Casamento Homoafetivo – Problema ou Incômodo?

Pessoas do mesmo sexo podem se relacionar?

Por que setores à Extrema Direita se incomodam tanto?

Por que, uma pauta já superada, retorna ao congresso para votação?

Por que proibir esta possibilidade é algo quase como vital?

Estas perguntas pode ser respondidas se analisarmos historicamente as camadas da sociedade que sempre debateram e/ou condenaram este TRAÇO GENÉTICO/ORIENTAÇÃO (e não ESCOLHA/OPÇÃO, como muitos acreditam – ou querem acreditar) existente antes mesmo do conceito de Jesus Cristo, Sodoma e Gomorra, Noé, ou qualquer outra referência à Bíblia Cristã.

A igreja católica sempre utilizou-se das sagradas escrituras como instrumento de punição e controle contra pessoas homoafetivas, os condenando à danação eterna por cometerem um “pecado”. Passagens famosas como a Carta de São Paulo aos Romanos, a qual especifica determinados tipos de proibições, seguindo uma visão arcaica do judaísmo e tomando a heterossexualidade como “padrão” correto e propício à criação, induzem o fiel (pessoa que tem fé na crença) a tomar pra si e pra sua vida algo ultrapassado.

Mas, a verdadeira questão é: por que este tema é tão controverso e tão debatido num congresso nacional? Congresso este que deveria prezar pela letra fria da lei (texto literal descrito na Constituição Federal de 1988)? A resposta é um pouco complexa. Pois há muitos meandros a serem discutidos e diversas perspectivas quanto ao assunto.

Visão Teológica-Cristã

De antemão, gostaria de frisar que não possuo qualquer preconceito nem tenho a vontade de insultar a sua fé. Apenas procuro analisar politicamente atitudes comuns em pessoas que possuem uma certa tendência à idolatria.

Como argumentado anteriormente, é a leitura de passagens bíblicas que influenciam principalmente os evangélicos (também conhecidos como Protestantes, graças a Martim – ou Martinho – Lutero, ou, simplesmente, crentes). Este público possui uma característica peculiar: utilizam apenas leituras que atestem sua visão de mundo e incrementem seus argumentos (o que por si só já é problemático).

É também visto o uso de apenas alguns trechos do Antigo testamento (ignorando menções a escravidão, estupro, incesto e uma certa misoginia) e boa parte do Novo, criando algum tipo de “novíssimo e mais completo” testamento. Esta prática, por diversas vezes, acaba descredenciando os evangélicos e desfazendo seus próprios argumentos. (Embora, faço a ressalva de que, pra se questionar a fé, requer coragem e correr o risco de blasfemar – insultar ou contradizer as escrituras).

Visão Partidária

Aqui, temos uma fusão complicada entre temas: pessoas ligados à política (eleitos com bases ideologias religiosas) e com crença evangélica. Este conjunto de ideias não costumam se dar bem, pois acaba influenciando as decisões que, por muitas vezes, deveriam ser coletivas (e não para agradar a uma única categoria).

Hoje, temos nomes no Congresso Nacional que chegam a manchar a imagem que o externo tem da fé professada em templos protestantes. São indivíduos com pouca empatia ao próximo e com raciocínio lógico limitado às suas crenças pessoais.

Isso dificulta (e MUITO!) o diálogo aberto/franco, e desestimula a conversação pacífica. Temos visto, por exemplo, atuações horrendas em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que chegam a envergonhar até os apoiadores, tudo em nome da “lacração”.

Visão das “minorias”

Ao contrário do que dizia (ainda enquanto deputado) o ex-chefe do executivo, as minorias jamais se curvariam a um conceito ultrapassado e que fomenta apenas o discurso de uma religião só. Os integrantes do grupo LGBTQIAPN+ lutam incansavelmente pelo reconhecimento como iguais na sociedade e pela garantia de seus devidos e descritos direitos (em Carta Magna).

É visto, em reuniões congressistas, o empenho de Deputadas como Duda Salabert e Erika Hilton (mulheres transsexuais eleitas com votação expressiva em seus Estados), assim como o Pastor Henrique Vieira, debatendo e refutando argumentos esdrúxulos de colegas parlamentares sem o mínimo conhecimento de causa. (Para mais detalhes, você pode acompanhar as nossas postagens no Facebook com falas emblemáticas destas figuras)

É possível a mudança de paradigma neste cenário?

A verdade é que todo futuro é incerto. E que deveria existir a boa vontade e abertura para diálogo por parte da bancada extremista. Fazendo isso, eles estariam não apenas sendo bons parlamentares, mas também ótimos cristãos.

Eles estariam pregando aquilo que Cristo ensinou em seus testemunhos: “amar ao próximo como a ti mesmo”, “que atire a primeira pedra, quem nunca pecou”, “somos a imagem e semelhança de Deus”… fiz questão de elencar estas frase poderosas pois estão inclusas nas escrituras do evangelho.

Por fim, apenas desejo que a ignorância jamais prevaleça sobre o bom senso. E, como aquilo que Jesus acreditava, que a união entre pensamentos seja uma realidade.

 

 

 

 

 

 

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