O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta terça-feira (26) que abordará o tema da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro com “serenidade”, mas ressaltou que o Brasil possui outras prioridades no momento.
Em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Motta defendeu a necessidade de “sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição”. No entanto, o deputado paraibano também enfatizou a importância de “dar uma solução dentro desse problema, que é sensível, que é justo, e não aumentamos a crise institucional que nós já estamos vivendo”.
A declaração do presidente da Câmara ocorre um dia após ele ser pressionado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante um ato na Avenida Paulista. O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação, criticou Motta em discurso no carro de som, ao lado de Bolsonaro, acusando-o de “envergonhar o honrado povo da Paraíba” por sua suposta resistência em pautar a urgência do projeto de lei de anistia.
Motta afirmou que “respeita todas as manifestações” e que fica “muito feliz quando a democracia grita”. No entanto, ele reiterou que a prioridade da Câmara dos Deputados no momento é tratar de outras pautas consideradas mais urgentes para o país.
Motta afirmou que anistia “não é a pauta única do Brasil”. “O Brasil é muito maior do que isso. Nós temos inúmeros desafios. Então, nós não vamos jamais ficar restritos a um só tema”, disse. “Vamos levar sempre essa decisão para o colegiado. Vamos conversar com o Senado Federal, que faz parte dessa solução também, e poder conversar com o próprio Poder Judiciário, com o Poder Executivo, para que uma solução de pacificação possa ser dada.”
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