As histórias que envolvem a morte de Isabela Dourado, 4 anos, são marcadas por uma sequência de terror e agonia. A menina estava sob cuidados do padrasto Igor Fernandes Pereira Ayres, 22, quando teve uma parada cardíaca. Laudo preliminar aponta lesão abdominal e vestígios de violência sexual.
Por mais de oito minutos, a professora da academia, que fica em frente ao prédio em que a criança faleceu, tentou reanimar a criança com massagens cardíacas, até a chegada do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Ela lembra os detalhes daquela segunda-feira (5/2). A profissional preferiu não ter o nome divulgado.
“Eu estava aqui quando chegou uma mulher que se identificava como a madrasta deste Igor, ela disse que tinha uma criança passando mal e que precisava de ajuda”, relatou. A professora foi correndo direto para o quarto, acompanhada dessa mulher, e ficou tentando reanimar Isabela até a chegada do socorro.
“Depois que os bombeiros e Samu chegaram, saí do quarto onde a menininha estava. Os bombeiros foram fazer o procedimento e eu fui para o outro cômodo”, disse. “O quarto do casal estava meio bagunçado, com roupas em cima da cama e na parte da cozinha também tinha umas caixas, como se fosse de mudança”, detalhou. Um lojista também próximo à residência do casal disse que eles tinham se mudado para lá há apenas 20 dias.
A professora disse que observou algumas marcas roxas perto do olho da criança. “As pálpebras dela estavam roxinhas e eu perguntei para ele o porquê”. Igor teria respondido que foi por conjuntivite, um pouco depois ele também falou que havia suspeita que a criança estivesse com hepatit
“Na lateral do olho dela estava meio que remeladinho”, disse. “Mas de verdade eu não fiquei observando se tinha machucado, estava tentando reanimar a criança, mas depois fiquei chocada quando soube o que aconteceu”.
A vizinhança está revoltada com o suposto crime que ocorreu. Para Elisângela Braga, a dona do bar na rua em que Isabela morreu, o alvoroço apresenta um pouco de curiosidade. “Eu estou aqui há mais de 10 anos e nunca tinha visto eles dois, depois fiquei olhando as fotos, mas não consegui reconhecer”.
Em uma das conversas com vizinhos, houve relatos de que a criança teria chorado no fim de semana, mas ninguém confirmou quem teria escutado os lamentos. Para policiais, os moradores relataram que ouviam com frequência a garota gritando e chorando quando estava sozinha com o detido, de 22 anos.
Momento da morte
Segundo as investigações, a criança teve uma parada cardíaca após supostamente sofrer violência sexual e não resistiu. Durante o atendimento à vítima, um dos integrantes da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou aos policiais militares acionados para atender a ocorrência que a criança apresentava sinais de abuso e violência sexual nas partes íntimas.
A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) investiga o caso, inicialmente registrado como estupro de vulnerável com resultado em morte.
Relacionamento
Igor e a mãe da criança estavam juntos havia nove meses, segundo o boletim de ocorrência. A criança e a mãe se mudaram do Rio Grande do Sul para o Distrito Federal em agosto de 2023.
No mês em que chegaram ao DF, as duas passaram a morar com a família de Igor. Em dezembro, os três se mudaram para o apartamento onde a criança foi encontrada morta, em Taguatinga Sul.
Às 8h54, ela teria recebido uma ligação do namorado, dizendo que a criança tinha convulsionado e não reagia mais. Após ser acionada e ouvir testemunhas, a PMDF prendeu Igor.
Versão do preso
À PCDF o suspeito contou ter ouvido um barulho no quarto e, quando correu para ver o que tinha acontecido, encontrou a criança se debatendo e espumando pela boca.
Ele alegou ter tentado fazer massagem cardíaca na enteada, mas a menina não reagiu. Vizinhos da família ouvidos pela polícia relataram ter ouvido, diversas vezes, a garota gritar e chorar quando estava só com Igor.
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