Lambanças do encontro entre Maquiavel e o Pequeno Príncipe

Por Belarmino Mariano –
Hoje estava dando aula de geografia política e falava sobre o realismo político de Maquiavel e seus conselhos ao “O Principe”, aí o aluno contou que um advogado de direita no Brasil (STF), citou Maquiavel como escritor do “Pequeno Príncipe”. Confundir o príncipe com o pequeno príncipe, citando que os fins justicam os meios, para defender golpistas é um vexame político grave. Os caras se superam até nos vexames literários.
Foi o que fez o advogado Hery Waldir Kattwinkel, na defesa de Thiago de Assis Mathar, segundo réu do atentado golpista do dia 08 de janeiro em Brasília. Como ficam os direitos autorais do escritor Saint-Exupéry? Ser confundido como maquiavélico, por um bacharel de Direito, que deveria conhecer minimamente Maquiavel.
Como ficam os três porquinhos da filosofia grega: Sócrates, Platão e Aristóteles? Pergunto, pois deixaram os fundamentos para a política, a ética e a dialética. Até mesmo os sofistas, que não se comprometiam com a verdade ou com a realidade, se remexeram nas covas.
Se brincar, vão dizer que Thomas More escreveu “O Leviatã” e Thomas Hobbes escreveu “Utopia”. Estamos entre o idealismo, realismo e ignorância política.
A Terra Plana não gira, simplesmente capota. É nisso que dá, quando idolatram um ladrão de jóias como mito e um charlatã como Filósofo.
O nível dos deputados e senadores da direita bolsonarista, estudou na cartilha de Olavo de Carvalho, por isso, acham que o “Pequeno Príncipe” é obra de Maquiavel.
Advogado: Hery Waldir Kattwinkel e a lambança maquiavélica.
Advogado: Hery Waldir Kattwinkel e a lambança maquiavélica.

 

 

 

Belarmino Mariano, é professor de Geopolítica da Universidade Estadual da Paraiba, campus III – Guarabira.