Maiara, da dupla com Maraisa, e a cantora Mari Fernandez foram alvo de inúmeros comentários em razão da aparência magérrima. Muitos internautas, inclusive, apontaram uma “desproporção” por conta do peso, dizendo que a “cabeça de Ozempic” é o novo efeito colateral do medicamento.

Nenhuma das duas artistas afirmou ter usado o medicamento no tratamento para emagrecer, porém os usuários desconfiam por conta da perda de peso repentina. Afinal, até que ponto é saudável emagrecer? Como a preocupação exagerada com a aparência física pode se caracterizar como um transtorno?

De acordo com André Maranhão, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica-RJ, com o boom dos filtros nas redes sociais, é cada vez mais comum achar quem não esteja satisfeito com o corpo. Os usuários se acostumaram tanto com o efeito “encantador” que não se enxergam mais sem eles.

“O transtorno dismórfico corporal (TDC) atinge mais as mulheres, pois elas são mais ligadas à autoimagem e às tendências de ‘beleza’. É importante ressaltar que 2,5% das brasileiras acreditam ter defeitos. A dismorfia corporal possui maior prevalência entre 18 e 30 anos, embora se apresente em qualquer faixa etária”.

André explica que é importante que as pessoas entendam o limite entre o mundo digital e o real. “É essencial cuidar da autoestima, aparência e saúde, mas sem excessos, respeitando o próprio corpo e principalmente o bem-estar”.

A preocupação em excesso com a estética é um problema que pode ser considerado transtorno dismórfico corporal. Por isso, o médico orienta observar alguns fatores que podem se enquadrar no caso. Um deles é evitar contato com outras pessoas.

“Também quando a pessoa está enxergando algo que não existe, se não quer sair de casa pelo fato de achar que sua aparência nunca está adequada ou pelo fato de simplesmente não enxergar beleza em si próprio. Pessoas próximas podem observar esses sinais e indicar ajuda médica”.

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