa as diferentes tensões, disputas e conflitos políticos e ou territoriais em diferentes escalas, sempre considerando as dimensões dos Estados Nacionais.
Entre os séculos XIX e XX, vários teóricos alemães, franceses, britânicos, holandeses, italianos, russos e Norte-americanos, desenvolveram teorias e estratégias para justificar o status quo ou, o domínio de um país sobre um território ou uma região, em que “a Geografia é usada para fazer a guerra” (Lacoste, 1985).
Dentro dos nossos paradigmas científicos apareceu a teoria do caos, inicialmente na matemática e na física quântica, mas ganhou espaço em diferentes áreas, pois é um campo de estudo em matemática, com aplicações em várias disciplinas, incluindo física, engenharia, economia, biologia, filosofia e agora podemos trazer para a geopolítica.
Outro importante aspecto a considerar nesse mundo atual é a própria dinâmica do ciberespaço e da cibercultura (Levy, 2000), em uma sociedade cada vez, mais cibernética e informacional (Alves, 2002), em que o trabalho, a tecnologia e a política são os novos desafios do capitalismo global. Outros autores também alertam para essa globalização enquanto fabula para uma super exploração e especulação capitalista (Santos, 2001). bem como as consequências humanas dos processos de globalização (Bauman, 1999), para além das ideias de cidadania e conflitos multiculturais da globalização (Canclini, 1995). Estes são pequenos exemplos de uma grande gama de teóricos que se preocuparam com os desdobramentos do mundo a partir do final do século XX.
Na geopolítica, apesar de ainda ser algo novo, a teoria do caos é aplicável, pois “mudanças mínimas nas condições iniciais de um sistema dinâmico são capazes de ocasionar comportamentos imprevisíveis e complexos”. No mundo da geoestratégia e dos conflitos nunca saberemos o que poderá acontecer.
Se na matemática é possível se pensar um um caos probabilístico, na geoestratégia, determinadas ações ou provocação de tensões, possibilitam a análise de resultados, minimamente esperados. Mas é aí que mora o perigo, pois para além do caos, precisamos considerar a complexidade e esse fator nos coloca diante de todas as incertezas possíveis e, no jogo político pragmático, podem ser milhares e ou até milhões de situações.
O Caos é a possibilidade de uma nova Ciência (Greick, 1990) e dentro da teoria do caos e do princípio da incerteza, podem existir milhares de abordagens, fecharemos os argumentos nas pesquisas filosóficas, psicológicas e políticas, pois se adequam ao segundo argumento geográfico do mundo utópico e distópico, aos quais estamos vivendo a séculos.
Será que o grande jogo de poder promovido por Donald Trump e diferentes grupos de extrema direita espalhados pelo mundo é baseado no caos político e na distopia da civilização, enquanto saídas possíveis? Discordar, confundir, mentir, trapacear, pressionar e tencionar psicologicamente, através de grandes sistemas e redes de comunicação e informação, parece que são as estratégias usadas na atualidade. E Trump é o maior exemplo do momento político, pois além de presidente dos EUA, influência toda a geopolítica global (Mariano Neto, 2024).
A grande questão é sabermos que o mundo neoliberal globalizado já não está mais sob o total controle do imperialismo norte-americano e europeu. O mundo pós guerra fria, gerou novos blocos geoeconômicos, surgiram novos atores e novas forças tecnológicas, econômicas e políticas e, o imperialismo capitalista se encontra sob fortes ameaças e a grande questão é qual a gestão estratégica desse caos? (Barbosa; Crispim, 2020).
O Mundo de Trump é a Distopia?
A Distopia é inicialmente um conceito filosófico, em que impera o caos ou a desordem controlada por uma sociedade imaginária opressiva e totalitária, em que o Estado, através do medo e da violência controla tudo e todos.
