A cidade de Dona Inês, a cerca de 144 quilômetros de João Pessoa, está vivendo até este domingo, 03, um momento especial: a realização do seu I Festival de Inverno, que deverá ser o pontapé inicial para uma nova fase no que diz respeito à cultura, ao entretenimento e ao turismo na região.
O site Bafafanoticias subiu a serra e foi conferir tudo no sábado, 02, a convite da PBTUR e Prefeitura Municipal de Dona Inês. O Bafafá registrou momentos do Festival e conta a história de uma cidade que nasceu do amor proibido entre uma senhora de engenho e um homem negro. Veja matéria também na Bafafa TV no YouTube.
Atestamos ‘in loco’ o movimento de artistas, turistas e da população da cidade em torno do Festival. Em plena praça pública a apresentação de Teatro de Bonecos (Babau da Paraíba do Mestre Clóvis), a encenação da peça “Zé Lins – O Pássaro Poeta” no Circo Amazonas, os shows de bandas locais e dos artistas Juzé e Seu Pereira, tudo em sintonia, fazendo a cidade respirar cultura.
Antes disso, desde o início da manhã, grupos de turistas e jornalistas foram levados a conhecer o turismo na Serra, onde experimentaram um roteiro impressionante que leva a caminhadas na maior trilha de longa distância do Nordeste, a mata do Seró no “Caminho das Ararunas”.
O passeio inclui vários roteiros, como o roteiro das Pedras, do Curimataú, da Caatinga e o Roteiro das Cachoeiras, que está preparado para a prática de esportes radicais, como o rapel, motocross, ciclo turismo e rota 4×4.
No centro da cidade, um espaço dedicado a guardar a sua memória. O “Espaço da Memória” funciona como uma Central de Atendimento ao Turista, onde o secretário de Cultura e Turismo de Dona Inês, Josenildo Fernandes, explica cada elemento que compõe aquele espaço.
“Aqui vamos ver como era a vida na cidade desde a sua fundação. Temos uma réplica de casa de taipa com todos os seus elementos, como o candeeiro, a máquina de costura, o altar e o fogão a lenha. Em outro ambiente, o turista conhece o Memorial da Farinha e mais à frente a Cacimba de Manoel Praeiro”, que tem uma importância história para a cidade”, destaca.
O prefeito Antonio Justino está empolgado com o Festival e disse que novas edições devem vir por aí. “Estamos percebendo aqui o quanto a nossa cultura e a nossa história têm valor. Mostrar isso para as pessoas é muito importante. O Festival está oferecendo cultura e história, mas está trazendo movimento para a nossa economia. Esse é apenas o primeiro de muitos outros de que deverão acontecer em Dona Inês”, disse.
TRIO DE FORRÓ E COMIDA REGIONAL
Um autêntico trio de Forró recebe os turistas em um barzinho rústico no início da Mata do Seró. Tudo muito tradicional e empolgante para uma recepção calorosa dos nativos aos visitantes. Seria apenas a preparação para o almoço no restaurante de Dona Célia, com uma culinária típica à base de buchada de bode, galinha de capoeira, macaxeira e outras especialidades regionais.
Ainda na culinária, no restaurante da Praça Central, que também serve como pousada, Dona Cícera trata o turista como um filho. Do banho em chuveirão para repor as energias à comida feita com carinho, tudo deixa o visitante à vontade para curtir o frio de Dona Inês no terraço em primeiro andar projetado para uma visão geral da praça.
Outro destaque de Dona Inês é a preparação de alimentos a partir da sua produção de umbu. A cidade está investindo na produção da fruta para sua utilização em sucos, geleias e até um risoto de umbu, uma especialidade da casa.
PÔR-D0-SOL NA CRUZ DA MENINA
O pôr-do-sol é uma atração à parte. O local onde se encontra a Cruz da Menina, em uma Comunidade Quilombola, já se tornou tradição e oferece aos turistas café, tapioca e pé-de-moleque para o lanche da tarde.
Enquanto aguarda o show da natureza acontecer, os turistas são recebidos ao som da banda de pífano na comunidade. Também é possível visitar o Cajueiro onde foi vista a Sinhá Inês, o ateliê do Escultor Sérgio Teófilo e o centro Cultural Quilombola.
A HISTÓRIA DE DONA INÊS
Foi na Pedreira da cidade, onde antigamente havia um cajueiro, que a uma senhora branca foi se encontrar às escondidas com o seu amor: um homem negro, servo de uma família tradicional. Ela vinha de Pernambuco, após deixar para trás a família tradicional, e era ali – onde hoje é Dona Inês – que vivia o seu amor proibido.
Os relatos de antigos moradores dizem que esta senhora branca tinha ao seu lado um servo negro e ambos foram avistados por vaqueiros de outras regiões que passavam por ali, mas desconheciam o lugar e também a existência de moradores nele.
Antes disso, os vaqueiros apenas passavam pela região e não sabiam que havia alguém povoando o lugar. Foi o amor desse casal – improvável na época por ser uma branca com um negro – que fez surgir a cidade de Dona Inês.
A senhora disse que se chamava Inês e era “senhora de engenho” em outro estado. Ela nunca mais foi vista, mas deixou sua marca na localidade, tornando-se história e nome para o município.
A príncipio, por volta dos anos 1800, o povoado fazia parte da cidade de Bananeiras. Foi elevado à categoria de município com a denominação de Dona Inês pela lei estadual nº 2141, de 19-06-1959, adquirindo assim sua emancipação política e independência econômica.
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