Afastado das funções na 4ª Delegacia de Polícia (Guará) pelo prazo inicial de 30 dias, o agente policial de custódia Rodrigo Rodrigues Dias (foto em destaque) é alvo de ao menos duas sindicâncias instauradas pela corporação.
A coluna apurou que uma delas é para investigar a conduta do agente no bar, quando agrediu uma mulher e atirou na delegada Karen Langkammer. A outra é para verificar a denúncia de assédio revelada pela coluna.
Na ocasião, uma massoterapeuta de 34 anos, vítima de importunação sexual, denunciou que foi assediada por Rodrigo Dias após registrar ocorrência na delegacia do Guará.
O policial chegou a ser preso em flagrante na madrugada de quarta-feira (27/12) em um bar de Vicente Pires. Baleada no pé, Karen Langkammer precisou passar por cirurgia. O agente teve o porte de arma suspenso.
A PCDF informou que, ao ser notificada sobre os fatos, agiu prontamente. As ações são conduzidas pela Corregedoria-Geral da corporação. “Em resposta imediata, a corregedoria instaurou procedimento disciplinar para detalhar a apuração dos eventos e determinação de responsabilidades.”
Audiência de custódia
Rodrigo Rodrigues Dias passou por audiência de custódia e foi liberado pela Justiça na quarta-feira (27/12). O homem foi flagrado agredindo uma mulher em um bar na região de Vicente Pires quando foi repreendido pela delegada Karen. O agressor estava armado e acabou atirando no pé da policial. O caso ocorreu por volta de 0h15 de quarta-feira (27/12).
No vídeo é possível ver o agente sentado ao lado de uma mulher e um colega. Ele puxa o cabelo da companheira, e os dois passam a se agredir. Logo em seguida, a vítima muda de lugar.
Momentos depois, a delegada aparece acompanhada de um homem e passa a repreender o agressor. Os envolvidos iniciam uma briga, e, em dado momento, o agente chega a sacar a arma dentro do bar e ameaça os clientes. Veja:
A Polícia Militar do DF (PMDF) foi acionada. Os PMs viram que o suspeito estava atrás de um carro branco e tentaram negociar a rendição.
O homem colocou as mãos para cima e foi desarmado pelos policiais. Ele usava uma pistola Glock 9 mm e portava oito munições e um carregador.
Rodrigo foi preso em flagrante por disparo em via pública, lesão corporal e vias de fato. O caso, incialmente, foi registrado na 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), mas depois foi encaminhado para apuração pela Corregedoria-Geral de Polícia (CGP).
Assédio
Após a divulgação do caso de violência contra duas mulheres em um bar de Vicente Pires, uma massoterapeuta de 34 anos procurou a coluna para denunciar outro episódio de assédio envolvendo o agente policial. A vítima relatou que, em março deste ano, procurou a 4ª Delegacia de Polícia (Guará), onde Rodrigo Dias trabalha, para denunciar um caso de importunação sexual.
“Esse policial nem sequer me atendeu, mas se sentiu no direito de pegar meus dados no sistema e entrar em contato para me assediar”, informou. Na conversa a que a coluna teve acesso, o policial chega a falar que a vítima é muito bonita e pergunta se ela é solteira.
A massoterapeuta fez uma denúncia na ouvidoria da corporação, que encaminhou o caso para a Corregedoria-Geral de Polícia (CGP). Em abril, a PCDF informou que a 4ª DP se manifestou acerca da reclamação e que o caso seguia em apuração.
Histórico de violência
O agente policial de custódia da PCDF tem outras passagens por crimes de violência contra a mulher. A coluna Na Mira apurou que, em 2018, a então companheira dele, uma sargento do Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF), denunciou o marido com base na Lei Maria da Penha. Segundo a vítima, o policial é muito possessivo, ciumento e tem problemas com álcool. O casal tem duas filhas.
No dia da agressão, a militar relatou que Rodrigo Dias ficou nervoso, pois ela não o acompanhou a uma festa de família. Segundo a vítima, ele chegou a casa bêbado e muito agressivo. Começou a xingar, agarrou-a pelos braços e deu uma chave de punho.
O homem também tentou enforcar a companheira, mas foi impedido por uma das filhas do casal. A mulher chamou a polícia, pediu medidas protetivas de urgência e foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML). Ainda de acordo com a sargento, ela era ameaçada constantemente pelo marido.
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