Nos cenários distópicos apresentados pela literatura, cinema e jogos de computador, o mundo frio, cinza e em decadência é a principal paisagem, lugares com ar rarefeito, fumaça, cinzas e estruturas urbanas destruídas responde pala ideia de distopia ao exemplo da “Trilogia Jogos Vorazes” (Oliveira, 2018).
A distopia é o contrário da utopia, que seria um lugar imaginário harmonioso, justo e perfeito. Escrito por Thomás Morus, em 1516 originalmente em latim, a partir da junção de duas palavras gregas, tópos+ía ou, locus inexistentes. A utopia como um não lugar.
No livro A Utopia, Morus (2001), adverte para um lugar ideal, bem parecido com “a paiteia” ou “A República” proposta por Platão ou, “a bela cidade”. Esse livro deu base aos movimentos socialistas utópicos do século XVIII e XIX. Ao contrário da Utopia, as características da distopia nos levam para o caos, em que as condições de vida insustentáveis, em um mundo tomado pelo pessimismo ou niilismo.
Outro aspecto negativo da distopia é o mundo das incertezas sobre o futuro humano, graves crises sociais e políticas, extremismos e profunda crise ambiental, em especial, provocada por uma sociedade altamente tecnológica, controlada por conglomerados indústrias. A ideia de destruição de um futuro seguro é substituído por um mundo sombrio e assustador (Oliveira, 2018).
Na distopia os grupos de poder são opressores totalitários e comandam o mundo através do autoritarismo e do terrorismo militar e psicológico. Onde os recursos são controlados e a sociedade é submissa a essa ordem caótica repressora, monitorada por máquinas como robôs e sistemas de computação de alta tecnologia.
O que era apenas ficção literária, cinematográfica ou reflexão filosófica, baseadas em regimes totalitarismo como o nazismo, fascismo, stalinismo e imperialismo capitalista pós segunda guerra mundial, começou a ser discutido depois da globalização e do neoliberalismo.
Apesar de alguns teóricos discutirem a ideia política de poder, controle e totalitarismo, enquanto maneiras autoritárias de governos, a distopia e o caos, ganharam a dimensão da ideia de desordem, ou nova ordem geoeconômica e geopolítica (Mariano Neto, 2023).
Essas visões estavam muito mais voltadas para um arranjo teórico decorrente da reabertura política internacional, marcada pela queda do Muro de Berlim e reunificação da Alemanha (1989) e com a desintegração do Leste europeu e fim do Bloco Soviético e integração da Rússia e aliados ao comércio global.
Os teóricos neoliberais se apressaram em construir uma narrativa de fim do Socialismo e de vitória do capitalismo neoliberal. Grandes ondas de grupos políticos de direita e extrema direita, passaram a ocupar espaços de poder em varias partes do mundo (Fukuyama, 1992).
Na China, a grande onda de abertura econômica e expansão do seu comércio internacional, abertura de capital e ampliação de empresas privadas em setores de tecnologia. A logística de integração de capitais e a entrada de indústrias estrangeiras no maior mercado consumidor do mundo, em três décadas, transformou a China na segunda maior potência econômica e tecnológica do mundo. A grande diferença é o modelo econômico e político, pois os chineses preservaram seu modelo estatal estratégico e evitaram embarcar por completo, no fabuloso mundo do neoliberalismo.
As estruturas de poder político centralizado foram mantidos e o modelo republicano parlamentar centrados no partido comunista e as representações das grandes províncias, mantiveram o país unificado, com forte capacidade de interação comercial com o mundo e um forte mercado interno.
Os investimentos internos chineses, superam o PIB de continentes inteiros e o PIB da China é o segundo maior do mundo. Sendo ultrapassado apenas pelos EUA e deixando para trás países como a Alemanha, Japão e Índia. Muitos analistas econômicos avaliam que a China já ultrapassou os EUA em diversos setores e que até 2030 os chineses serão a maior economia do Planeta.
Na última década, notamos que os sucessivos governos dos EUA, estão percebendo que a lógica militarista e a imposição de políticas neoliberais aos diferentes países e regiões do mundo, seguidas por políticas armamentistas e militaristas, estão falhando perigosamente.
