The Chosen é uma febre mundial e conta com mais de 700 milhões de views nas plataformas de streaming ao redor do mundo. Ainda assim, a bem-sucedida estreia da quarta temporada nos cinemas brasileiros surpreendeu os que menosprezam o apelo público de produções com temática cristã. Somente na semana de estreia, de 21 a 24 de março, mais de 274 mil pessoas assistiram os episódios 1 e 2 nas telonas.
De acordo com a Comscore, foram gerados R$ 5,9 milhões em arrecadação. O resultado fica atrás apenas do infantil Kung Fu Panda 4, que levou quase 550 milhões de espectadores aos cinemas e arrecadou mais de R$ 11 milhões.
Com audiência 378% maior que a da terceira temporada, a Paris Filmes Brasil tomou uma decisão inédita: exibir também os capítulos de 3 a 8 nos cinemas, a partir de 16 maio. Os episódios serão lançados de dois em dois.
Veja o trailer oficial da 4ª temporada de The Chosen:
The Chosen: do financiamento coletivo a 770 milhões de views no mundo
O Metrópoles remontou a trajetória de The Chosen: de um curta feito para o culto anual de Natal de uma igreja protestante dos EUA até ser traduzido para mais de 50 idiomas e ultrapassar a marca de 200 milhões de espectadores únicos em 175 países, incluindo o Brasil.
Criada, dirigida e co-escrita por Dallas Jenkins, The Chosen apresenta uma abordagem inédita para a passagem do Messias pela Terra, agora, sob a ótica de seus apóstolos e seguidores. O sucesso no Facebook incentivou o diretor a transformar o produto religioso em seriado e convidar Derral Eves para ser o produtor executivo.
O episódio piloto foi lançado em 2017, na plataforma cristã VidAngel, mas a barreira financeira fez com que o projeto fosse interrompido. Para tirar a ideia do papel, Jenkins e Eves realizaram o que se transformou no maior financiamento coletivo de que se tem notícia. A vaquinha custeou cerca de US$ 100 milhões (R$ 492 milhões, aproximadamente) das despesas da produção.
Com parte do dinheiro, Jenkins comprou uma propriedade no Texas (EUA), e reproduziu a cidade bíblica de Cafarnaum, onde se passa boa parte da trama. “Ela parece Israel em algumas partes, além de permitir que tenhamos nosso estúdio de gravação ao lado da nossa própria ‘vila de Cafarnaum’. Isso permite que fiquemos por perto e não precisemos viajar toda hora para filmagens, especialmente no meu caso”, explicou o diretor, em entrevista à Gazeta do Povo.
Os sete capítulos que completam a primeira temporada só foram lançados em 2019. A repercussão tamanha nas redes sociais levou The Chosen para plataformas de streaming como a Netflix, onde soma 770 milhões de visualizações de seus episódios. Além dos aplicativos oficiais The Chosen e Angel Studios, encontrados nas lojas dos smarthphones e em TVs compatíveis com o Google TV.
Em 2023, a gigante produtora de Hollywood Lionsguate adquiriu os direitos globais de distribuição e manteve a estratégia de lançamentos nos cinemas. As versões exibidas nas telonas renderam, até o momento, aproximadamente US$ 35 milhões (cerca de R$ 172 milhões) em bilheteria nos EUA.
O escolhido
Jonathan Roumie (Jesus Revolution) dá vida ao protagonista e integra o elenco composto por atores de origem árabe, judaica, do sudeste asiático e do norte da África. O ator traz uma versão bem-humorada do Filho de Deus, que se diferencia da imagem de sofrimento e dor propagada em filmes como A Paixão de Cristo (2004), dirigido por Mel Gibson e com Jim Caviezel no papel principal.
O retrato moderno do calvário do Cordeiro é um dos fatores que tornam a série tão elogiada e fez com que a primeira temporada conquistasse 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, website americano, agregador de críticas de cinema e televisão. O projeto também resgata costumes e o cenário político da época de uma forma nunca vista em outros títulos do gênero.
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