A audiência do advogado “transão” de Goiás, que pediu adiamento da sessão para ter um “sexo satisfatório”, iria julgar uma fala dele que comparou uma desembargadora do Estado a um jumento. Manoel Rocha, advogado criminalista, causou polêmica ao enviar um requerimento à Justiça goiana solicitando que a audiência de instrução e julgamento fosse realizada em outra data, porque ele queria “se dedicar à prática do coito” naquela marcada.
Tudo começou quando Manoel Rocha, em um processo que negou habeas corpus à cliente dele, disse que a desembargadora do plantão judiciário “entende tanto de matéria de Direito Criminal quanto um jumento entende de viagem espacial”. A desembargadora, então, fez uma queixa-crime contra o advogado.
A audiência relacionada à queixa estava marcada para a última quinta-feira (23/11), mas ele enviou um pedido à Justiça solicitando adiamento. Como justificativa, Manoel Rocha disse que teria, naquela data, uma sessão de “sexo satisfatório” com a “extraordinária Paloma”, que seria “a maior autoridade em termos de sexo satisfatório do mundo”, mas tinha uma “disputadíssima agenda”.
O advogado “transão” ainda alegou motivo de saúde pública, dizendo que o sexo seria necessário para combater os efeitos de sua Covid longa.
“A parte querelada, justificadamente, necessita de todo o dia de hoje (e se Deus ajudar para que ele não falhe, toda a noite) a fim de se dedicar à prática do coito, ou seja, o sexo – vulgarmente também conhecido como ‘trepada’ – para que seja possível dar a continuidade de seu tratamento terapêutico (físico e psíquico) que a sua atual condição de saúde (física e mental) exige.”
O que diz o advogado
Manoel negou que tenha chamado a desembargadora de “jumento”, e disse que houve uma “péssima interpretação de texto”.
“Porém, como percebi que o meu escrito poderia gerar equívocos, imediatamente, em menos de 1 hora, protocolei nos autos o meu expresso pedido de desculpas e, no mesmo documento, enalteci a grandeza e o respeito pela nobre desembargadora. Eu critiquei a sua decisão porque eu estava envolto em sentimento de indignação face à prisão arbitrária, ilegal, abusiva de uma advogada. Eu estava certo em meu posicionamento jurídico, por isso impetrei outro habeas-corpus e o outro desembargador concedeu a liberdade da advogada que fora presa.”
Mas ele admite que o termo “jumento” foi “utilizado de forma equivocada e até maldosa”. “Pois eu quis traçar um paralelo entre dois pontos equidistantes: o jumento como expert de viagem espacial e a doutora desembargadora de conhecedora de processo penal e constitucional.”
“Protesto jocoso”
O advogado de Goiás também diz que o pedido para adiar a sessão e ter um “sexo satisfatório” foi um “protesto jocoso” contra a Justiça. Indignado com a queixa-crime contra ele, que advoga em causa própria, Manoel Rocha afirmou ter citado o encontro sexual como forma de “deboche”.
“Eu simplesmente quis fazer um protesto em forma de deboche contra um magistrado que não respeitou a legislação, que está agindo comigo contrariando suas próprias decisões”, disse. O advogado goiano ainda esclareceu que, embora tenha dito no pedido que a “extraordinária Paloma” teria “disputadíssima agenda”, ela não faz serviços sexuais.
Além do relatório médico, o advogado também anexou prints de conversas no WhatsApp com a “extraordinária Paloma”, para provar que ela não poderia em outra data. Veja:
A audiência estava marcada para essa quinta-feira (23/11). O pedido de adiamento, porém, foi negado.
metropoles
será que a “extraordinária Paloma” valeu a pena arriscar uma condenação??