Mãe de médico morto por engano no Rio não queria que ele viajasse

A mãe de Perseu Araújo, um dos três médicos assassinados em um quiosque do Rio de Janeiro, não queria que o filho viajasse para a cidade. Morto na madrugada desta quinta-feira (5/10), o médico baiano teria sido executado por engano, após ser confundido com um miliciano.

Ao G1, o tio de Perseu, Remo de Araújo, disse que a mãe do médico estava preocupada com a viagem do filho ao congresso de ortopedia na cidade do Rio de Janeiro.

Animado com o evento, mas preocupado com a segurança da cidade, Perseu decidiu pagar mais caro e se hospedar no Windsor Hotel, onde o congresso de ortopedia é sediado. A ideia dele era evitar grandes deslocamentos pela capital carioca.

O secretário da Polícia Civil do Rio, Renato Torres, afirmou, na manhã desta sexta-feira (6/10), que o assassinato dos três médicos teria acontecido por um engano.

“Não resta mais dúvida alguma de que os médicos foram assassinados por engano”, disse Torres.

Perseu Almeida teria sido confundido por traficantes que pretendiam matar o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do Dalmir, apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras. O miliciano mora próximo ao quiosque, que fica na Barra da Tijuca, e foi solto da cadeia neste ano.

Mapa colorida mostra local onde três médicos foram executados em quiosque no Rio de Janeiro

Além do médico baiano, morreram também Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, irmão da deputada federal, Sâmia Bomfim. Os três se conheceram ao trabalharem juntos no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

O médico Daniel Sonnewend Proença, de 33 anos, também acompanhava os amigos no quiosque ao lado da praia no momento em que os criminosos dispararam contra o grupo. Mesmo após levar 14 tiros, o paulista sobreviveu ao ataque. Ele está internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.

O tio de Perseu lamentou a morte do sobrinho e disse que ele dedicou a sua vida a estudar medicina.

“Meu sobrinho nunca fez nada a ninguém, tudo que ele sempre fez foi estudar. Tirar a vida de uma pessoa assim é muita irresponsabilidade”, afirmou.

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