Finais da NBA têm Boston de olho em recorde e Dallas atrás de feito raro; veja curiosidades

Jayson Tatum e Jaylen Brown, a dupla dinâmica de Boston — Foto: AFP

A partir desta quinta-feira (6), às 21h30 (de Brasília), Boston Celtics e Dallas Mavericks se enfrentarão nas finais da NBA. A série, decidida em até sete jogos, opõe times com retrospectos diferentes na temporada e na história da liga. Primeiro colocado do Leste e da classificação geral, com 64 vitórias e 18 derrotas, o Boston quer retomar o status de recordista isolado de títulos. A franquia já foi campeã 17 vezes e está empatada com o maior rival, Los Angeles Lakers. Por outro lado, Dallas disputará só sua terceira decisão e buscará o segundo troféu.

Em 2023/2024, Dallas conseguiu a quinta melhor campanha do Oeste, com 50 vitórias e 32 derrotas. Assim, tentará um feito raríssimo na NBA. Desde que os playoffs passaram a ter 16 equipes, há 40 anos, só um time se sagrou campeão depois de avançar à pós-temporada fora das três primeiras posições das conferências. Foi o Houston Rockets de 1994/1995, que levantou a taça mesmo tendo sido sexto do Oeste.

As diferenças entre os times, porém, não garantem que Boston terá vida fácil contra Dallas. Comentarista de basquete do sportv, Pedro Maia conversou com o ge e ressaltou a boa fase vivida por duas estrelas dos Mavericks: Luka Doncic e Kyrie Irving. A dupla combinou para 72 pontos na vitória sobre o Minnesota Timberwolves, por 124 a 103, que garantiu o título da Conferência Oeste. O armador esloveno ainda terminou como MVP da série.

Nas finais, que serão acompanhadas em tempo real pelo ge, Doncic e Irving medirão forças com Jayson Tatum e Jaylen Brown, principais nomes de Boston. Por conta do forte embate entre as duplas, Pedro Maia crê que a participação dos coadjuvantes de cada time poderá definir o campeão.

Luka Doncic e Jayson Tatum durante Boston Celtics x Dallas Mavericks, pela NBA — Foto: Matthew J. Lee/The Boston Globe via Getty Images

– Irving e Doncic estão em um nível de produção muito alto. Tatum e Brown vêm de séries em que tiveram oscilação um pouco maior. Mas Boston chega com o fator mando de quadra (por conta da melhor campanha, poderá fazer até quatro jogos como mandante) e com peças mais provadas na NBA. Podemos citar Derrick White, Jrue Holiday, Porzingis. São coadjuvantes que têm uma tarimba muito significativa para ajudar nos momentos decisivos. Eu acredito em título para os Celtics, com 4 a 2 (na série) ou de repente até 4 a 3 – avaliou o comentarista.

Fato é que, independentemente do campeão, as finais de 2023/2024 ficarão marcadas. Luka Doncic e Jayson Tatum estiveram juntos no quinteto ideal da NBA nas últimas três temporadas, mas ainda não ganharam um título. O mesmo vale para Jaylen Brown, MVP da decisão do Leste. Dos membros das duplas de peso, só Kyrie Irving já foi campeão e luta pelo bi. Ele, inclusive, poderá aplicar a “lei do ex”, uma vez que passou pelo Boston Celtics e construiu uma relação polêmica com a torcida da equipe.

Torcedora do Boston Celtics exibe cartaz dizendo “Kyrie é o inimigo” — Foto: Jim Davis/The Boston Globe via Getty Images

Para as franquias, uma conquista também teria sabor especial neste ano. Mesmo que esteja entre os maiores campeões e dispute os playoffs pelo 10º ano seguido, Boston não levanta o troféu desde 2007/2008. O gosto do jejum fica ainda pior, porque o time bateu na trave recentemente. Nos últimos sete anos, foram quatro derrotas em finais de conferência e um revés na grande decisão da NBA (diante do Golden State Warriors, em 2022).

