“GUARABIRA – Ao redor dos buracos tudo é beira”

Ariano Suassuna, certamente brincou com a teoria de Rutherford-Bohr, sobre os modelos atômicos e, relacionou o esquema a uma música estranha sobre a ideia em que “um cavalo morto é um animal sem vida” e ” ao redor do buraco tudo é beira” e o cantor repetia a frase “Rutherford-Bohr, Rutherford-Bohr, Rutherford-Bohr, modelos atômicos.”
Ariano Suassuna, tratava sobre o respeito à cultura brasileira e, o que nos interessa aqui é a “metáfora da beira do buraco”, em um país em quê, a reeleição alimenta verdadeiros desgovernos, que simplesmente abandonam os municípios a sua própria sorte.
Trazendo esse humor de Ariano para Guarabira, quem anda de bicicleta, moto ou carro, vai concordar comigo. Por aqui não existe mais quase asfalto. A não ser em algumas avenidas em que supostamente existem empreendimentos de interesses de algumas famílias.

Por todos os lados onde você circula existe buraco e, no máximo, as respectivas beiras. As beiradas dos buracos são uma verdadeira constelação. Se comparados com átomos, essa história vai chegar ao buraco negro, quase na frente da igreja Assembléia de Deus.

Não importa o bairro, centro ou rodovias estaduais que no perímetro urbano, são de responsabilidade do governo municipal e sua equipe. As entradas do IFPB e da UEPB, além de buracos e beiras, tudo é lama, quando chove ou poeira quando seca.
Na cidade inteira, onde tinha asfalto, só resta um pissarro, brita solta e buracos. Onde só tinha calçamentos passou a existir ondas de buracos, covas, rebaixamentos e ondulações.

Como testemunha da oficina de Bola car, já troquei a suspensão do meu automóvel duas vezes. Se for contar a quantidade de alinhamento e balanceamento, me perco entre as diferentes oficinas da cidade.

Cuidado motoqueiros, pois os fragmentos de terra, asfalto e brita soltos são perigosos demais, já levei uma escorregada, seguida de tombo. Quando tentei apoiar o pé no chão, a moto caiu pra um lado e eu para o outro. Essa semana, nos portões da UEPB, uma jovem levou um grande arregaço.

Em Guarabira está ficando difícil sair nas ruas. Para todos os lados temos os mais irregulares quebra-molas em uma única cidade. Em algumas ruas ou avenidas, chega a termos 3 ou 4 quebra-molas, entre 50 e 100 metros de distância. Alguns parecem montanhas, outros são verdadeiros meios fios, no meio das ruas. O pior é você sair de um quebra-muralha e cair em uma cratera.

Algumas ruas parecem um rally do sertão. Um furo vira barroca, que vira buraco e quando 3 ou 4 buracos se unem, temos uma cratera.
Em Guarabira, temos crateras em quase todas as ruas da cidade. Se a prefeitura adiar seus programas de tapa buraco ou as suas políticas de mobilidade urbana para outro gestor, ficará conhecido como o governo municipal com a cidade mais esburacada da história recente.

Eu teria vergonha de receber esse título. Recursos existentes, profissionais querendo trabalhar são muitos e o que falta é a vontade política.

Como diziam os mais velhos, as vezes os remendos ficam piores do que os rasgões. Como é difícil falar de situações especificas, vemos Guarabira em seua atual estágio de abandono público, que, tapar um buraco piora, pois são tantos e os restos de construção ficam rodeando o serviço e os materiais rolam para a pista, provocando risco de acidentes.

Ainda não sabemos sobre “o cavalo morto ser um animal sem vida”, mas, além dos buracos ainda é comum encontrarmos cavalos, jumentos e vacas soltos pela cidade. Rutherford-Bohr não tratou sobre animais mortos em sua teoria dos modelos atômicos, mas, na cidade onde o lema é : “o trabalho não para!” Minhas dúvidas são muitas.

Enquanto isso, vivemos correndo sérios riscos de vida, pois para não cairmos nos buracos e nas crateras da cidade, somos obrigados a dirigir pelas beiradas.
Para finalizarmos essa buracaria histórica, relembro o amigo guarabirense Zuma Nunes , que sempre dizia, pelas beiradas, a gente como papa quente, e soprando a colher, para não queimar a boca.

Só para relembrar, pois recordar é viver, cadê aquela cidade tapete de asfalto da gestão de Fátima Paulino?

 

 

 

 

 

 

 

Por Belarmino Mariano