Por outro lado, os governantes da China oferecem parcerias, acordos, investimentos tecnológicos e baixos custos em seus produtos, além de elevado investimento na infraestrutura dos países, como plataformas para suas importações e exportações, transformando cenários de pobreza e dependência, em modernização e desenvolvimento.
Enquanto os EUA e até certo ponto os países da Europa, tentam criar novas regras que dificultem o expansionismo chinês, apelando para protecionismo e taxação de importação e exportação, a China segue com seus projetos de globalização, novas parcerias e novas rotas comerciais, tecnológicas e científicas.
As teorias da conspiração e o extremismo de direita, tem ganhado força em diferentes partes do mundo e, por incrível que pareça, grupos separatistas, nacionalistas, de vertentes neonazista e neofascistas passaram a testar a ordem capitalista neoliberal, que havia aparentemente, banido essas forças, do cenário político (Mariano Neto, 2023).
Em vários países do mundo capitalista e até mesmo em países do antigo bloco soviético, a partir da Federação Russa e da Europa Oriental, grupos de direita e extrema direita tem conquistado o poder político em todos os níveis, ou ampliam o poder em países como Alemanha, Itália, França, entre outros que até certo ponto, sempre foram governados pela direita, como o próprio Reino Unido e EUA.
Nesse momento, Donald Trump, que entrou no cenário político como um bilionário de extrema direita a desafiar a própria ordem neoliberal, tem chocado o mundo com suas políticas aparentemente caóticas e de ataques coordenados, contra o próprio sistema do mercado global.
Feitas estas considerações, vamos nos dirigir aos fatos com os quais estamos envolvidos, pelo menos nos últimos 30 anos, tempo suficiente para estruturação de uma ordem mínima das coisas e até que ponto, Donald Trump é um louco ou sabe o que está fazendo?
Antes de analisarmos esse realidade espaço-temporal, precisamos levantar algumas questões, pois sem elas nos atrapalhamos no caminho e na escolha para a análise, vamos considerar a Geopolítica dos últimos 30 anos, a ideia de Caos e a Distopia enquanto uma saída, então perguntamos:
1) O imperialismo capitalista capitaneado pelos Estados Unidos vive um declínio político e econômico, capaz de afundar essa ordem como ocorreu com o império romano da antiguidade?
2) Será que a Rússia já superou a grande crise criada com a desintegração do Leste europeu e o fim da União Soviética (URSS), percebendo que em momento algum, o imperialismo capitalista deu tréguas a Federação Russa, inclusive com a atual guerra Ucrânia, OTAN versus Rússia?
3) A União Europeia suportaria os impactos de uma terceira Guerra Mundial dentro do seu território, caso os atuais conflitos se prolonguem, e como ficariam os grupos separatistas que ainda estão em alguns destes países?
4) O que pensam os russos e chineses diante das velhas “armas geoeconômicas” norte-americanas (sanções e embargos ou bloqueios econômicos), contra seus mercados, que estão completamente integrados ao mundo globalizado e agora com fortes aliados do BRICS+?
5) Qual será a situação da América Latina diante dessa crise política que envolve a velha OTAN, Ucrânia, Rússia e o resto do mundo, países de importância geoeconômica global, mais pouca influência geopolítica?
6) Será que a globalização desintegrou a velha URSS, mas criou os germes para acelerar um internacionalismo, com crises mais agudas no imperialismo capitalista, previstos por Marx & Engels, que Milton Santos escreveu em 2001, cantando a pedra para uma “Outra Globalização?
7) Até que ponto o conflito Palestino versus israelense, implica em um reordenamento geopolítico do Oriente Médio, quando notamos a direta participação dos EUA? (Mariano Neto, 2023).
