Avó diz que criança morta em UPA sofria agressões dos pais: “Monstros”

A avó de Rodrigo Júnior Santos Queiroz, menino de apenas dois anos que morreu com sinais de violência, afirmou que a criança já havia sido agredida na casa dos pais. O casal foi preso nessa quarta-feira (20/12), em Itaquera, zona leste de São Paulo.

Rodrigo Pinheiro Queiroz, de 27 anos, e Eliana da Paixão Santos, de 21, levaram o filho para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 26 de agosto, na noite de quarta. O menino tinha marcas de violência pelo corpo e não resistiu aos ferimentos.

A avó acredita que a criança morreu por conta de agressões ocorridas dentro de casa, sob a guarda dos pais. “[O menino] vinha sofrendo maus-tratos desde o mês passado. Já registrei no Conselho Tutelar uma convocação do Hospital Tiradentes, onde ele ficou internado com suspeita de agressão”, disse a mulher ao SBT.

“O rosto dele [ficou] muito machucado. Até acontecer isso”, afirmou a avó, aos prantos.

Ela disse ainda que as supostas agressões começaram quando o pequeno Rodrigo foi para a casa do pai. “Sempre teve os meus cuidados, nos momentos em que estava na minha casa. Até ir para a casa dele [Rodrigo, pai da criança]. Ele nunca foi pai, nunca assumiu”.

“Eles são monstros. Não são pais, não têm coração”, afirmou.

Boletim de ocorrência

Segundo o boletim de ocorrência, uma supervisora da UPA 26 de Agosto desconfiou da reação dos pais após ser constatada a morte da criança e acionou a Polícia Militar (PM).

De acordo com o registro, eles “não esboçaram qualquer sinal de tristeza ou lágrimas”, mas negaram ter agredido o filho e disseram que os hematomas no corpo da criança eram por causa de uma “alergia”.

O casal foi conduzido ao 24°DP (Ponte Rasa), onde foram indiciados e detidos na carceragem da delegacia.

O caso foi registrado como maus-tratos e homicídio qualificado. “Exames periciais foram solicitados e detalhes serão preservado por envolver menor de idade”, afirmou a Secretaria da Segurança Pública (SSP), em nota.

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