Filha do prefeito Cícero Lucena está entre os alvos de operação da PF contra grupo criminoso

A secretária executiva de Saúde de João Pessoa, Janine Lucena, que é filha do prefeito Cícero Lucena, foi um dos alvos da operação da Polícia Federal na Paraíba, realizada nesta sexta-feira (3), que tem como objetivo desarticular um grupo criminoso conhecido por Nova Okaida, que tem atuação na região metropolitana da capital paraibana.

Segundo a Polícia Federal, um homem que está preso no PB1, e que tem posição de liderança na organização criminosa investigada, articulou a obtenção de vantagens em órgãos públicos, com a ocupação de cargos públicos, em troca de dar apoio para que agentes municipais conseguissem adentrar em comunidades controladas ou que sofrem influência do crime organizado.

Foram cumpridos ao todo sete mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias. Duas das buscas e apreensões tinham Janine como alvo.

Uma delas foi no gabinete de Janine, na Secretaria Municipal de Saúde; e a outra foi na residência dela, localizada no bairro de Intermares, em Cabedelo.

O prefeito Cícero Lucena, em entrevista à TV Cabo Branco, disse que o mandado foi expedido por existir uma ligação de um presídio para o telefone da filha dele, Janine Lucena. “Ela é uma mulher pública, se você ligar ela lhe atende. Mais do que isso, não existe nada”.

Sobre a operação, Cícero disse que apoia a ação da Polícia Federal. “Eu quero, inclusive, que a polícia apure se eventualmente existir servidores no município, entre esses 27 mil, que tenham alguma culpa, serão responsabilizados”.

Polícia Federal faz busca e apreensão em órgãos da Prefeitura de João Pessoa — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Polícia Federal faz busca e apreensão em órgãos da Prefeitura de João Pessoa — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Ao todo, foram realizados oito mandados de busca e apreensão em João Pessoa (incluindo celas do presídio de segurança máxima PB1, secretarias de Saúde e Direitos Humanos e Cidania e Emlur), três em Cabedelo, dois em Rio Tinto, uma em Conde e uma em Campina Grande (na casa de uma mulher que é apontada como a operadora financeira do grupo criminoso).

As informações teriam sido coletadas a partir da quebra de sigilo telefônico e telemático desse homem. A operação foi batizada de Mandare e contou com o apoio da Polícia Militar da Paraíba. Participaram das diligências 44 policiais federais e 40 policiais militares.

G1