Poderíamos levantar dezenas de outras questões, mas esse pequeno artigo se tornaria quase infinito, o que, nos permite dizer, que as questões aqui, não serão respondidas a contento, mas apenas suscitadas para outras reflexões. Uma coisa é certa, muitas análises políticas sobre as décadas de 1980 e 1990, foram superficiais e revisionistas, em especial, aquelas que tentaram dar conta de analisar a queda rápida ou repentina de um gigante político (URSS), em meio a uma aguda crise do capitalismo imperialista americano e europeu, os obrigando a apelar para o estrangulamento das nações subdesenvolvidas, com o famigerado plano de neoliberalização da economia, com “menos estado e mais iniciativa privada”.
Um plano do Fundo Monetário Internacional (FMI), endossado pelo Banco Mundial e pelas principais potências capitalistas da época. Para que esse plano funcionasse, seria necessário ampliar a base de exploração e convencimento de outras nações, com isso fazer concessões para que países como a China, países asiáticos e países do Leste europeu, se interessassem pela possível renovação econômica do mundo.
A propaganda do lado capitalista foi bem-feita e alguns grupos da Ex-URSS, também mostraram interesse pelo tema. Podemos dizer que a partir de 1985, as conversas já estavam adiantadas e até mesmo, acordos de desarmamentos entraram na mesa de negociação.
Muitos nem imaginam, mas os acordos para reunificar as “Alemanha Oriental e Ocidental” já estavam avançados desde 1986, devido aos encontros diplomáticos das superpotências, que culminou com a queda do Muro de Berlin em 1989 e, que passou para a história como um ato da população dos dois países, simbolizando os novos tempos do livre mercado.
Da reunificação da Alemanha, para a reabertura política no leste europeu, saída soviética do Afeganistão e gritos de independência das pequenas repúblicas bálticas (Letônia, Lituânia e Estônia). Chegamos em dezembro de 1991, com as ondas neoliberais varrendo Moscou, em um misto de golpe político dentro da Federação Russa e a rearticulação a partir do XX Congresso da URSS para discutir as mudanças que historicamente estavam em curso (Mariano Neto, 2023).
Queremos entender o pensamento de Donald Trump, dos extremistas da Europa, então teremos que nos debruçarmos sobre essa época, pois alguns ainda estão sem entender como Trump se dá tão bem com o governo Russo e seus magnatas da extrema direita.
Ainda hoje nos perguntamos como que isso aconteceu tão rápido e tão intenso? Nem mesmo os mestres e os doutores em União Soviética e Rússia, ainda conseguiram responder a estas questões e talvez nem respondam, pois novos fatos reacendem novas perspectivas. Essa foi uma situação que merece muito estudo, muita análise, para além do que a grande mídia propagou como fim do comunismo e ou socialismo. Mas que estranhamente, a extrema direita passou a propagar como o grande perigo de 2015 a 2025.
Como Trump flerta com a Rússia (Putin), símbolo do Socialismo do século XX, enquanto a extrema direita ataca o socialismo chinês, russo e até do BRICS, como se estes países fossem um novo Comunismo em formação? Uma coisa é certa, a EX-URSS se dissolveu ao final de 1991 e ao mesmo tempo em que se desintegrou, deu origem a uma nova organização geoeconômica aos moldes de vários blocos que se formaram ao longo dos anos de 1970 e 1980 em regiões influenciadas ou controladas pelo capitalismo norte-americano. Assim, nasceu do antigo bloco soviética, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), com 15 das 18 ex-repúblicas que compunham a URSS, apenas os países bálticos não quiseram compor essa nova comunidade geoeconômica (Mariano Neto, 2023)
Pareceu uma saída honrada para os mais de 73 anos de história de um poderoso bloco geopolítico que foi capaz de rivalizar milhares de situações conflituosas ao longo de 1917 (Revolução Russa) a 1991 (fim da União Soviética). Lembro que no verão de 1991, escrevi um pequeno artigo sobre “Geo-história e Separatismo”, para a série Fragmentos, do periódico Anarquista Edições Motim. Eram ensaios datilografados em estêncil a óleo e depois impressos em tiragens de no máximo 500 cópias. Começou com um pequeno alerta em que afirmava que o “mono é a destruição da diversidade dos organismos e que a humanidade está se construindo como uma grande monocultura planetária” (Mariano Neto, 2023).
