O Brasil perdeu, na madrugada deste último sábado (30), aos 88 anos, um dos seus grandes mestres da literatura e do humor: Luís Fernando Veríssimo faleceu em Porto Alegre, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia, após cerca de três semanas internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento.
Uma trajetória singular
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Origem: Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, era filho do renomado escritor Érico Verissimo. Passou parte da infância nos Estados Unidos, retornando ao Brasil posteriormente.
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Vida profissional: Trabalhou em publicidade e jornalismo — com passagens por Zero Hora, O Estado de S. Paulo e O Globo — até se tornar um ícone da crônica brasileira.
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Polivalente e popular: Sua obra abrangeu mais de 80 títulos — entre crônicas, contos, romances, sátiras políticas, quadrinhos e literatura infantil — e vendeu mais de 5,6 milhões de cópias, tornando-o um dos autores mais queridos do país.
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Além das palavras: Também atuou como cartunista, tradutor, roteirista, dramaturgo, músico (saxofonista da banda Jazz 6), e sempre manteve forte ligação com o jornalismo e o universo musical.
Legado encantador
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Personagens eternos: Criou figuras emblemáticas como O Analista de Bagé, Ed Mort, As Cobras, A Velhinha de Taubaté e muitos outros, que transcenderam livros, ganhando quadrinhos, teatro e televisão — como em Comédias da Vida Privada.
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Ironia com propósito: Sua escrita utilizava humor e leveza para criticar com elegância — foi um veículo para denunciar a ditadura, resistir ao autoritarismo e defender a democracia.
Como o país se despediu
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Luto nacional: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto oficial em todo o território nacional, reconhecendo em Veríssimo um autor talentoso que marcou gerações.
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Homenagens unânimes:
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A Academia Brasileira de Letras (ABL) destacou que “Verissimo nos ensinou a imaginar uma vida mais leve” e enalteceu sua produção literária e cultural.
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O governador do RS, Eduardo Leite, decretou luto estadual, sublinhando que o Estado se despede de “um gênio da escrita”.
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Artistas como Walcyr Carrasco, Martha Medeiros, Angeli e Itamar Vieira Júnior também prestaram homenagem pública à genialidade de Veríssimo.
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Velório e sepultamento: A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul recebeu o público para a despedida, seguida de cerimônia restrita à família no Cemitério São Miguel e Almas.
A despedida de uma obra que resistirá
A partida de Luís Fernando Veríssimo representa o fim de uma era na crônica e no humor nacional. Sua leveza crítica e sua produção multifacetada deixaram uma marca indelével na literatura e na cultura brasileiras.
crédito: Bruno Veiga/Divulgação
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