Camisa 10 da Seleção, Rodrygo avisa: “Estou pronto para cada vez ter mais responsabilidade”

Rodrygo vai vestir a camisa 10 da seleção brasileira na ausência de Neymar — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Rodrygo fala e age com tanta maturidade que nem parece ter apenas 23 anos. Com a bagagem de quem joga pelo Real Madrid há cinco temporadas e já é bicampeão da Champions League, o atacante trata com naturalidade a missão de vestir a lendária camisa 10 da seleção brasileira.

Tal responsabilidade vem sendo encarada desde o fim do ano passado, na ausência de Neymar, e será repetida agora, na Copa América. No Real Madrid, ele também lidou com processo parecido e foi utilizando números cada vez mais “pesados” com o passar do tempo. Começou com a 27 e vestiu a 25 e a 21 até receber a 11.

– Isso vai passando mais responsabilidade, eu sei disso. A cada ano eu vou ter mais responsabilidade. Se eu troquei de número também, a minha responsabilidade vai aumentar. É isso. Estou pronto para cada vez ter mais responsabilidade e ser melhor – disse o jogador, em entrevista ao ge.

Rodrygo vai vestir a camisa 10 da seleção brasileira na ausência de Neymar — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A 10 amarelinha, porém, ainda gera fascínio. Não apenas em Rodrygo, mas também nas pessoas ao redor dele.

As camisas usadas contra a Inglaterra foram trocadas com Jude Bellingham e Phill Foden. As do jogo contra a Espanha ficaram de presente para Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, e para o pai de Rodrygo. Assim, faltou uniforme para outros amigos, e o jogador encomendou um lote extra:

– Eu pedi para a CBF me mandar umas a mais, porque todo mundo lá no Real Madrid pediu também. Aí eu saí presenteando a galera – contou.

Embora esteja na Seleção desde 2019 e tenha disputado a última Copa, Rodrygo se firmou como titular somente depois do Mundial do Catar. Neste ciclo, é o jogador com mais minutos disputados pelo Brasil: 869, tendo disputado 10 de 11 partidas.

Em alta na Europa, Rodrygo marcou sete gols pelo Real Madrid só no último mês
Imagem: Mateo Villalba/Quality Sport Images/Getty Images

Para o atacante, jogar é importante, mas só isso não basta:

– É o meu maior sonho: assim como a gente está conseguindo ganhar muito no Real, começar a ganhar aqui na Seleção. É para isso que eu trabalho todos os dias, para isso que todos os dias eu durmo cedo, como bem e vou pra academia, pra começar a ganhar com a Seleção – afirmou.

– É um sentimento inexplicável que a gente tem lá no Real Madrid. Sempre está ganhando, sempre está chegando. Com 23 anos, já ganhei a Champions duas vezes, então está na hora de começar a ganhar aqui. Estou pronto para isso, estou me preparando e espero que comece agora na Copa América.

O Brasil estreia no torneio continental em 24 de junho. Neste sábado, faz amistoso contra o México, às 22h, quando Rodrygo e outros titulares devem ser poupados.

Confira abaixo outros trechos da entrevista com Rodrygo:

Nível da Seleção e rivais

– Acho que a gente está numa crescente. A Argentina é atual campeã do mundo, então acho que eles estão num nível acima de todas as outras seleções do mundo, mas a gente está numa crescente muito boa. Os últimos amistosos deram muita confiança para a gente, então você já nota no olhar de todo mundo que está todo mundo melhor, empolgado para dar continuidade nesse novo ciclo, então acho que a gente está chegando. Vamos passo a passo, com humildade, que a gente chega lá.

Bola de Ouro

– Não é uma coisa que é a minha prioridade, mas é uma coisa que, claro, todo jogador sonha, todo jogador quer ganhar. Eu sempre penso em ajudar meu time, ser uma pessoa melhor, ser um jogador melhor, e sei que isso pode vir naturalmente, com o talento que Deus me deu, com o dom. Se eu fizer as coisas bem, fizer uma temporada boa, isso pode chegar. E claro, o Vini a gente sabe que ele é o forte candidato para ganhar agora, a nossa torcida toda é por ele, eu mais ainda por jogar com ele no Real Madrid, jogar na seleção. Então acho que está na hora do Brasil sair dessa fila, de voltar para os brasileiros e ele está muito firme nessa briga.

Importância na Seleção

– Eu sei da minha responsabilidade, sei que mesmo novo eu já vivi bastante coisas e tem muitos meninos chegando, e eu quero só ajudar eles como me ajudaram. Claro que ainda estou no começo, mas bem no comecinho me ajudaram muito, eu quero ser essa ajuda pra eles também.

– É sempre o nosso maior sonho desde pequeno. Então sempre que você chega aqui, você fica meio nervoso. “Será que eu vou conseguir, será que vou bem?”Quando tem pessoas mais velhas e mais experientes para te passar confiança, fica melhor. Então fizeram isso comigo, fazem isso comigo até hoje, então é isso que eu vou fazer com eles também.

Liderança

– Eu não sou de falar tanto, talvez mostre minha liderança de outras formas, mas sempre que preciso… Com os meninos, Endrick e Savinho, sempre estou conversando com eles. No que eu posso, no que eu já vivi, por mais que eu tenha só 23 anos, eu vou ajudando.

Mbappé e Endrick no Real

– Dá (para jogar junto), dá, o Ancelotti dá um jeito, acho que dá. Jogador bom tem que jogar junto, tem que dar um jeito lá.

– O Endrick é um menino muito tranquilo, né? Muito maduro também já para a idade. Você vê de conversar com ele, você vê jogando também. Não parece que ele tem só 17 anos. E foi muito bom. Como eu falei, ele é muito novo ainda, mas já está numa evolução muito grande. Pra mim, já é um prazer poder jogar com ele, poder ajudar ele de alguma forma. Ele vai chegar agora no Real Madrid, o começo é sempre difícil, então é sempre importante ter alguém que já passou por essas situações para ir ajudando. Assim como o Vini me ajudou, agora eu vou ajudar ele também.

GE