O leste europeu virou um caldeirão de revoltas em todas as direções, liberalismo e separatismo se misturavam em ondas nacionalistas, crises entre grupos étnicos e poder político para comandar os destinos de uma “nova ordem” que se apresentava. A Direita e a extrema direita, financiada por milionários e bilionários, lunáticos e extremistas de direita, passaram a controlar estes países que saíram da órbita soviética.
Via que naqueles movimentos, estava se desenhando um momento em que ao invés de duas, apenas uma força política se tornaria hegemônica e mesmo que nacionalismos exacerbados e grupos separatistas, contribuíram para a fragmentação de seus territórios históricos. No geral o imperialismo capitalista, liderado pelos norte-americanos ganhava força, o que em curto prazo geraria muita tensão entre os blocos de países que começavam a se alinhar, muito mais geoeconômica, do que geopolítica.
Tudo parecia um furacão de velhas novidades e, estávamos no olho do furação, pois algumas ditaduras também começaram cair aqui na América Latina, fruto da forte crise econômica que o capitalismo da velha ordem não conseguia mais solucionar. Vale registrar que, com o fim das ditaduras militares em países subdesenvolvidos que eram controlados pelos americanos e europeus, foram engolidos pela nova onda neoliberal, com a eleição de governos que rapidamente passaram a privatizar empresas estatais a preços irrisórios e adotar políticas de instalação de governos em que os direitos sociais foram aviltados em quase todos os segmentos, sendo comandados por empresas multinacionais e grupos econômicos estrangeiros (Mariano Neto, 2023).
Do outro lado do mundo, japoneses coreanos e chineses não fizeram movimentos bruscos, pois a presença militar norte-americana nessa área impediu mudanças geopolíticas significativas. A Coréia dividida não teve a mesma sorte da Alemanha unificada.
Mas as regiões do Extremo Oriente e Sudeste Asiático receberam uma forte injeção de dólares, fazendo surgir em pequenas nações um pujante capitalismo de novas tecnologias e de substituição de exportações: “Os Tigres ou Dragões Asiáticos”, passaram a inundar o mundo com mercadorias que até então, só circulavam nos países desenvolvidos. Zonas Especiais de Livre Comercio da China, Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Filipinas e Indonésia eram o novo celeiro hitech do mundo capitalista.
Nestes 30 anos de neoliberalismo, os países subdesenvolvidos ficaram quase sem nada, pois governos entreguistas e corruptos privatizaram o patrimônio estatal e soberania popular destes territórios, ao exemplo de países como México, Brasil, Argentina, Chile, África do Sul, países do Oriente Médio, Norte da África, Índia e Sudeste Asiático, todos foram depenados pelo FMI. Banco Mundial e transnacionais e oligopólios do capitalismo central (Mariano Neto, 2024).
Estatais do Petróleo, demais setores energéticos, recursos minerais e meios de comunicação, setores de ciência e tecnologia foram os principais alvos. Uma das armadilhas do neoliberalismo e sua receita para os países subdesenvolvidos foram os diferentes níveis de endividamento externo destes países.
Os processos de dolarização das economias e as regras do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM), com essa receita neoliberal, estes países mergulharam em profundas crises econômicas, sociais e políticas, os levando as aventuras de potenciais “salvadores da pátria” que defendia o estado mínimo para saírem das crises provocadas por quem propunha o neoliberalismo econômico e político. Esse modelo trouxe mais dependência financeira, econômica e tecnológica, pois as indústrias nacionais não conseguiam competir com as gigantescas transnacionais.
