Kassio Nunes Marques, jurista do baixo clero, que deve seu emprego de ministro do Supremo Tribunal Federal a um ex-presidente oriundo do baixo clero da Câmara, nada viu no 8/1, sequer uma tentativa fracassada de golpe de Estado.
Viu apenas pessoas simples, quase todas desarmadas, a invadir os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do próprio tribunal onde ele dá expediente. E viu algumas, por motivos que ignora, destruir as instalações das sedes dos três Poderes da República.
Foi por isso que ele votou sem um pingo de vergonha para condenar Aécio Pereira, ex-funcionário da companhia de saneamento de São Paulo, a 2 anos e seis meses de prisão em regime aberto; solto durante o dia, voltando à prisão à noite.
O que fez Pereira em 8 de janeiro, chamado por Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, de O Dia da Infâmia? Flagrado dentro do Senado usando uma camiseta onde estava escrito “intervenção militar já”, ele postou um vídeo onde diz:
“Vai dar certo, não vamos desanimar”.
Para Nunes Marques, “as lamentáveis cenas do 8 de janeiro, apesar da gravidade e do vandalismo, não tiveram o alcance de abolir o Estado Democrático de Direito”. De fato, não tiveram. Se tivessem, a democracia não existiria mais, nem julgamentos.
Como os golpistas foram terrivelmente incompetentes, portanto, devem ser punidos apenas pelos estragos causados ao patrimônio da Nação. É como Nunes Marques deverá votar também no caso dos outros três golpistas a serem julgados depois de Pereira.
Alexandre de Moraes, ministro relator das ações contra os quatro golpistas, votou para condenar Pereira à pena de 17 anos, sendo 15 anos e 6 meses de reclusão e 1 ano e seis meses de detenção. Disse Moraes a certa altura do seu voto:
“Essa turba, de forma violenta, passou a destruir o patrimônio público. Está muito claro nas próprias mensagens que vários deles postaram: com o intuito de derrubar o governo democraticamente eleito em 2022 e que havia tomado posse em janeiro de 2023, pleiteando uma intervenção militar”.
E foi irônico:
“Às vezes o negacionismo faz parecer que no dia 8 de janeiro tivemos um domingo no parque. Então as pessoas vieram, pegaram um tíquete, entraram numa fila, como fazem na Disney: ‘Agora vamos invadir o Supremo, agora o Palácio do Planalto. Agora vamos orar na cadeira do presidente do Senado’”.
Moraes está convencido de que a democracia foi atacada, Nunes Marques, não, atacados foram prédios públicos. O ataque, para Moraes, foi a primeira fase do golpe que fracassou porque os militares não aderiram. Não houve golpe para Nunes Marques.
O que o Brasil e o mundo assistiram estarrecidos, com transmissão ao vivo por todos os meios de comunicação, Nunes Marques não viu, ou se viu não prestou atenção. Em que planeta Nunes Marques vive? Onde ele estava no domingo ensolarado de 8 de janeiro?
Talvez num parque de diversões com os olhos, ouvidos e boca tapados.
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