O prefeito do município de Cuité, na Paraíba, Charles Camaraense (PSB), foi uma das pessoas a denunciar as blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no 2º turno das eleições 2022.
“Eu vi o que estava acontecendo e não quis acreditar. Ainda cheguei a falar com um dos agentes que estava na blitz e ele disse: ‘a gente não queria estar aqui, num pleno domingo, em dia de eleição’. Isso quer dizer que eles estavam recebendo ordens”, afirma o prefeito.
Nesta quarta-feira (9), o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques foi preso, em uma operação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022. Charles não foi convocado para prestar depoimento no inquérito da PF que resultou na prisão preventiva, mas participou de uma audiência na ouvidoria da PRF há cerca de 90 dias sobre o assunto.
Na audiência, o prefeito de Cuité foi questionado se considerava que as blitze haviam sido orquestradas. “Eu disse que três ou quatro agentes não iam ligar um pro outro, se reunir e dizer ‘vamos fazer uma blitz em determinado local’. Não. Eles estavam ali porque houve uma determinação”.
Operação da PRF
Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze que interferiram na movimentação de eleitores, sobretudo no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.
Na véspera, o diretor-geral da PRF havia declarado voto em Bolsonaro. Vasques é réu por improbidade administrativa nesse episódio.
No domingo do segundo turno, Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitze, sob pena de prisão de Vasques. A ordem, no entanto, foi desrespeitada pela PRF.
Um relatório obtido pelo blog da Andréia Sadi no g1 mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022.
Embate entre Charles e Vasques
Em junho, durante sabatina na CPMI do 8 de janeiro, realizada na Câmara Federal, Silvinei acusou Charles de ter mentido sobre a denúncia da blitz que estaria impedindo o acesso de eleitores às urnas.
“Três matérias que se destacaram e a gente foi verificar. Uma era o prefeito de Caité… Cuité, mentiu descaradamente e foi processado, até o nome dele mentiu. Inclusive fez campanha política, que é crime, num local que os policiais ficaram por 39 minutos e um dos veículos que estavam lá era do juiz da comarca que foi conversar com ele”, disse o ex-diretor-geral da PRF durante a CPMI.
“A verdade veio à tona, e aí eu pergunto, quem é que estava mentindo?”, disse o prefeito Charles Camaraense (PSB) em um vídeo postado nas redes sociais nesta quarta-feira.
G1
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