Agora, estamos nesse momento crucial em que o capitalismo predatório e o imperialismo dos EUA e Europa, tem novos e fortes concorrentes e nas últimas duas décadas, estão perdendo força competitiva. Nas duas primeiras décadas do século XXI, com a ascensão de extrema direita em vários países da Europa e posteriormente nas américas e até mesmo na Ásia e África, as estratégias de poder tem mudado significativamente.
As pautas sociais estão sendo subvertidas para pautas de costumes e a perseguição alvo tem sido os imigrantes em busca de trabalho, nos países desenvolvidos e com a globalização e as flexibilizações dos fluxos de mercadorias e pessoas, aumentaram os conflitos étnicos, culturais e religiosos. Estes estão se “transformando em pano de fundo” para governos e países esconderem as suas crises políticas e econômicas.
Os megablocos econômicos e as potências capitalistas como EUA e países da Euro Ocidental, tem perdido competitividade e mercado para as novas potencias emergentes, como China, Tigres Asiáticos, Índia, Rússia e até mesmo o Brasil. O bloco do BRICS e a sua ampliação é uma das causas de disputas comerciais entre os países desenvolvidos.
Para tanto, talvez estamos entrando naquela fase de antropofagia capitalista, onde os governos de extrema direita, comandados por bilionários em grandes oligopólios, queiram ampliar as ondas de caos, terror, desordem e distopia coletiva, para garantir o controle totalitário e autoritário de um governo mundial, regido pelos seus interesses.
A manipulação midiática e digital, tem demonstrado relativo avanço da ideologia extremista, resta saber se, quando não houver mas saída e o caos for totalmente instalado, se restará pedras sobre pedras, pois, de acordo com a teoria do caos, “as batidas das asas de uma borboleta na Austrália, podem alterar o clima em outro lugar no mundo”, imaginem as milhares de ogivas nucleares menores e 50 vezes mais potentes que as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, estourando no Centro da Europa, o que faria com toda humanidade?
Muitos ainda não entenderam o que representa o Trump 2.0, suas ameaças mundiais, seus ataques frontais contra aliados diretos como Canadá, México, países da Europa. Sua constante espetacularização midiática sobre temas polêmicos e ameaças diretas à China.
Tudo parece um jogo de cartas, parece com um jogo de acertos e erros, de fazer e desfazer. Enquanto isso, os mercados se abalam e as incertezas se transformam em especulações e probabilidades. Isso criou um mundo em agonia, os contratos sociais, ambientais e políticos estão todos sob ameaça, enquanto trapaceiros, com informações privilegiadas, engordam as suas contas e apostam nesse caos probabilístico.
Se a Utopia atual é representada por um mundo tecnológico, superando as crises ambientais, energéticas e gerando um bem estar social cada vez maior, mesmo que em meio o sistema capitalista. Trump e sua trup de extremistas, chegam para tocar o terror e apostar no fim do futuro, destruir um futuro utópico e de bonança, parece muito com a utopia socialista do século XIX, pois o capitalismo liberal e até mesmo neoliberal dos séculos XX e inicio do século XXI, estão perdendo espaço nessa ordem globalizada.
Esses cenários de incertezas, de projeções fracassadas do ponto de vista econômico e tecnológico, não controlados pelas potências ocidentais, tem deixado muitos economistas neoliberais de “cabelos em pé”. Parece que a saída encontrada é apostar no caos, nos extremismos políticos do começo do século XX, nos choques ou crises premeditadas para frear os avanços dos chineses e outros aliados.
Algumas situações declaradamente negacionista, na ciência, na saúde e nas mudanças climáticas, parecem parte dessa estratégia maluca de tornar o mundo atual insustentável, caótico, tenso, distópico, pelo menos, até as elites dominantes retomarem o controle do mundo.
É importante registrarmos que o mundo capitalista tem vários e diferentes cenários distópicos na vida real. A extrema pobreza na África, na Índia, ou a Cracolândia de São Paulo, na Flórida (EUA), só para ressaltar situações caóticas e ou de distopias.