– Para o torcedor de Boston, é uma oportunidade de bater os Lakers na corrida por quem tem mais troféus na NBA. E o título valorizaria também a dupla Jayson Tatum e Jaylen Brown, que jogará a segunda final da carreira. Eles precisam provar que podem trazer sua equipe para uma conquista e evitar qualquer discussão sobre chegarem a decisões e não conseguirem títulos. Isso tiraria um peso das costas dos dois – comentou Pedro Maia.

Jayson Tatum e Jaylen Brown, a dupla dinâmica de Boston — Foto: AFP

Dallas, por sua vez, disputará a primeira final sem Dirk Nowitzki, maior ídolo da história da franquia. Com o alemão, foram duas decisões: derrota para o Miami Heat em 2005/2006 e vitória sobre o mesmo rival em 2010/2011. Conquistar o bicampeonato pode fazer com que outro europeu entre definitivamente para a história do time e da NBA.

– É um título muito esperado pelo torcedor texano, e Luka Doncic se beneficiará bastante. Certamente está na fila para ser um dos rostos da NBA quando Curry e LeBron pararem. Conseguir um troféu vai ser fundamental para essa superestrela do basquete americano – disse Maia.

Vale destacar que Doncic tem a segunda maior média de pontos na história dos playoffs da NBA: 31,1 por partida. Aos 25 anos, ele só está atrás de Michael Jordan, com 33,4. A estatística leva em consideração atletas com pelo menos 40 jogos e/ou mil pontos na pós-temporada.

Uma outra curiosidade é que Jason Kidd, atual treinador de Dallas, participou do título da franquia em 2011, mas como jogador. Do lado de Boston, o comandante Joe Mazzulla completará 36 anos em 30 de junho e é o treinador mais novo a chegar às finais da NBA desde Bill Russell, em 1968/1969.

Kyrie Irving e Luka Doncic comemoram a vaga do Dallas Mavericks na final da NBA — Foto: Jesse D. Garrabrant/NBAE via Getty Images

Seis edições com seis campeões diferentes

Jason Kidd foi campeão em 2011 com o Dallas Mavericks — Foto: Getty Images

Ao alcançarem as finais, Boston Celtics e Dallas Mavericks garantiram que a NBA chegará ao sexto campeão diferente nas últimas seis temporadas. Essa sequência só tinha acontecido uma vez na história da liga, entre 1974/1975 e 1979/1980.

Toronto Raptors, Los Angeles Lakers, Milwaukee Bucks, Golden State Warriors e Denver Nuggets foram os times que conquistaram o título desde 2019. Nesse período, apenas Warriors e Heat tinham chegado às finais mais de uma vez. Agora, Boston também se junta ao grupo, já que perdeu a decisão de 2022, justamente para o time de Stephen Curry.

– (A diversidade recente de campeões) Só atesta o fato de que a NBA é extremamente competitiva. A cada temporada, muitos times são favoritos ou candidatos ao troféu. Sempre há equipes adicionando peças importantes. O Dallas, por exemplo, conseguiu Doncic no Draft (de 2018), foi buscar o Kyrie Irving (em 2023) e fez um ajuste defensivo. Era um time que deixava muito a desejar na defesa, conseguiu corrigir isso e virou candidato – analisou Pedro Maia.

Finais da NBA (times da direita jogam em casa)

  • Jogo 1: 6 de junho (21h30) – Dallas Mavericks x Boston Celtics
  • Jogo 2: 9 de junho (21h) – Dallas Mavericks x Boston Celtics
  • Jogo 3: 12 de junho (21h30) – Boston Celtics x Dallas Mavericks
  • Jogo 4: 14 de junho (21h30) – Boston Celtics x Dallas Mavericks
  • Jogo 5: 17 de junho (21h30) – Dallas Mavericks x Boston Celtics *
  • Jogo 6: 20 de junho (21h30) – Boston Celtics x Dallas Mavericks *
  • Jogo 7: 23 de junho (21h) – Dallas Mavericks x Boston Celtics *

* se necessários

GE/NBA