“Olha pro céu meu amor” que as pirotecnias já começaram em Guarabira, a previsão é de grande festejo, para não dizer ao contrário.
Por incrível que pareça, estamos na primeira semana de maio e as bandeiras juninas já estão enfeitando a principal avenida da cidade.
Será que vai ter forró? Não sou contra e acho que é a melhor festa do mundo, mas, aqui em Guarabira a tradição foi totalmente quebrada, parece até que combinam para não fazer nada nos festejos juninos.
De repente e com muita antecipação, a avenida D. Pedro II, misteriosamente, se vê enfeitada para festejar as santidades do mês de junho.
“Quando a esmola é grande, o cego desconfia” e “o trabalho não para”, “eu já escuto os seus sinais”.
O perigoso é uma chuva forte e alagando tudo. Os comerciantes da D. Pedro II, da feira livre e mercados públicos, que nos digam.
Cenografia pura, cultura abandonada por anos, trabalhadores da arte desvalorizados e nenhum investimento, para, justamente no ano eleitoral, aparecer com bandeirinhas de plástico nas ruas centrais da cidade?
Tenham Santa Paciência e mais vergonha na cara, pois todos sabemos que aqui, nunca investiram em São João, que a ideia sempre foi, quem tem dinheiro vai para Campina Grande, Caruaru, Santa Luzia, Patos e Bananeiras e quem não tem, fica em casa chupando o dedo.
Aqui que é um município rodeado de serras era para ter o maior forró pé de serra da região, mas sempre foi negligenciado por nossas autoridades.
Os artistas locais, sempre buscam tocar em outras paradas, pois o município é esvaziado de uma tradição tão importante e tão rica.
Só falo por conhecimento de causa, pois nestes 23 anos, aqui em Guarabira, nunca vi um governante apresentar um projeto sério de festejo junino local.
Os mestres de quadrilhas, xaxado e outras danças, se limitam as escolas, assim como as costureiras.
Tirando os eventos escolares, o São Pedro, organizado por moradores do Bairro do Nordeste e os vendedores de fogos, não temos mais nada para comemorar.
Um importante momento para aquecer o comércio, lotar os hotéis, atrair turistas, realizar um grande festival de danças juninas, oportunizar os artistas locais e regionais e nada disso acontece.
Me perdoem a franqueza, pois não aguento mesancenio ou munganga de fazer de conta, pois me sinto um idiota, olhando para o céu e vendo a artificialidade destas bandeirinhas que não têm culpa de nada.
Por Belarmino Mariano.
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