A distopia mais marcante dos últimos cinco anos foi a pandemia mundial de Covid-19, com grande impacto justamente nos países governados pela extrema direita, como foram os casos dos EUA, Brasil, Índia e vários países europeus. Estes governantes culparam a China, enquanto milhões de velhos morriam descontroladamente, desobstruindo os sistemas previdenciários da Europa, EUA e outros países.
Eles só não esperacam que os chineses, conseguissem, em tempo recorde, responder por políticas de combate a pandemia, isolamento social, imunização e ainda, conseguiram transformar o problema em soluções econômicas.
O que pareceria um mundo completamente arrasado, com milhões de mortos e bilhões de contaminados, se transformou em pautas negacionistas de extrema direita, até que o vírus do Covid-19, começasse a mutar e atingir, crianças, jovens e adultos em tese saudáveis. Os governantes de extrema direita, começaram a serem precionados em todos os sentidos e tudo saiu do controle.
Faz exatos cinco anos do começo da pandemia de COVID-19, a humanidade até já havia passado por outras epidemias como a peste negra no século XIII e a cripe espanhola no início do século XX, mas a pandemia da COVID-19, criou de fato um cenário distópico.
Outra distopia assustadora é a crise ambiental, com a emergência climática, extremamente avassaladora, atingindo todas as regiões do planeta, com fortes chuvas, enchentes ou elevadas temperaturas e secas, logo em seguida. Os extremistas de direita como Trump, negam e estimulam as práticas predatórias e antiecológicas.
Mas é fundamental considerarmos a geopolítica no Oriente Médio, com o massacre e genocídio dos palestinos pelos sionistas de Israel com total apoio dos Estados Unidos. A destruição da Faixa de Gaza e milheres de mortos (crianças, mulheres e idosos).
Esse conflito na Faixa de Gaza também representa a completa falta de controle de órgãos internacionais como a ONU, impotente e desmoralizada pelos EUA e Israel. Um genocídio em pleno século XXI e as relações diplomáticas jogadas na lata do lixo, se juntarmos com as dezenas de outros conflitos regionais, o mundo se tornou incerto e inseguro.
Trump aposta todas as fichas nesse mundo caótico e desestruturado. Resta saber até quando o próprio povo dos EUA, irá admitir e aceitar essa lógica perversa de se colocar sob a égide de um mundo completamente distópico, governado por homens insensatos, cruéis e nazistas, no sentido exato desse termo?
Até quando o mundo irá aceitar as tantas provocações políticas e econômicas de magnatas bilionários de extrema direita, que resolveram instalar uma distopia totalitária e autoritária em escala global?
* Belarmino Mariano é geógrafo, doutor em sociologia e mestre em meio ambiente formado pela UFPB e UFCG. Professor de teoria da geografia e geopolítica pela UEPB, desde 2002.
As imagens são das redes sociais e apenas figurativas.
Referências e artigos afins:
ALVES, Giovanni; MARTINEZ, Vinício (Orgs.). Dialética do Ciberespaço – trabalho, tecnologia e política no capitalismo global. Bauru/SP: Editora Praxis (Document Arminda), 2002.
BARBOSA, Wanderley; CRISPIM, Sérgio F. As Teorias do Caos e da Complexidade na Gestão Estratégica. São Paulo/UMSC, 2020.
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos06/834_Caos%20e%20Complexidade%20Seget.pdf
BAUMAN, Zigmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
CANCLINI, N. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995.
GLEICK, James. CAOS: A criação de uma nova ciência. Trad.de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1992.
MORE, Thomas. A utopia. São Paulo: Martin Claret, 2001.
HELERBROCK, Rafael. “O que é o princípio da incerteza?”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-principio-incerteza.htm. Acesso em 11 de março de 2025
NIRO, Robert de. Declaração sobre Donald Trum. Guarabira: Radicais Livres: Março de 2025. https://radicaislivreseco.blogspot.com/2025/03/declaracao-sobre-donald-teump.html?m=1
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